(Por Mariana Neves)
“Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que eviteis a
impureza; que cada um de vós saiba possuir o seu corpo santa e honestamente,
sem se deixar levar pelas paixões desregradas, como os pagãos que não conhecem
a Deus” (1 Ts 4, 3-5)
Olá, irmãos em Cristo!
Na semana passada, por ser um dia tão importante para a nossa Igreja, não
falamos sobre as doenças espirituais. Iremos retomar e dar prosseguimento a
este assunto que eu acho muito importante para que possamos nos conhecer melhor
e assim evitar as ocasiões de queda.
Hoje, o assunto é um
pouco mais complicado. Iremos abordar sobre a luxúria. De acordo com o
Catecismo da Igreja Católica, luxúria é “um desejo desordenado ou um gozo do
prazer venéreo”, ou seja, tirar toda carga espiritual da sexualidade e
transformar a sexualidade num momento de prazer, descomprometido e
irresponsável. Se não tem a finalidade de união e procriação, o prazer sexual é
moralmente desordenado. Como acredito que a maioria dos nossos leitores são
jovens que estão solteiros ou ainda namoram, vou falar mais sobre a vivência da
castidade em si, tema que já abordamos aqui no blog e vale a pena conferir.
A castidade é a virtude
que se opõe a luxúria, ou pornéia em grego. Muitos pensam que a castidade é
para aqueles que não têm a intenção de se casar. Porém, a castidade deve ser
vivida por todos os cristãos: sejam aqueles que vivem em um estado de vida
transitório (os solteiros), ou aqueles que estão comprometidos com o celibato
ou o matrimônio. Quem peca contra a castidade está ferindo o 6º e 9º
mandamentos.
A sexualidade humana no
projeto original de Deus é ver através do corpo do outro e enxergar através do
corpo da pessoa a beleza do Criador, o dom de Deus. Por causa do nosso pecado
original, que tornou os nossos olhos defeituosos e faz com que enxergamos os
corpos dos outros de uma forma opaca. A Igreja Católica tem lutado bastante
para nos mostrar que o sexo é algo sagrado e que deve ser vivido na realidade
sagrada do matrimonio.
“Eu,
porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já
adulterou com ela em seu coração” (Mt 5, 28). Nesta passagem,
Jesus quer nos mostrar que antes de ser cometido em ato, o pecado foi cometido
centenas de vezes no interior, nos pensamentos. Os Santos Padres vão dizer que
o ato da luxúria começa com a fantasia, que é a faculdade da alma. O correto é
que a alma comande o nosso corpo, mas na luxúria acontece o desregramento, em
que o corpo manda na alma e a alma não obedece ao Espírito Santo.
Ainda sobre a fantasia,
ela é o órgão da alma que é capaz de estar em contato com o nosso corpo e que é
alimentada por qualquer um dos nossos cinco sentidos. Ou seja, tudo o que está
na nossa fantasia, já passou por nosso corpo, em qualquer um desses sentidos. E
aí, quando o corpo quer mandar em nossa alma, ele alimenta a nossa fantasia. É
na fantasia que o demônio nos tenta. Antes de sermos tentados da prática, fomos
tentados várias vezes na fantasia.
Lembrando a vocês que
minha fonte para esses textos é o Padre Paulo Ricardo, e em uma das suas aulas
ele diz que um pecado mortal é lentamente formado antes de ser cometido. Para
cometer um pecado mortal é só um passo que foi precedido por uma multidão de
outros pequenos passos e para que evitemos a queda, temos que exercitar a nossa
força de vontade. Hoje em dia, as novelas explicitam muito o sexo, muitas
músicas também tem seu cunho sexual, a internet está cheio de conteúdo fácil
como a pornografia. Por isso, para exercitar a minha força de vontade
precisamos dizer não às novelas, não às músicas que nos levam a pecar (que seja
apenas no pensamento), precisamos evitar passar horas e horas na internet e
começar a nos ocupar de coisas santas. Até mesmo o exercício físico pode ajudar
nesse exercício da força de vontade.
E por que caímos tanto
no pecado da luxúria? Porque ao invés de ter consciência de que só Deus pode
nos saciar, saímos por aí tentando preencher nossos corações. Precisamos
entender que fomos criados para ser sozinhos, a solidão faz parte do nosso ser
e precisamos ter coragem de vive-la. Para isso, precisamos ser mulheres fortes
e valorosas e homens fortes e viris para enfrentar a solidão. A solidão é um
dom de Deus, pois permite o encontro. E nós jovens não sabemos lidar com essa
solidão porque somos cheios de barulhos externos que nos atrapalham. Somente se
nós formos capazes de enfrentar a nossa solidão, seremos capazes de encontrar
outras pessoas, porque nesse encontro ninguém vai ter a pretensão de preencher
a solidão do outro. Homem nenhum e mulher nenhuma podem nos preencher, só Deus
pode!
Namorados, caminhem
juntos sem um querer saciar o outro. Não encontramos nesse mundo algo que nos
sacie. Coloquemos um freio na nossa fantasia, nesse mundo fantasmático em que
vivemos. As criaturas não são capazes de nos preencher. Precisamos parar de
criar fantasmas que depois vão nos atormentar, exigir da vida aquilo que ela
não pode nos dar.
“Bem-aventurado
quem experimenta por Deus um desejo tão grande quanto o de um louco enamorado”
(São João Clímaco). Não podemos reprimir nossa energia
sexual, mas canalizá-la de forma correta: jogar em Deus. Busquemos primeiro as
coisas do alto! Exercitemos a nossa vontade, coloquemos um freio nas nossas
fantasias, saibamos conviver com a nossa solidão e tenhamos paciência! A luta
contra o pecado da luxúria irá durar a vida inteira e a cura não acontece da
noite para o dia. É necessário que sejamos prudentes e vigilantes.
Que o Nosso Senhor
Jesus Cristo seja sempre a nossa meta de santidade e o céu o nosso foco!
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