Evangelho - Mt 13, 10-17

(Por Bruno Fachi)

“Jesus respondeu: ‘Porque a vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado”. (Mt 10, 11)

Bom dia, amados! A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo e o Amor de Nossa Santa Mãezinha esteja em seus corações.

No evangelho de hoje o Senhor vem falar diretamente conosco a respeito de nossa ligação com Ele. Por muitas vezes Jesus conta parábolas a quem estiver ouvindo com o intuito de lhes ensinar algo, mas por quê? Por que parábolas se Ele poderia dizer: “você está errado nisto e aquilo, mude estas coisas e aquelas outras”?

Por meio das parábolas que aparecem no Novo Testamento podemos nos aproximar do que Jesus sentia e pensava a respeito do Reino de Deus que vinha anunciar; podendo também experimentar a experiência própria de Jesus sobre o modo de agir de Deus, seu Pai misericordioso.

O tema das parábolas de Jesus sempre é o Reino de Deus, não sendo uma teoria, mas como uma história que necessita de uma resposta para ser compreendida.

Quem tem um coração disponível, olhos e ouvidos atentos às propostas de Deus, com certeza ouvirão, enxergarão e entenderão os recados que o Divino quer dizer por meio de suas parábolas, porém, quem vive preocupado consigo mesmo, com seu crescimento profissional, fundamentando o seu egoísmo, é incapaz de entender as mensagens de Deus em suas parábolas.

 Aqueles que buscam viver a vontade de Deus, buscando uma abertura para Ele e para os irmãos e irmãs no sentido de viver cada vez mais e melhor o amor, pode entender as parábolas de Jesus. Nós cristãos mesmo sem enxergar o final do caminho, nós prosseguimos dando passos de fé na esperança de ver e ouvir o que o Senhor tem para nos falar, pois procuramos abrir espaço para que a graça de Deus atue, sendo ela, uma condição fundamental para que haja de fato entendimento da palavra de Deus.

A intensidade da nossa busca é a medida apropriada para que nós possamos entender os mistérios do reino dos céus. Jesus é quem nos revela isto neste evangelho. Nem todos sabem aproveitar a graça que o senhor concede de enxergar os seus desígnios por meio da palavra anunciada e proclamada.

Jesus nos conforta e nos assegura que nós, ao aceitarmos a sua palavra, entraremos já em um processo de compreensão dos mistérios do reinado de Deus. O que está à nossa vista não é alcançado pela fé, portanto, quem procura encontrar razões e justificativas para os ensinamentos de Deus nunca poderá entender e apreender as suas lições.

A fé, portanto, é o termômetro que mede a nossa disposição de ver e ouvir o que o Senhor tem a nos revelar. É de dentro do nosso coração que procedem a mais pura intenção ou então, a mais obscura pretensão. Quanto mais nos dispomos a não querer entender com a nossa razão e sim com a nossa fé, mais nós experimentaremos a manifestação do Espírito Santo que interpreta quando o Pai nos fala através dos fatos e acontecimentos bons ou maus aos nossos olhos ou então, por meio das pessoas que são seus instrumentos.

Devemos a todo instante estar aberto às moções do Espírito Santo, para também sabermos encontrar soluções quando tudo parecer ter chegado ao fim. Muitas vezes, nós escutamos a palavra de Deus e achamos bonita, mas quantas vezes nós a escutamos e não compreendemos o que nos foi falado, pois nossa mente e nosso coração estão longe, voando, e não nos abrimos para o essencial.

Jesus nos dirige duras palavras que são palavras de denúncia e condenação, mas são, sobretudo, um convite de arrependimento e à conversão. Que Deus hoje quebre toda a frieza, toda a indiferença, toda a falta de sensibilidade do nosso coração para que a Palavra de Deus abra as janelas e nossos ouvidos da alma; que Ele nos abra por inteiro para que nenhuma insensibilidade tire a força da Palavra de Deus de nossas vidas.