(Por Mariana Neves)
“Todo o batizado é chamado à castidade. O cristão ‘revestiu-se de
Cristo’, modelo de toda a castidade. Todos os fiéis de Cristo são chamados a
levar uma vida casta, segundo o seu estado de vida particular. No momento do
seu Batismo, o cristão comprometeu-se a orientar a sua afetividade na
castidade” (CIC §2348)
Olá, pessoal! Espero que
estejam gostando dos temas que escolhemos para escrever para vocês durante essa
semana, sobre a vocação matrimonial. Já falamos aqui sobre a espera, sobre o
namoro santo e, hoje, vamos falar sobre a castidade no casamento.
Mas como assim castidade
no casamento? Não é quando eu caso que eu posso ter relações sexuais com
meu/minha esposo(a)? Antes de tudo, vamos entender o que é a castidade. Castidade
não consiste só na abstinência sexual, mas viver sua sexualidade de forma pura,
com fidelidade, doação e totalidade.
No casamento, quando os
noivos estão fazendo seus votos, eles prometem ser fieis ao seu companheiro. “Os dois entregam-se, definitiva e
totalmente, um ao outro. Doravante, já não são dois, mas uma só carne. A
aliança livremente contraída pelos esposos impõe-lhes a obrigação de a manter
una e indissolúvel” (CIC §2364). Essa fidelidade consiste em ser exclusivo
de uma única pessoa, pois foi nele que Deus colocou tudo o que é necessário
para nos completar em todos os sentidos. E ser fiel não é só trair em atos
concretos, mas também por pensamentos, através de pornografia. E a sua fidelidade
não pode ser baseada na fidelidade do outro, afinal de contas, é você quem faz
o voto de fidelidade perante Deus. “O
sacramento do matrimónio introduz o homem e a mulher na fidelidade de Cristo à
sua Igreja. Pela castidade conjugal, eles dão testemunho deste mistério perante
o mundo” (CIC §2365).
A relação sexual não pode
ser também para buscar somente a satisfação pessoal. A entrega ao esposo é uma
representação terrestre de entrega ao próprio Deus, uma representação viva de
Jesus, e por isso deve-se respeito, amor, serviço e dedicação. Então, nessa
entrega, a vivência da sexualidade é para ambos, onde a realização do outro é o
objetivo. “Pela união dos esposos
realiza-se o duplo fim do matrimónio: o bem dos próprios esposos e a
transmissão da vida. Não podem separar-se estes dois significados ou valores do
matrimónio sem alterar a vida espiritual do casal nem comprometer os bens do
matrimónio e o futuro da família” (CIC §2363).
A doação deve envolver a
totalidade do casal, tudo o que eles são para ser verdadeira. Roberta Castro,
escritora da Editora Canção Nova diz assim: “A
relação sexual na total doação não pode ter limitação, precisa acolher tudo o
que o outro é, inclusive na sua fecundidade. Por isso, um casal que se fecha
aos filhos (usando métodos anticoncepcionais, por exemplo) está rejeitando um
dom existente no outro. Não se doam por completo e, por isso, não vivem uma
castidade real”.
“A
castidade implica uma aprendizagem
do domínio de si, que é uma pedagogia da liberdade humana. A
alternativa é clara: ou o homem comanda as suas paixões e alcança a paz, ou se
deixa dominar por elas e torna-se infeliz” (CIC §2339).
Por isso, um casal que procura viver a castidade no seu casamento será feliz e
completo, porque não precisarão buscar se satisfazer em outras paixões.
Um dos meios que o casal
pode buscar para viver a castidade é o Método de Ovulação Billings, que é um
método de regulação natural da fertilidade e que é um dos métodos naturais
aprovado pela Igreja. Quando os esposos utilizam desse método para viver a sua
sexualidade, o casal faz a experiência da comunhão, enriquecida de valores de
ternura e afetividade, que constituem o segredo profundo da sexualidade humana,
vivendo assim a permanente educação da virtude da castidade.
Portanto, independente do
seu estado de vida, a vivência da castidade é algo imprescindível na vida de
todo cristão. Os que tem vocação ao matrimonio e aos esposos, cabe a eles levar
ao mundo o testemunho de vivência dessa virtude e ser testemunhas da fidelidade
e da ternura de Deus, e de amor ao próximo.
Que Maria, símbolo real
da castidade, nos conduza em nossa caminhada!
Deus nos abençoe!
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