Qual é o amor que eu tenho?

(Por Evelly Karine)

Acredito que a maioria das pessoas do mundo sabe do primeiro mandamento que é: Amar a Deus sob todas as coisas. Desde criança, aprendemos esse mandamento e crescemos com essa verdade. Entretanto, hoje não venho pra falar dos mandamentos, minha intenção aqui é refletir sobre: que tipo de amor eu tenho por Deus?
Sabemos que o mundo prega diferentes tipos de “amor”. Tem o interesseiro: em que eu só busco determinada pessoa para alcançar meus interesses, seja ele financeiro ou não. Tem o egoísta: onde eu só quero aquela pessoa exclusivamente pra mim, privando ela de outras amizades, tratando-a como um objeto em que eu tenho posse. E por fim, o amor falso que pode também englobar esses dois anteriores, mas como o próprio nome já diz é falso, não passa de enganação.
Será que meu amor por Deus é interesseiro? Só me lembro Dele quando quero alcançar uma graça, um milagre ou até mesmo um José ou uma Maria, quando quero tirar uma nota boa em uma prova muito difícil ou até mesmo conseguir ingressar na universidade, quando quero a conversão de alguém. Não entenda que você não tem que rezar pedindo essas coisas mas que, não só busque Deus quando quiser algo. Tenha gratidão pelo simples fato de respirar que já é algo grandioso, quanto mais por tudo que você tem, foi Deus quem te deu.
Meu amor por Deus é egoísta? Quero todos os dons possíveis e que se possível seja só eu que tenha esses dons. Quero ter todas as experiências místicas, quero ter Deus à minha disposição sempre e eu quero tudo só pra mim. É nessa de querer “ter” tudo que nos esquecemos de “ser” tudo o que Deus nos pede.
Ou meu amor por Deus ainda pode ser falso? Vou à igreja, assisto missas, rezo o terço, participo de grupo de oração, comunidade, pastoral, mas quem disse que todo esse “serviço” na igreja é assim também em casa? Sou o (a) santo (a) na igreja, mas em casa sou o capetinha. Meu padre falava que temos que começar nossa santidade é em casa, até porque é em casa que passamos a maior parte do tempo e não na igreja. Não adianta querer mostrar pro mundo inteiro que você ama a Deus, se isso não corresponde à realidade do seu coração.
O que me fez parar pra refletir sobre que tipo de amor tenho por Deus foi uma frase de Santa Teresa D’Ávila. Logo depois, descobri que é parte de uma oração chamada “não me move” (vou deixar a oração no final do texto). Nessa frase “Que ainda que não houvesse céu eu te amaria, e ainda que não houvesse inferno eu te temeria.” eu vejo um amor verdadeiro e puro, que não ama pelo interesse de ir ao céu e não teme por medo ir ao para o inferno, mas que não quer magoar seu Amado e que soube cumprir o que a palavra diz em Mc 12, 30 e também em Dt 6, 5. Do velho ao novo testamento, se pede que ame a Deus com todo seu coração, com toda a sua alma e com todas as suas forças.
Esse texto não só serve pra você que está lendo agora, mas pra quem também escreveu. Tomemos como exemplo Jesus e sua Mãe que souberam amar a Deus com tudo o que tinham e eram.
 Espírito Santo, daí-nos a graça de ter um amor verdadeiro por Deus!

Não me move (Santa Teresa de Ávila)

Não me move, Senhor para Te amar
O Céu que me prometestes
Nem me move o inferno tão temido
Para deixar por isso de Te ofender.

Tu me moves, Senhor,
Move-me ver-Te
Pregado em uma Cruz e escarnecido
Move-me ver teu Corpo tão ferido,
Movem-me tuas afrontas e tua morte.

Move-me enfim o teu amor,
E de tal maneira,
Que ainda que não houvesse Céu eu Te amaria,
E ainda que não houvesse inferno Te temeria.

Nada tens que me dar para que eu Te queira,
Pois mesmo que eu não esperasse o que espero,
O mesmo que Te quero
Eu te quereria.




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