“A vida feliz é a alegria que provém da
verdade” Santo Agostinho
Amados, confesso ter lutado essa
semana para achar algo que pudesse falar de novo e que pudesse animar não só o
coração de vocês, mas também o meu, e o meu novo é de certa forma bem antigo, mas
ainda assim bastante válido: falemos então um pouco sobre Agostinho.
Acho
que dos exemplos de santidade que vi até hoje, um dos que mais me atrai é o de
Agostinho de Hipona, precisamente por ele ter sido tão pecador quanto alguém
pode ser e ter sido resgatado pela misericórdia infinita de Deus. Agostinho
desde sua juventude tinha uma inquietação em sua alma, ele queria saber o que
era a verdade. Algo bastante curioso para se querer saber né? Ele não buscava “uma”
verdade, mas sim “a” verdade, algo absoluto, coisa que está em falta no
nosso mundo que cada vez mais sucumbe ao relativismo.
Na primeira parte das confissões,
vamos assistir ao jovem Agostinho enveredando por todos os caminhos possíveis
em sua busca implacável. Ele buscou a verdade na filosofia, na astrologia, no
maniqueísmo e em tantos outros lugares. Enquanto buscava, se permitia
entorpecer pelos prazeres do mundo, achando que eles também faziam parte da
verdade, e cada vez mais se afundava. A corda que segurava Agostinho de se
perder de vez era a crença em um Deus, perfeito e imutável, criador de todas as
coisas, mas a sua busca se baseava em tentar ver a verdade e buscar a sua
felicidade nas criaturas e não no criador. A mente aguçada que Agostinho
recebeu como dom de Deus o levava também a ver a incompletude em tudo e a vagar
por todos os lugares em uma busca que eventualmente o levaria, não pela
sensibilidade, mas pelo intelecto, a Igreja Católica e ao encontro com Deus.
Ainda depois do seu encontro com o Pai, Agostinho se debatia entre as alegrias
do mundo e a felicidade que existe em Deus, e passou por um processo até ver,
depois de ter provado de toda a sorte de alegria e de “verdade”, que somente
uma existia.
A constatação que Agostinho demorou
anos para fazer é de certa maneira simples. Ele percebeu que a felicidade e a
verdade não eram coisas, mas uma pessoa, a pessoa de Jesus Cristo. Essa
percepção foi o ponto de viragem na vida de Agostinho, que decidiu se abandonar
nos braços do amor e da misericórdia que a tanto lhe chamavam. Como sempre, vou
trazer esse exemplo para nós porque a santidade não é algo que não possa ser a
nossa realidade. Vou começar por mim.
Eu
antes de Deus era o primeiro a falar que a verdade é uma questão de opinião em
determinadas situações, que nada servia para todos da mesma maneira e que não
existe algo que seja verdade para todos e por isso buscava qual seria a minha
verdade, aquilo em que poria minha fé. Várias coisas já foram titulares da
minha fé: a ONU, os direitos humanos e tantos outros princípios e crenças
(passei até por um tempo em que achava o Islã algo bastante legal). Acho que
não preciso dizer que minha busca sempre batia na parede. Quanto a felicidade,
geralmente a encontrava no fundo de um copo de Tequila, em uma noite qualquer,
em algum lugar, em conversas impróprias e outras coisas (não vou citar meus
prazeres lícitos porque não vem ao caso). Não preciso afirmar que isso não era
felicidade.
Eventualmente,
eu cansei de procurar em tantos lugares e um relacionamento me levou a querer
algo a mais, e esse querer me levou a um retiro onde eu me encontrei com a
verdade e a felicidade, ambas em artigos definidos, e em realidade definida
pela pessoa de Jesus Cristo. Isso mudou tudo. A percepção do que é real termina
por mostrar a falsidade de todas as coisas, mas me encontro em uma situação
bastante curiosa que pode também ser a sua. Sabe as tais alegrias que não são
felicidade? Eu ainda gosto de algumas. Sabe as “verdades”? Eu ainda estou num
processo de encontro cada vez mais profundo com a verdade para me desvencilhar
de todas as outras. E sabe do mais? Agostinho também passou por isso. Mas eu
quero ressaltar uma necessidade: é preciso dar o passo na direção da verdade.
É preciso sair do comodismo do relativo para
viver o radical, sair da ilusão das imagens e abraçar a realidade. É bem
difícil sabe? Você vai recordar as vezes dos velhos prazeres, vai questionar o
que não entende, mas uma vez que a verdade foi vista, o seu coração não vai
conseguir mais ignorá-la e aí começa o caminho. Não trilhamos esse caminho
sozinhos, mas com um Deus amoroso que nos tomou pela mão desde o começo, mas
que precisa escutar constantemente, a cada dia e a cada passo que você
quer, que você deseja caminhar na verdade e na felicidade.
Escrevi
sobre Agostinho e falei um pouco de mim para mostrar como é difícil romper com
tantas coisas que já fizeram parte da nossa vida e nos jogar no abismo de Deus,
mas todo caminho precisa de um primeiro passo e de passos constantes. Ainda que
seja aos poucos, que não seja tudo de uma vez, precisamos nos decidir pela
verdade e pela felicidade, nos decidir por Jesus. É muito lindo dizer que o amo
e permanecer fora, amor sem decisão é puro sentimentalismo. Fica o convite para
vocês e para mim: decidamos AMAR!
Tenhamos a coragem de nos confiar no amparo da
graça de Deus para viver a nova vida de amor, alegria e verdade que existe em
Jesus Cristo.
Tenhamos
a coragem de buscar a vida feliz da verdade, a vida de cruz e ressurreição que
nos propõe o salvador!
Shalom!
Tarde,
tão tarde eu te amei
Tão
longe de ti andei
Tão
longe que me perdi
Fora,
tão fora de mim busquei
Tão
fora que eu arrisquei
Perder-me
de ti
Tarde,
tão tarde te amei
Tão
longe de ti andei
Tão
longe que me perdi
Fora,
tão fora de mim busquei
Tão
fora que eu arrisquei
Perder-me
de ti
Então
tua doce voz ouvi
Eu
acordei não resisti
Estavas
tão dentro e tão fora preso
Brilhaste,
agora te vejo
Refrão
Senhor
te encontrei, como te deixarei?
Selaste
minha alma, tocaste com tua paz meu coração
Senhor
te encontrei, como te deixarei?
Selaste
minha alma, tocaste com tua paz meu coração
E
agora anseio por ti
(Agora Te
Vejo – Missionário Shalom)
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