Evangelho - São Mateus 10, 7-15

(Por Bruno Fachi)

“Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’.” (Mt 10, 7)

Bom dia amados e amadas em Deus, que a Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo e o Amor de Maria Santíssima estejam convosco neste dia.
No evangelho de hoje, São Mateus indica em seu evangelho que a mensagem que os enviados de Deus devem anunciar é a mensagem de Jesus, o Reino de Deus, que irrompe na história com o poder da libertação de todo mal que afeta a sociedade e a família humana.
Somos escolhidos a todo o momento para levar a sua Boa Nova, sendo ela, a principal tarefa que devemos tomar em nossa vida de missão, porém, a vida de quem é escolhido de Jesus consiste em fazer as obras do reino de Deus para manifestar a sua presença no meio dos homens.
Ser escolhido, é deixar de lado as suas próprias obras para que, como enviados por Jesus, realizemos as obras de Deus, e, de maneira igual à de Jesus, os portadores da mensagem devem adotar seu mesmo estilo de vida itinerante e pobre: não levar consigo duas túnicas, pois seria um luxo, nem outro e nem prata para o caminho, simplesmente viver de maneira mais humilde e simples o cotidiano, com apenas o suficiente para o seu sustento.
Para que seja possível viver este chamado que Deus nos concedeu, nós não devemos colocar a nossa confiança nos bens materiais, mas em Deus, que tudo proverá para que a nossa obra seja coroada de êxito. Quando depositamos nossa confiança nos bens materiais, perdemos a chance de deixar Deus nos utilizar como instrumentos, impedindo-o de falar através de nós mesmos.
Na escolha dos doze apóstolos, o Senhor não escolheu os doutores da lei da sua época, as pessoas mais estudadas, as pessoas com um maior conhecimento teológico, mas sim as pessoas mais humildes e sem muito conhecimento, isso por quê? Porque Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos.
Isto ocorre em nosso dia a dia também, nós somos chamados a pregar o Santo Evangelho, a todo instante por meio dos dons que o Senhor nos deu através de seu Espírito Santo. “De graça recebestes, de graça deveis dar!” (Mt 10, 8c). De graça o Autor da Existência nos deu estes dons, e é de graça que devemos dar nossos dons aos próximos, em homenagem ao Pai Celeste. Pensamos “Mas Senhor, eu não canto tão bem como aquelas pessoas do ministério da música. Não prego tão bem como aquele pregador. Ele canta melhor do que eu. Ele prega melhor do que eu. Ele ora melhor do que eu”. Murmúrios e mais murmúrios, se dizendo indigno daquilo que o Senhor vos chamou, mas se o Senhor vos chamou para aquilo é porque dignos somos, Deus nos acha e nos torna dignos de tal trabalho. Não é porque o irmão canta ou prega melhor do que nós, que devemos desistir e abandonar os dons que Deus nos deu, pois Ele nos colocou no caminho de alguém para a sua Salvação.
Com a confiança em Deus, e em saber que Ele nos deu seus dons com algum propósito, nós como discípulos de Jesus devemos procurar estar atentos a tudo o que acontece ao nosso redor, para que não percamos nenhuma chance de fazer o bem aos que necessitam dEle e possamos ser, também, promotores da paz.
Jesus fez da caridade o novo mandamento. Amando os seus “até o fim” (Jo 13,1), manifesta o amor do Pai que Ele recebe. Amando-se uns aos outros, os discípulos imitam o amor de Jesus que eles também recebem. Por isso diz Jesus: “Assim como o Pai me amou, também eu vos amei. Permanecei em meu amor” (Jo 15,9). E ainda: “Este é o meu preceito: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12) (CIC §1823).
Nós como membros de uma igreja missionária pobre e comprometida com os pobres somos necessariamente chamados, até mesmo dentro da própria comunidade cristã, a criar problemas, a encontrar oposição, a ser sinal de contradição e a ser perseguidos se formos portadores da paz e da justiça da Boa Nova. Devemos levar conosco a exigência da reconciliação entre Deus e a família humana e dos homens e mulheres entre si; e isso não pode acontecer sem a justiça e sem a eliminação de todas as barreiras que discriminam, exploram e oprimem pessoas, coletividades e povos.
Neste dia irmãos, proponho a todos nós a pararmos e observarmos dentro de nós todos aqueles dons que o Senhor nos deu e nós negligenciamos por nos acharmos indignos, e darmos Graças a Deus, levantarmos louvores a Ele, agradecendo por tudo àquilo que Ele nos deu, e sim, devolvermos da forma que Ele deseja, da forma que nós mais temos facilidade, seja cantando para alegrar a vida de alguém triste, pregando para animar a vida de alguém que não tem mais ânimo em viver, doando um quilo de alimento, àqueles que não possuem um pedaço de pão em sua mesa para alimentar toda a família.
Quero olhar nos teus olhos
Quero ouvir tua voz
Quero sentir alegria de ser teu
Vejo como os pássaros cantam
E ti louvam meu Senhor
São livres, livres
Livres pra voar
Como as aves quero voar
Rumo ao céu pra te louvar
No voo rasante perante o teu sagrado coração
E a brisa suave fará minha voz ressoar
Qual um pássaro a cantar.


 (Thiago Brado – Qual um pássaro)

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