(Por Mariana
Neves)
“De fato, a tristeza segundo Deus produz um arrependimento salutar
de que ninguém se arrepende, enquanto a tristeza do mundo produz a morte. ” (II
Cor 7, 10)
Olá, pessoal! Vamos dar
prosseguimento aos nossos textos sobre doenças espirituais, todos baseadas nas
aulas do padre Paulo Ricardo sobre o assunto. Como lemos no título, o tema de
hoje será sobre a tristeza. Sim! Você leu certo. Vou explicar...
A tristeza não existia no
plano inicial de Deus, mas por causa do pecado original, Deus permitiu que ela
existisse. Porém, a tristeza boa é um dom de Deus porque faz com que nos
sintamos arrependidos de ter perdido a amizade com Deus por termos pecado. Nem
todo mundo que fica triste depois de um pecado, está com uma tristeza segundo
Deus; pode não ser arrependimento, mas o orgulho ferido (triste por ter sua
imagem ferida). Só que também existe a tristeza ruim, que é a doença espiritual
de fato. A tristeza ruim é uma perversão da tristeza boa, é a tristeza do mundo
que São Paulo cita na passagem acima.
E como chegamos até essa
doença espiritual? Ao invés de nos arrependermos de termos pecado, acabamos nos
habituando aos nossos pecados, os pecados de estimação. Passamos a não ficar
mais tristes por ter pecado e por idolatrar o pecado, acabamos chorando a perca
do falso deus. Como assim? Vamos colocar o exemplo da gula. Tenho a compulsão
por comer chocolate e sou obrigada a deixar de comê-lo. Isso vai me causar uma
grande tristeza, diria até uma crise de abstinência. Ou seja, os nossos desejos
frustrados dão origem a tristeza doentia. A pessoa triste para tentar apagar a
tristeza sai cometendo pecados: sexo desregrado, masturbação, drogas,
alcoolismo.
Há males espirituais que
podem nascer da tristeza, são eles: amargura, maldade, rancor, ressentimento,
impaciência, perturbação do nosso relacionamento com o próximo. E a pessoa que
carrega em si a tristeza do mundo, sente-se como se lhe faltasse força
interior, como se algo estivesse sugando suas forças o tempo inteiro, além de
ter uma interferência direta na sua vida de oração. Não se tem mais a vontade
de rezar, há uma fraqueza espiritual diante da vocação a santidade.
É uma doença espiritual
muito comum porque buscamos a nossa felicidade aqui na terra, além de estar
ligada a falta de esperança. A partir do momento que deixamos Deus nos amar e
entendemos que somos amados por Ele mesmo sem merecer, abrimos as portas para a
cura da tristeza.
Para que a cura possa
acontecer, temos que ter a consciência de que estamos doentes de fato. É necessário
essa consciência porque tem pessoas que gostam de estar tristes, como se da
tristeza pudessem ter um ganho secundário. Um exemplo: ficar escutando músicas
tristes para ficar mais triste ainda. A pessoa fica ali curtindo a dor que
aquela música ocasiona, remoendo a realidade que é passada pela música. São
João Crisóstomo vai dizer que é um gozo mórbido na tristeza. Metade da
humanidade gosta de sofrer.
Existe terapia para os
tipos variados de tristeza. Quando é uma tristeza ocasionada pela perca dos
nossos ídolos, precisamos buscar meios de curar essa idolatria e renunciar aos
desejos do mundo. Na tristeza proveniente da ira, o rancor, devemos não nos
fechar em nós mesmo e ir ao encontro dos irmãos. A pessoa pelo qual eu nutro o
rancor é o meu benfeitor porque ele impede que eu engula essa magoa para o
subconsciente, evitando que envenene a minha alma. A culpa é minha por nutrir o
rancor, estou fazendo mal a mim mesma. O perdão é a porta de muitas curas, até
mesmo físicas. E na tristeza que não tem uma causa aparente (que é causada pela
ação demoníaca) a cura é através da Palavra de Deus. A tristeza sem causa é só
aparentemente sem causa, é uma mentira que se enraizou. Os Santos Padres
indicam a leitura do livro dos Salmos como busca pela cura, além da oração em
que louvamos a Deus, agradecemos a Deus. Para ser alegre é necessário ser
católico: ver o todo, não pegar uma verdade só. A Palavra de Deus deve nos
acordar para a nossa fé completa, porque o demônio sopra nos nossos ouvindo uma
meia verdade.
E por fim, o grande remédio
para todas as tristezas é pedir a Deus o dom da verdadeira tristeza: o
arrependimento. Continuar triste, mas mudar o objeto: ficar triste porque
ofendo a Deus com meus pecados. Nesse caso é tristeza virtuosa e precisa nos
acompanhar a vida inteira. Lava a nossa alma, nos dá vida nova e nos traz o dom
da alegria. A tristeza segundo Deus é obediente, afável, humilde, doce, cheia
de suavidade, de paciência porque é proveniente do amor de Deus.
Então, irmãos,
carreguemos em nós as lágrimas e o arrependimento causados pela tristeza
segundo Deus, tristeza essa que me faz capaz de chorar por causa dos meus
pecados e pelos pecados dos outros. Essas lágrimas são como um batismo de
regeneração, é um dom de Deus. Quando nos entristecemos por ter ofendido a Deus,
recebemos o dom da alegria, que é um fruto do Espírito Santo, faz parte do
nosso ser e nos leva a ter confiança na misericórdia de Deus. O arrependimento
nos leva a ter saudade de Deus, assim como acontece com o filho pródigo (Lc 15,
11-32). Deixemos nossos ídolos mundanos e permitamos que Deus seja Deus em
nossas vidas e peçamos o Seu socorro!
Ah que falta que me faz a casa de meu pai
Pra lá quero voltar e assim recomeçar
Prostrar-me ao seus pés e ali me humilhar
Reconhecer minha miséria
Eu vou clamar sobre mim sua misericórdia
Mesmo sem ser merecedor como servo
Vou voltar
Pra lá quero voltar e assim recomeçar
Prostrar-me ao seus pés e ali me humilhar
Reconhecer minha miséria
Eu vou clamar sobre mim sua misericórdia
Mesmo sem ser merecedor como servo
Vou voltar
Ah de longe ao avistar meu pai a me esperar
Saudades eu senti daquele olhar
Correndo veio a mim e sem me acusar
Com lágrimas me abraçou e pôs-se a me beijar
Saudades eu senti daquele olhar
Correndo veio a mim e sem me acusar
Com lágrimas me abraçou e pôs-se a me beijar
Pai eu sei que já não mereço o teu amor
Pai eu tudo gastei sem nada querer e estou
Perdoa-me, pois viver longe de ti
Já não dá mais eu descobri
Que só o teu amor me satisfaz
Pai eu tudo gastei sem nada querer e estou
Perdoa-me, pois viver longe de ti
Já não dá mais eu descobri
Que só o teu amor me satisfaz
Pôs sandálias aos meus pés e inteiro me lavou
E novas vestes em mim colocou
Pôs em mim um anel, me dignificou
E a mim a sua herança de novo confiou
E novas vestes em mim colocou
Pôs em mim um anel, me dignificou
E a mim a sua herança de novo confiou
Pai eu sei que já não mereço o teu amor
Pai eu tudo gastei sem nada querer e estou
Perdoa-me, pois viver longe de ti
Já não dá mais eu descobri
Que só o teu amor me satisfaz
Pai eu tudo gastei sem nada querer e estou
Perdoa-me, pois viver longe de ti
Já não dá mais eu descobri
Que só o teu amor me satisfaz
Vou Voltar – Dawidson Silva
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