A rotina de um seminarista


             Boa tarde, irmãos e irmãs, a Paz de Jesus e o amor de Maria. Nesse texto vamos falar sobre: Como funciona um seminário? O que é seminarista? O que fazem? O que comem? Como vivem? Hoje no Blog dos Minions Católicos.
            Inicialmente, O que é o seminário? É uma instituição da Igreja Católica voltada à formação de seus candidatos a ordenação sacerdotal. Os estudantes são os seminaristas e recebem preparação cultural (como aulas de Filosofia e Teologia) e espiritual.
            O primeiro seminário para formação de futuros padres é anterior ao Concílio de Trento, na Espanha em 1563, fundado por São Tomás de Vilanova, de início era voltado apenas para futuros clérigos diocesanos, cujos candidatos eram na maioria pobres. Existem dois tipos de seminários: os seminários menores onde se recebem alunos mais novos, que não estão em idade para o ensino superior; e os seminários maiores que incluíam os alunos que já estão na última etapa da sua formação para o sacerdócio e que frequentavam o curso superior de Teologia. Além destes, de forma um pouco diferente existem os pré-seminários, que recebem potenciais ingressos nos seminários. Abreviando, o seminário é uma instituição conhecida historicamente, mas extremamente desconhecida pela verdade dos fatos.
            Às vezes nos pegamos pensando como se constrói um seminarista, é só juntar um ingrediente aqui, outro ali, e puft, surge um Padre? Mas calma aí, não é bem assim. Temos o hábito de não conhecer e assim julgar o processo de formação, mas a partir do momento que conhecemos, passamos a admirar esses homens, que na maioria das vezes vão para cidades longe da família pra ganhar a formação adequada e para viver sua vocação.
            O Papa emérito Bento XVI, no encontro com os seminaristas nos EUA em 2008, diz que seminaristas são “jovens que se encontram num tempo forte de busca de um relacionamento pessoal com Cristo, um encontro com Ele, na perspectiva de uma importante missão na Igreja”. O Papa emérito Bento XVI, trás ainda, em uma carta de 2010, pontos importantes para os futuros sacerdotes, que deixo para melhor entendimento.
1- O seminarista deve ser um homem de Deus (1Tm 6,11). Jesus deve ser o ponto de referência de toda a sua vida; 2- Os sacramentos. Deve-se celebrar com íntima participação da Eucaristia. A penitência leva à humildade, e deixando-se perdoar, aprende-se a perdoar os outros. Também o Papa pede para não excluir piedade popular, porque, por meio dela, a fé entrou no coração dos homens; 3- Estudar com empenho, porque a fé possui uma dimensão racional e intelectual. É importante conhecer a fundo e integralmente a Sagrada Escritura. Amar o estudo da teologia; 4- Ser exemplo de homem maduro.
            Pouco se sabe o que acontece dentro de um seminário, mas o pouco que sabemos, iremos dividir com vocês.
            Na maioria dos seminários, resumidamente, é basicamente: oração, missas diárias, aulas durante todo o dia e os serviços gerais em uma casa comum, lembrando que a rotina muda de acordo com a diocese, podendo ser totalmente diferente uma da outra. A rotina pode ser pesada e rígida, mas necessária para o enriquecimento de seminaristas, tanto no campo espiritual como humano. Há hora, lugar e regras para tudo.
            Vamos dá um exemplo do Lucas, um de nossos administradores de outra rede nos Minions, que está em um seminário discernindo sua vocação. Conversando com ele e pedindo ajuda ele me falou de forma reduzida como funciona o seminário que ele mora. Ele divide em basicamente quatro partes: primeiramente oração, muito estudo, momento de alimentação e descanso. A rotina começa logo cedo as 7horas da manhã com uma oração (tendo que estar acordado mais cedo) e vai até as 22horas. É uma rotina que não cansa o corpo, mas o psicológico, porém satisfatório. Cada dia tem seu roteiro a ser seguido.
            Em um dos textos que tomei como base para a construção deste, tinha umas verdades sobre os seminários 1° Formar não é colocar numa forma, ai você me fala: nossa isso é óbvio, como falei no inicio não é junção de ingredientes, mas de estudos e coloca estudo aí, mas além disso é necessário força de vontade, convicção, caráter e sobretudo fé, pois você se deixará ser moldado por Cristo, mas você deverá estar aberto para isto. 2° Há conflitos, o seminário é uma casa e com a convivência com pessoas diferentes de você, isso é meio que impossível de controlar, são historias diferentes, vidas diferentes, costumes diferentes, mas que poderá ajudar na sua futura paróquia. 3° Não passamos o dia rezando, - sim, isso foi uma surpresa para mim também - a vida em um seminário já expus lá em cima, que existe a questão da rotina com afazeres de casa, como lavar pratos, roupa, sim, eles fazem isso também, deixo as palavras do autor do texto base "jogamos futebol, lavamos louça, jogamos cartas, estudamos, rezamos, assistimos TV e até saímos para assistir a um filme de vez em quando."Dizer sim todos os dias é mais difícil, já dizia minha mãe, no inicio tudo são flores, no começo queremos dar nosso máximo, dar tudo pelo seminário e quando você já esta algum tempo, você começa a esfriar, o sim vai se transformando em talvez, e você só quer que a preparação acabe logo, apesar de ser difícil o sim diário a sua vocação. 5° Um Padre não se faz no dia da ordenação, como pode isso? Podendo. Não é só chegar no dia e vestir a estola sacerdotal e fim. Calma aí jovem, um exemplo bem claro, se você não acorda todos os dias para ir a missa, dificilmente terá disposição de levantar para celebrar uma, se não tem o hábito de rezar a liturgia das horas, quando fores Padre inventará saída. Criar hábito é forjar-se.Estudar teologia não é garantia de espiritualidade, passar quatro anos estudando teologia e não ter uma amizade fervorosa com Cristo é a mesma coisa de construir um castelo na areia perto de onde as ondas quebram, a intimidade com Jesus se ganha de joelhos em oração. 7° Você aprende a ter misericórdia, o tempo de seminário serve também para se por a prova, cada tristeza, cada dificuldade, cada miséria deve-se levar como lição para a vida, porque aí você tem facilidade de entender as misérias de seus futuros paroquianos. 8° Nem todos atingirão a meta, e aqui cabe o que diz no Evangelho de Matheus 13, a parábola do semeador (já serve como sugestão de leitura). 9° Os seminaristas são felizes, SIM! Viver a vontade de Deus já é motivo extraordinário de felicidade. Estar em comunhão com Ele também, é como diz o Papa Francisco “um santo infeliz é um triste santo”. E por fim, o 10° Solidão é diferente de abandono, não é porque eles não têm esposas ou namoradas que não se tem amor esponsal. São esposos da Santa Igreja. O amor é pura relação. Se pararmos para analisar o Padre no cotidiano, ele quase sempre está rodeado de fiéis e dificilmente encontra um espaço para calmaria do dia a dia.
            O seminarista não é um solteirão, mas um homem comprometido com o Senhor e Sua Igreja. Não está se preparando para receber uma profissão, mas para se configurar a imagem de Cristo, o Bom Pastor. Por fim, é preciso ter disposição, caso contrário é preciso buscar outra via para a santidade, pois a formação será permanente. É difícil a vida clerical, mas é bela se levada com seriedade. É admirável!
            Entendemos um pouco da rotina desses futuros esposos de Cristo, e entendemos que o caminho que eles percorrem não é fácil, mas é deles para com Deus. Deus os chamou pelo nome e os fortalece todos os dias.
            Neste mês, dedicado as vocações não esqueçamos em rezarmos pelos seminaristas, que eles perseverem no caminho de Deus.
Paz e Bem.
Ágata Sobral - Minions Católicos

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