Evangelho - Mt 13, 47-53


(Por Bruno Fachi)

“O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. ” (Mt 13, 47)

Bom dia, amados! A Paz de Jesus e o Amor de Maria estejam convosco.
No evangelho de hoje Jesus vem nos insistir no desfecho do Reinado, que nos ensina por meio de tantas e tantas parábolas, não para tentar nos ameaçar ou infundir terror, mas sim para nos mostrar o que é extraordinariamente importante. Deus nos deu a total liberdade para escolher o nosso destino, pois assim como há escrito em sua Sagrada Escritura: “É para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou. Ficai, portanto, firmes e não vos submetais outra vez ao jugo da escravidão” (Gl 5,1). O Senhor nos mostra que o desfecho do Reinado em nossa vida é o dom que se oferece e o decisivo da resposta da pessoa.
Deus sabe totalmente de nossa vida, nossas escolhas, nossos erros e vitórias; Deus sabe tudo, e por saber tudo nos ama imensamente, nos ama tanto ao ponto de nos tornar pessoas livres, para escolher o nosso próprio caminho a percorrer.
No evangelho de hoje, São Mateus vem nos tranquilizar, o povo cristão, fazendo-nos ver que a Boa Nova não veio fazer da cultura e tradição religiosa de nossos antepassados uma tábua aplainada e sem arestas, e sim o contrário: veio infundir nelas um novo e inesperado vigor, pois a presença do Reino de Deus na nossa história não pode ser obscurecida pela presença do mal no mundo.
Jesus entendeu desde o princípio aquilo que Deus queria para o mundo e assim o ensinou a seus discípulos e vem nos ensinar hoje também, que o reinado de Deus deve fazer parte dos valores da cultura, que são valores que provem do próprio Deus, ou seja, se nós damos um passo para a proposta de Jesus, não há razão para perdermos os valores de nossa cultura. As pessoas devem ser capazes de analisar toda a realidade a partir dos critérios do Reino, para que conduzidos pelo fogo do Espírito Santo, sejamos capazes de discernir o bem do mal e escolher o que contribui para que possamos nos aproximar cada vez mais de Deus.
Todos os nossos passos que damos, sãos dons que devemos colocar à disposição do Reino de Deus, que não vem destruir, e sim construir sobre tudo o que conseguimos até o momento.
Do mesmo modo que pássaros do céu pousam sobre árvores para construírem seus ninhos, no Reino de Deus todas as culturas e tradições religiosas da terra são bem-vindas, reconhecidas e chamadas a unir-se pelo mesmo propósito, Jesus. Desta maneira a igreja que está a seu serviço também deve ser, tornando possível o encontro, a harmonia e o diálogo, pois existe lugar para todos os trabalhadores do Reino de Deus.
Esta distinção não dá direito ao Cristão de condenar ninguém que não seja “igual” a ele, ou até mesmo os que erram não escolhendo aquilo que o Senhor tanto almeja, a nossa felicidade; ao contrário, nós devemos ser um instrumento nas mãos de Deus para que todos sejamos capazes de fazer esta distinção e trilhar os caminhos do bem.
“Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo. E aí, haverá choro e ranger de dentes” (Mt 13, 49-50). Jesus veio ao mundo para trazer amor e misericórdia, mas nem por isso, signifique que todos irão alcançar o reino dos céus, somente os justos, os puros de coração alcançarão tal glória, de estar perto de Deus. Viver a radicalidade que é seguir a Deus não é sinônimo de tristeza, pelo contrário, seguir a Cristo é viver plenamente na felicidade.
No coração de cada homem e de cada mulher, ressoa a todo instante o convite de conhecer o Reino de Deus, porém, sempre nos confrontamos com nossa condição pecadora, mas não devemos temer nem desanimar, pois Deus é quem nos anima, Ele nos purifica para podermos ser admitidos à sua presença.
O coração é o centro dos sentimentos e intenções da pessoa humana. Se a Bíblia nos ensina que Deus olha, não às aparências, mas ao coração, podemos igualmente afirmar que é a partir do nosso coração que podemos enxergar a Deus. Sendo assim, a verdadeira felicidade que brota de um coração puro consiste em nosso discernimento daquilo que pode contaminar o nosso coração, formando em nós mesmos uma consciência reta e sensível sobre a vontade de Deus.
Hoje lhes faço as seguintes perguntas: Onde está o vosso tesouro? Qual é o tesouro onde repousa o vosso coração? Por muitas vezes nossos corações podem se apegar a tesouros verdadeiros ou falsos, podem encontrar um repouso autêntico ou então adormecer e tornam-se preguiçosos e entorpecidos. Nosso tesouro, o nosso bem mais valioso que podemos ter é a nossa relação com Deus.
Devemos a todo instante estar convencidos de que nós temos um valor inestimável aos olhos Deus, Ele nos ama e nos acolhe incondicionalmente do modo que somos. Nossa vida só tem sentido quando compreendemos esse amor de Deus por nós.
Neste dia irmãos, venho nos convidar a se abandonar no Colo de Pai, permitindo que Ele nos transforme em pessoas de puro coração, almejando um dia estar em seu Reino Celeste, fazendo hoje mesmo onde estamos uma amostra do Reino de Deus não apenas em nossa vida, mas na vida de todos os nossos irmãos, pois todos somos operários na construção do Reino de Deus, e há lugar para todos nós ao lado de Deus.

Onde, está o meu coração,
Ali estará, o meu tesouro maior,
Sim eu sei, que o meu desejo é me sentir,
Mais que tudo muito amado.
Sonho, em um dia conhecer,
A plenitude, do verdadeiro amor,
Sim eu sei, que eu nasci pra ser feliz,
E um dia em mim,
O amor se realizará.
Pobre coração, que sempre quis olhar,
Pra quem não te dá amor,
A quem não te quer feliz.
Pobre coração, desperta e se achegue,
A quem quer te dar amor,
Aquele que é o maior tesouro,
Pra ti...
Erga o teu olhar,
e veja o coração de Deus,
Este sim, é o teu lugar,
Em nenhum outro há tanto amor,
Ele é tesouro,
Que é teu é todo o teu,
Meu coração, só se estiver junto de Deus,
Oh, coração, só assim serás feliz. 

(Banda Arkanjos – Meu Tesouro)

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