Hoje, a Igreja celebra
o dia de São Pedro e São Paulo. Eles são considerados os “cabeças dos
apóstolos”, pois foram os principais líderes da Igreja Cristã Primitiva. Foram
homens de grande fé, zelavam por levar a Palavra às pessoas, viveram a
radicalidade que o Evangelho nos pede. Foi difícil sintetizar, mas buscamos
contar a história desses santos homens sem que perdesse a essência da história
de cada um.
Simão filho de Jonas,
ou Barjonas, assim era conhecido São Pedro nos seus tempos antes de conhecer
Jesus. A história acredita que, Pedro e Jesus, pela proximidade de suas idades
teriam convivido, e em alguns momentos poderiam ter estado no mesmo lugar. Por
exemplo, no episódio em que Jesus acaba por se perder de Maria e José, aquilo
era o costume daquele povo, então todos saíam caminhando juntos, logo é
possível que Pedro e Jesus tenham se cruzado ainda quando eram crianças, mas
sem haver um dialogo que já tenha sido registrado.
No instante em que
Pedro conhece Jesus, ele já estava casado, e já tinha uma idade avançada. Por
ser pescador tinha uma posição de respeito ante os outros homens e uma família
muito bem estabilizada. No entanto, como já falamos da idade dele, o mesmo já
estava ali mais por uma questão de respeito a sua idade e tudo o que sabia do
que pela sua capacidade de trabalho. Era um homem de coração duro, e, no
linguajar popular ranzinza, e fiel seguidor da Torá.
No momento em que
encontra-se com Jesus, há a troca de seu nome. Simão significa aquele que
balança, quando Simão acredita quem é aquele que vos falava, Jesus muda seu
nome para Pedro, na tradução literal e mais próxima do original, seu nome é
alterado para Cefas, que significa Pedro. Cefas significa pedra que pode ser
moldada.
Diante de todos aqueles
sinais que Pedro demonstrava a Jesus, este passa acreditar em Pedro e em tudo o
que Deus teria revelar em sua vida. Sem dúvidas, ele é o apóstolo mais citado
na Bíblia, e em vários momentos vemos uma grande oscilação em Pedro, desde ser
um homem de extremo amor e fidelidade a Jesus, quando diz que não o abandonará
na Santa Ceia, até o momento em que ele nega três vezes antes de sua
crucificação no momento em que era perseguido.
Vendo tantos episódios
de oscilação, muitas vezes nos perguntamos por que a escolha desse homem que
mostra tão pouca segurança. A resposta é simples, na verdade Pedro é a figura
do ser humano. Quantas vezes nós não negamos Jesus no nosso dia a dia? Negar,
não necessariamente, precisa ser dizer que não é de Cristo, mas na verdade,
negamos Ele quando pecamos. Mas, assim como ele provou inúmeras vezes da
misericórdia de Deus, assim somos nós, varias vezes caímos em nossos pecados e
nunca desistimos de estar perto do Pai, assim como Pedro o fazia.
Após a morte de Jesus,
Pedro foi escolhido para ser o guia da igreja, e é eleito por Jesus o primeiro
papa. E assim conduz a igreja até a sua morte. O martírio de Pedro aconteceu da
seguinte maneira: o cristianismo continuou a ser perseguido, e Cefas era muito
visto, tanto que, no ano 67 d.C ele é preso, e condenado a crucificação. No
momento de sua morte, alegando não ser digno de morrer como Jesus pede para ser
crucificado de cabeça para baixo e assim sofre seu martírio. São Paulo, que
também é conhecido como o apóstolo dos gentios, nasceu em Tarso. Antes de sua
conversão, chamava-se Saulo, o perseguidor dos cristãos. O seu pai pertencia à
seita dos fariseus o que fez com que ele também buscasse se aprofundar no
conhecimento da lei, indo estudar na escola de Gamaliel (um dos grandes mestres
da Lei na época), em Jerusalém.
Foi nessa época que
Saulo conheceu o cristianismo, que ainda era considerado uma seita. Tornou-se
um grande inimigo dessa religião e daqueles que a seguia. Em Atos dos
Apóstolos, temos a narração da morte de Santo Estevão, o primeiro mártir da
Igreja. Como que para mostrar a sua aprovação diante do martírio de Estevão,
Saulo segura as vestes daqueles que o apedrejavam (cf. Atos 7, 54-60; 8, 1).
Era autorizado a identificar e prender os cristãos de forma violenta, o que
dizia fazer em nome do Senhor. Porém, eis que Jesus faz com que Saulo tenha um
encontro com Ele em Damasco.
“Enquanto
isso, Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor.
Apresentou-se ao príncipe dos sacerdotes e pediu-lhe cartas para as sinagogas
de Damasco, com o fim de levar presos a Jerusalém todos os homens e mulheres
que achasse seguindo essa doutrina. Durante a viagem, estando já perto de
Damasco, subitamente o cercou uma luz resplandecente vinda do céu. Caindo por
terra, ouviu uma voz que lhe dizia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues? ’
Saulo disse: ‘Quem és, Senhor? ’ Respondeu ele: ‘Eu sou Jesus, a quem tu
persegues. Duro te é recalcitrar contra o aguilhão’ Então, trêmulo e atônito,
disse ele: ‘Senhor, que queres que eu faça?’ Respondeu-lhe o Senhor:
‘levanta-te, entra na cidade. Aí te será dito o que deves fazer.’” (Atos dos
Apóstolos 9, 1-6)
Saulo foi até Damasco,
onde passou três dias sem ver, sem comer e nem beber. Em uma visão, o Senhor
falou a Ananias, um discípulo dócil ao Espírito Santo, que fosse ao encontro de
Saulo afim de que ele impusesse as mãos sobre Saulo e o fizesse recobrar a
visão. Ananias fez o que o Senhor pediu e enquanto pediu sobre Saulo o Espírito
Santo, escamas caíram de seus olhos e ele voltou a enxergar. Depois disso,
Ananias o batizou.
“Eis
uma verdade absolutamente certa e merecedora de fé: Jesus Cristo veio a este
mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro. Se encontrei
misericórdia, foi para que em mim primeiro Jesus Cristo manifestasse toda a sua
magnanimidade e eu servisse de exemplo para todos que, a seguir, nele crerem,
para a vida eterna” (I Tim 1, 15-16)
Saulo então se converte
e passa a se chamar Paulo. Com a mesma radicalidade que vivera o judaísmo,
Paulo agora se abraça com a Igreja de Cristo. A cruz passara a ser para ele o
rumo de sua vida, a luz de seus passos, a fortaleza de sua virtude, o seu único
motivo de glória. Esse amor agora o impelia a falar, pregar e percorrer os
confins do mundo para conquistar almas para Cristo. “Ai de mim se eu não evangelizar” (I Cor 9, 16).
São Paulo não temia a
morte. “Eu vivo, mas já não sou eu; é
Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no
Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.” (Gal 2, 20). Foi
condenado à morte, mas por ser cidadão romano, não podia ser crucificado como
São Pedro foi. Ele foi condenado à decapitação no ano de 67. Conta a tradição
que ao ser decapitado, sua cabeça rolou e bateu três vezes no solo e fez brotar
três fontes que podem ser vistas ainda hoje na Igreja de San Paolo all Ter
Fontane, na via d’Ostia, em Roma.
Paulo lutou até o
ultimo momento com entusiasmo, desprendimento, heroísmo e entrega para levar a
todos o Evangelho de Cristo. Ao se encontrar com a luz de Cristo, viveu a
radicalidade em sua vida. A história de São Paulo é riquíssima e podemos ter
acesso a ela na nossa bíblia. Ele fundou muitas comunidades e escreveu cartas a
elas, dando origem às treze Epístolas de São Paulo. São elas: Carta aos
Romanos, 1ª e 2ª Cartas aos Coríntios, Carta aos Gálatas, Carta aos Efésios,
Carta aos Filipenses, Carta aos Colossenses, 1ª e 2ª Cartas aos Tessalonicenses,
1ª e 2ª Cartas a Timóteo, Carta a Tito e Carta a Filémon.
E o que queremos dizer
com tudo isso? O que a história de São Pedro e São Paulo tem a ver com as
nossas vidas? Ambos foram homens comuns, que não conheciam Jesus, mas no
momento em que tiveram um encontro verdadeiro com o Cristo não hesitaram em
viver a radicalidade do Evangelho, de dar toda a vida para Deus, de gastar a
vida por Aquele que se entregou na cruz por nós. Peçamos a intercessão desses
santos para que possamos ser discípulos autênticos de Jesus.
São Pedro e São Paulo,
roguem por nós!
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