(Por Bruno
Fachi)
“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso
dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. ” (Mt 11,28)
Bom dia amados, que neste dia que se inicia possamos nos
abandonar no descanso perfeito do colo do Pai.
Você já parou alguma vez na sua vida e quis jogar tudo
para o alto? Desistir de tudo? E disse: “Senhor, eu não consigo, não dá mais”?
Aquela vontade de acabar com tudo o que construiu, com tudo o que conquistou,
pois não vê mais alegria nem força de vontade de continuar a fazer essas
coisas? Não sei vocês irmãos, mas por muitas vezes estes pensamentos tornam a
voar em minha mente. E por que isso? Porque sou humano,
sou fraco e pecador.
No mundo atual em que vivemos, há pessoas que acreditam
que viver a verdade da religião encontra-se num rigorismo muito grande,
principalmente no que diz respeito às exigências morais e rituais, onde nada se
pode fazer ou tudo o que fazemos está errado. Com isso, a religião é vista como
um instrumento de opressão, que somente os loucos vivem este tipo de vida.
Quando começamos a viver a verdade de Cristo é tudo uma
maravilha, nossas famílias e amigos ficam orgulhosos de nós, pois estamos
servindo a Deus e conseguimos encaixar nossos afazeres particulares com os de
nossa vida religiosa, mas com o tempo a nossa vida na igreja começa a nos tomar
mais tempo, nos exigir um maior comprometimento, e nosso grande tempo que
tínhamos para sair com os amigos e familiares vai diminuindo e aqueles que se denominavam
“amigos” vão indo embora e nos deixando só.
Então o sentimento de culpa,
de querer voltar atrás vem ao nosso encontro, nos desiquilibrando de nossa
caminhada. Queremos eles de volta, mas queremos também a Deus, e esta opressão
vai se acumulando sobre nós, deixando-nos com uma carga pesada em nossa vida.
Quantas vezes em nossas
próprias famílias somos vistos com maus olhares por deixarmos de fazer algo com
eles para irmos ao encontro de Deus? Onde dizem que não temos mais vida; que esquecemos
que eles existem; que o que estamos fazendo não nos trará futuro algum; que
tudo isto é perda de tempo? Isso nos destrói por dentro, não apenas as palavras,
mas também seus olhares.
Neste ano tomei a maior
decisão de minha vida, de me abandonar totalmente aos pés de Cristo para viver
os seus planos em minha vida, seguir seus passos. Decidi me tornar um
sacerdote. Não foi uma decisão fácil, pois todos os meus sonhos de conquistar o
mundo teriam de ser deixados de lado. Desde pequeno quando comecei a atuar na
igreja, muitos me diziam que eu havia um dom para me tornar um padre um dia,
porém, eu sempre recusava esta ideia para minha vida, queria me casar, ter uma
família grande com condição financeira boa para sustentá-la, mas Deus me quis
somente para Ele. Quando contei minha decisão para minha amada mamãe, ela
apenas chorava por ver seu filho indo embora, mas aceitava minha decisão, logo
mais ela contou para o restante da família esta decisão radical da qual decidi
tomar, decisão da qual acolheram de braços abertos, porém, ainda havia uma
pessoa da qual eu não tive coragem de contar, uma pessoa da qual eu não tenho
contato e se encontra longe de minha vida, meu pai. Mês passado no aniversário
de minha irmãzinha ele esteve presente, mas se manteve isolado de todos. Minha
mãe após o término da festa, veio me relatar quando ela estava contando aos
convidados de minha decisão e ele escutou, meu coração ansiava com medo por uma
resposta, então perguntei se ele havia falado algo. Ela como mãe, sabendo
melhor do que eu mesmo de meus sentimentos, disse calmamente que ele apenas
balançou a cabeça com um ar de reprovação e logo ela se calou. Naquele instante
a cruz da qual eu carregara ao encontro de Deus se tornara pesada demais para
eu carregar sozinho, não aguentei mais com ela e cai. Meu pai, o homem que
deveria ser meu exemplo de servidão à Deus, foi o único a me oprimir por minha
decisão, não me desmoralizando com palavras, mas apenas com um simples balançar
de cabeça.
Me senti um nada desde
então, sem rumo a seguir, querendo apenas jogar tudo para trás, pois me tornara
uma pessoa abatida, agoniada pelos mecanismos de exclusão social e religiosa,
vindo principalmente de uma pessoa que é sangue do meu sangue.
Neste evangelho de
hoje, Jesus me mostrou e nos mostra que nossa vida não deve ser assim. Ele nos
propõe para levarmos um novo jugo, uma nova carga em nossas vidas: o jugo da
liberdade, que exige ao mesmo tempo humildade e mansidão, isto é, honestidade
pessoal e capacidade de diálogo e tolerância. Jesus veio ao mundo para trazer a
libertação do jugo do pecado e da morte e nos mostra que a verdadeira religião
é aquela que liberta as pessoas de todos os pesos que as oprimem na sua
existência.
De fato, a alegria é
uma caraterística dos cristãos católicos, pois desde a igreja primitiva, os
cristãos eram sempre alegres. “Chamaram
os apóstolos e mandaram açoitá-los. Proibiram que eles falassem do nome de
Jesus, e soltaram-nos. Os apóstolos saíram alegres por terem sido considerados
dignos de sofrer injúrias por causa do nome de Jesus” (At 5, 40-41).
O verdadeiro
cristianismo é aquele que não está fundamentado na autoridade e na rigidez, mas
na humildade de coração, porque o nosso Salvador, fundador da Igreja Católica
Apostólica Romana, Jesus Cristo, manso e humilde de coração, é o Mestre de todo
o nosso agir. Nenhuma preocupação se estamos o servindo demais e deixando nossa
família de lado deve ocupar o nosso coração, pois se estamos um pouco afastados
deles para servir ao Senhor, Ele lá estará em nosso lugar os protegendo de todo
o mal.
Deus ao nos enviar,
seus seguidores, a uma tarefa aparentemente que excede nossa capacidade humana
é o único capaz de fazer com que essas cargas e esses jugos se transformem em
júbilos de alegria e indescritíveis ao ver como o reinado de Deus vai se
tornando realidade entre todas as nações.
Neste dia amados, não
apenas eu, mas também o Senhor Nosso Deus, desejamos que todo este peso em
nossas costas possam ser depositados aos seus pés, para que enfim, uma nova
carga de felicidade possa estar sendo carregada por todos nós.
Bem mais do que eu mesmo me conheces
Tu sabes dos segredos do meu coração
Bem mais do que eu mesmo me conheces
Tu sabes dos segredos do meu coração
Tu sabes de minhas dores, de meus planos
Me conheces como a palma de Tua mão
Esteja eu no mais profundo abismo,
na terra mais distante ou no imenso mar,
Esteja eu no vale tenebroso ou em Teus átrios a Te louvar...
O Teu amor me sustentará, a Tua graça não me faltará
Como um selo gravado em meu coração,
Tua vontade em mim se cumprirá
O teu amor me sustentará, a Tua graça me bastará
Atravessarei os desertos, subirei as montanhas
Se preciso for, pra Te seguir, Senhor...
Já não sou mais chamado um servo Teu
Mas amigo escolhido por Ti
Sei que o meu coração é do amado meu
Para sempre o hei de seguir
Tu sabes dos segredos do meu coração
Bem mais do que eu mesmo me conheces
Tu sabes dos segredos do meu coração
Tu sabes de minhas dores, de meus planos
Me conheces como a palma de Tua mão
Esteja eu no mais profundo abismo,
na terra mais distante ou no imenso mar,
Esteja eu no vale tenebroso ou em Teus átrios a Te louvar...
O Teu amor me sustentará, a Tua graça não me faltará
Como um selo gravado em meu coração,
Tua vontade em mim se cumprirá
O teu amor me sustentará, a Tua graça me bastará
Atravessarei os desertos, subirei as montanhas
Se preciso for, pra Te seguir, Senhor...
Já não sou mais chamado um servo Teu
Mas amigo escolhido por Ti
Sei que o meu coração é do amado meu
Para sempre o hei de seguir
(Missionário Shalom – Teu
Amor me Sustentará)
Comentários
Postar um comentário
Fale conosco através do email: minionscatolicos@gmail.com