Evangelho - Jo 12,24-26

(Por Géssica Casimiro)

“Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto. ”  (Jo, 12,24)

Irmãos e irmãs em Cristo, bom dia!
A palavra de Jesus é o grão de trigo lançado à terra, que nasce, cresce e dá muito fruto. A palavra de Jesus é recebida por nós, em nosso coração. Ali ela nasce, cresce e nos faz adultos conscientes e prontos a produzir muitos frutos.
Nos Evangelhos sinóticos encontramos a parábola da semente, que cai na terra, germina e dá frutos. A semente, significa a Palavra de Deus. João usa a mesma imagem, com o grão de trigo, porem seu significado é o próprio Jesus. Destaca o aspecto da “morte” do grão, para a transformação que dará origem à planta que germina e aos frutos que virão. É uma alusão a Jesus que entrega sua vida, com fidelidade total, até a morte. Este “morrer” é a expressão do desapego da vida enquanto sua realização conforme aos critérios deste mundo. É com este desapego que se dão frutos para a vida eterna.
A morte do grão de trigo é o caminho que ele segue para nascer de novo e produzir muitos grãos. Este é o modelo que o Mestre nos encoraja a assumir. Viver a vida em plenitude, com leveza, sem medos, confiantes no Amor do Pai e com a certeza de que a morte, quando chegar, não será o fim, mas a porta para a Vida Nova. A morte não é o último ato isolado da existência humana, mas é o termo de uma vida devotada ao amor fraterno, por amor a Deus. Apegar-se à vida é querer resolver os problemas da existência com os nossos recursos sem recorrer à força poderosa e infinita de Deus que está sempre à nossa disposição.
Quando amadurecemos na palavra de Deus, conseguimos algo até inexplicável, que só com Ele conseguimos. E mesmo quando amamos muito a nós mesmos, conseguimos esquecer-nos e praticarmos ações tão altruístas, que só na ação do Espírito Santo é possível. É isso que Jesus nos quer dizer quando fala: “aquele que se ama perde-se e aquele que despreza a si mesmo neste mundo, assegura para si a Vida Eterna“. Como instrumentos de Deus, conseguimos amar mais ao próximo do que a nós mesmos, como Jesus fez, dando a própria vida para nos salvar. São João, em sua primeira carta nos fala: “Aquele que diz que ama a Deus que não vê e não ama o seu irmão que vê, é mentiroso. Se alguém tiver bens neste mundo e vir seu irmão passando necessidades e lhe fechar as entranhas, como habitará nele o amor de Deus? ”
Hoje em dia, mais do que nunca, o testemunho dos valores do Evangelho se faz necessário até às últimas consequências. A partir daí percebemos uma das maiores responsabilidades do discipulado: a vivência de forma radical dos valores evangélicos e o testemunho da verdade anunciada por Jesus. Todas as pessoas que assumem esta radicalidade do Evangelho, mostram ao mundo que existe a verdadeira esperança de superar todos os males que marcam o nosso tempo e construir uma nova realidade.
O ideal ou o certo é guardar a vida na vida eterna, plantando aqui para colher um dia lá. Para chegar a esse ponto, temos que dar o desprezo a esta ideologia de sucesso e poder, que impõe a submissão pelo temor. Quem não teme a própria morte está livre para colocar-se totalmente a serviço da vida eterna.
O primeiro passo de um seguidor de Jesus, consiste em renunciar a si mesmo, a deixar de lado, projetos pessoais, para que o Reino torne prioridade absoluta na sua vida de discípulo. A opção pelo Reino, não pode subordinar-se a nenhuma outra. Por isso, o verdadeiro discípulo deve apresentar-se a Jesus completamente livre de qualquer apego.
Santo dia a todos.

Senhor, preciso te dizer que é impossível me esquecer
Que não estou só nesta batalha entre o bem e o mal
A cada nova experiência, eu te glorifico mais
Te ter é a maior diferença em mim
Se os bons combates eu não combater
Minha coroa não conquistarei
Se minha carreira eu não completar
De que vale a minha fé tanto guardar
Se perseguido aqui eu não for
Sinceramente um cristão não sou
A Tua glória quero conhecer
Ver a experiência de sobreviver
Viver pra mim é Cristo, morrer pra mim é ganho
Não há outra questão, quando se é cristão
Não se para de lutar
Triunfarei sobre o mal, conquistarei troféus
Não há outra questão, quando se é cristão
Não se para de lutar
Até chegar ao céu
Se calarem o som da minha voz
Em silêncio estarei a orar
Se numa prisão me colocar
Eu vou te adorar
Se minha família me trair
Eu vou sonhar com Deus
Viver seus planos isso é parte
De uma carreira de cristãos

(Viver pra mim é Cristo- Pe. Fábio de Melo)

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