“Essa
esperança não nos deixa decepcionados, pois Deus derramou o seu amor no nosso
coração, por meio do Espírito Santo, que ele nos deu” (Rm 5:5)
Bom,
dia irmãos. A paz de Jesus e o amor de Maria. Esta semana o Papa Francisco na
audiência geral no salão Paulo VI falou sobre a Esperança Cristã, e encorajou
ao dizer o porquê dela não nos decepcionar.
Francisco
diz que a Esperança Cristã é fundamentada em Cristo e só por isso já podemos
confiar. Mas para entender isso, devemos compreender as palavras que o Papa
diz. Francisco nos lembra sobre o ato de vangloriar-se, que somos ensinados
desde a infância que não é o correto.
O
Papa recorda sobre a recomendação do apóstolo Paulo de nos vangloriarmos, porém,
não contradizendo o que foi dito, mas explicando que devemos nos orgulhar da
graça de ser incluídos no ministério de Deus e das tribulações ao qual
enfrentamos pela coragem que nos é dada por Cristo.
Orgulhar
de fazer parte da graça é ser um cristão autêntico, que resplandece Cristo na
sua vida e nas suas ações, alcançando a paz por Ele nos dada, nunca excluindo o
outro por sua escolha de não ser. E a segunda nos remete as tribulações, não se
opondo a o que foi dito anteriormente, mas nos lembrando que quando somos
seguidores de Cristo não somos isentos de paz, mas somos fortalecidos para
vencer as dificuldades.
Abaixo,
com tradução da Canção Nova, a Catequese do Papa na íntegra:
Queridos irmãos e irmãs,
bom dia! Desde pequenos nos é ensinado que não é bonito vangloriar-se. Na minha
terra, aqueles que se vangloriam são chamados “pavões”. E é justo, porque
vangloriar-se daquilo que se é ou daquilo que se tem, além de uma certa
soberba, denuncia também uma falta de respeito para com os outros,
especialmente para com aqueles que são menos afortunados que nós. Neste trecho
da Carta aos Romanos, porém, o Apóstolo Paulo nos surpreende, quando por duas
vezes nos convida a nos vangloriarmos. Do que, então, é justo vangloriar-se?
Porque se ele convida a vangloriar-se, de algo é justo fazê-lo. E como é
possível fazer isso, sem ofender os outros, sem excluir ninguém?
No primeiro caso, somos
convidados a nos vangloriarmos da abundância da graça da qual somos imbuídos em
Jesus Cristo, por meio da fé. Paulo quer nos fazer entender que, se aprendemos
a ler cada coisa com a luz do Espírito Santo, percebemos que tudo é graça! Tudo
é dom! Se prestamos atenção, de fato, a agir – na história, como na nossa vida
– não somos somente nós, mas é antes de tudo Deus. É Ele o protagonista
absoluto, que cria toda coisa como um dom de amor, que tece a trama do seu
desígnio de salvação e que o leva a cumprimento por nós, mediante o seu Filho
Jesus. A nós é pedido reconhecer tudo isso, acolhê-lo com gratidão e fazê-lo se
tornar motivo de louvor, de benção e de grande alegria. Se fazemos isso,
estamos em paz com Deus e fazemos experiência da liberdade. E esta paz se
estende depois a todos os âmbitos e a todas as relações da nossa vida: estamos
em paz conosco mesmo, estamos em paz em família, na nossa comunidade, no
trabalho e com pessoas que encontramos todos os dias no nosso caminho.
Paulo, porém, convida a
nos vangloriarmos também nas tribulações. Isto não é fácil de ser entendido.
Isso é mais difícil e pode parecer que não tem nada a ver com a condição de paz
há pouco descrita. Em vez disso, constitui o pressuposto mais autêntico, mais
verdadeiro. De fato, a paz que o Senhor nos oferece e nos garante não deve ser
entendida como ausência de preocupações, de desilusões, de falhas, de motivos
de sofrimento. Se fosse assim, no caso em que conseguíssemos estar em paz,
aquele momento acabaria logo e cairíamos inevitavelmente no desconforto. A paz
que surge da fé é, em vez disso, um dom: é a graça de experimentar que Deus nos
ama e que está sempre próximo a nós, não nos deixa sozinhos nem mesmo um minuto
da nossa vida. E isso, como afirma o apóstolo, gera a paciência, porque sabemos
que, também nos momentos mais duros e chocantes, a misericórdia e a bondade do
Senhor são maiores que qualquer coisa e nada nos arrancará de suas mãos e da
comunhão com Ele.
Eis porque a esperança
cristã é sólida, eis porque não desilude. Nunca desilude. A esperança não
desilude! Não é fundada naquilo que nós podemos fazer ou ser nem mesmo naquilo
em que nós podemos acreditar. O seu fundamento, isso é, o fundamento da
esperança cristã, é aquilo que de mais fiel e seguro pode existir, o amor que o
próprio Deus alimenta por cada um de nós. É fácil dizer: Deus nos ama. Todos o
dizemos. Mas pensem um pouco: cada um de nós é capaz de dizer: sou seguro de
que Deus me ama? Não é tão fácil dizer isso. Mas é verdade. É um bom exercício,
isso, dizer a si mesmo: Deus me ama. Esta é a raiz da nossa segurança, a raiz
da esperança. E o Senhor infundiu abundantemente nos nossos corações o Espírito
– que é o amor de Deus – como artífice, como garantia, justamente para que
possa alimentar dentro de nós a fé e manter viva essa esperança. E essa
segurança: Deus me ama. “Mas neste momento ruim? ” – Deus me ama. “E a mim, que
fiz essa coisa ruim? ” – Deus me ama. Essa segurança ninguém nos tira. E
devemos repetir isso como oração: Deus me ama.
Sou seguro de que Deus me
ama. Sou segura de que Deus me ama.
Agora compreendemos porque o apóstolo Paulo nos convida a nos vangloriarmos sempre de tudo isso. Eu me vanglorio do amor de Deus, porque me ama. A esperança que nos foi dada não nos separa dos outros, nem tão pouco nos leva a desacreditá-los ou marginalizá-los. Trata-se, em vez disso, de um dom extraordinário do qual somos chamados a ser “canais”, com humildade e simplicidade, para todos. E então o nosso orgulho maior será aquele de ter como Pai um Deus que não tem preferências, que não exclui ninguém, mas que abre a sua casa a todos os seres humanos, a começar pelos últimos e distantes, para que como seus filhos aprendamos a nos consolar e a nos apoiar uns aos outros. E não se esqueçam: a esperança não desilude.
Agora compreendemos porque o apóstolo Paulo nos convida a nos vangloriarmos sempre de tudo isso. Eu me vanglorio do amor de Deus, porque me ama. A esperança que nos foi dada não nos separa dos outros, nem tão pouco nos leva a desacreditá-los ou marginalizá-los. Trata-se, em vez disso, de um dom extraordinário do qual somos chamados a ser “canais”, com humildade e simplicidade, para todos. E então o nosso orgulho maior será aquele de ter como Pai um Deus que não tem preferências, que não exclui ninguém, mas que abre a sua casa a todos os seres humanos, a começar pelos últimos e distantes, para que como seus filhos aprendamos a nos consolar e a nos apoiar uns aos outros. E não se esqueçam: a esperança não desilude.
(C. L – Minions Católicos)
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