(Por Bruno
Fachi)
“Jesus
respondeu: ‘Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt 18, 22)
Bom dia amados, que a
face de Jesus resplandeça em vossas faces e o amor e a coragem de Maria habitem
em seus corações.
Perdão...
Palavra
pequenininha, mas com um significado tão intenso e uma ação tão difícil não é
mesmo?
Eu, você, todos nós que
fomos criados pelo mesmo Autor de toda a existência, temos características
comuns entre todos, uma fragilidade humana que nos leva a errar, a falhar com o
nosso próximo. Se sabemos que todos nós temos a fragilidade em nossa vida, que
erramos, a nossa compreensão e tolerância para com os erros de nossos irmãos
deve ser algo constante, uma opção para que nossas vidas se tornem melhores. No
entanto, há um desafio para que esta felicidade se torne completa: perdoar.
Quantas vezes fomos ofendidos
por alguém? Quantas vezes uma palavra de alguém próximo ou não, nos fizeram
desanimar? Ou pior, nos fizeram chorar? O sentimento de solidão, de incapacidade,
ao ser alimentado em nosso ser, começa a crescer e a raiva, o ódio dos outros
começam a florescer dentro de nós. A vontade de vingança começa a ser o projeto
de nossa vida, não importando mais nada ao nosso redor, a não ser querer também
sintam e sofram o mesmo. A sede de vingança começa a nos cegar, nos impedindo assim
de ver as maravilhas que Deus faz ao nosso favor. Estes sentimentos nos
distanciam de Deus e nos impedem de sentir Seu perdão, pois estamos cegos.
O perdão é uma
característica fundamental da felicidade. É o caminho que todo cristão deve
percorrer para viver uma total liberdade. O perdão nos liberta de todo rancor,
de toda raiva, de todo ódio. O perdão é sinônimo de amor, pois só aquele que
ama é capaz de perdoar. Não há perdão se não houver amor em nossos corações.
Deus é amor e amor em abundância!
No evangelho de hoje,
Pedro faz a seguinte pergunta a Jesus: ‘Senhor,
quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes’? (Mt
18,21). Sete vezes, número generoso para se perdoar alguém não é mesmo? No
primeiro erro de uma pessoa conosco, perdoamos facilmente (dependendo do erro);
no segundo erro, já ficamos receosos em perdoar, pois se errou novamente
conosco julgamos que irá errar novamente, mas criamos forças e perdoamos;
porém, quando a pessoa erra conosco uma terceira vez, nós já começamos a nos
negar a perdoar, julgando que a mesma nunca irá mudar e sempre irá nos ferir. Mas
Pedro, foi generoso nesta quantia não foi? Você perdoaria alguém que errou
contigo por mais de sete vezes? Pedro, porém, não recebeu a resposta esperada.
Seguindo esta pergunta
“aritmética” de Pedro, Jesus responde a ele no mesmo terreno, que não se
deveria perdoar sete vezes, mas sim setenta vezes sete (Mt 18, 22). Seguindo um
raciocínio lógico, realizando a operação matemática, isso quer dizer que
devemos perdoar nosso irmão que errou conosco até 490 vezes? Na 491º vez que
ele errar conosco, podemos nos negar a perdoar, pois é isto que Jesus disse?
Podemos então nos vingar dele? Não.
Na Sagrada Escritura, os
números possuem um outro sentido em si, além do literal. Por exemplo no que
está dizendo a liturgia de hoje, o numeral 7 possui um amplo e magnífico
significado, o mesmo significa a perfeição, a plenitude, ou seja, perdoar 7
vezes, seria perdoar sempre. Mas para não houver dúvidas, Jesus eleva a
resposta da quantidade de vezes a se perdoar o próximo até a infinidade,
perdoar em todas as situações de erro.
Seguindo ainda no
evangelho de hoje, Jesus continua a explicar o sentido do perdão com mais uma
das suas belas parábolas. Conta a história de um rei que quis acertar as contas
com um servo que lhe devia dez mil talentos, iria vender o mesmo e sua família
a fim de poder lhe pagar, mas o servo prostrou-se aos seus pés e pediu um novo
prazo para o pagamento. O rei cheio de compaixão perdoou-lhe a dívida. Logo
mais o servo viu um de seus companheiros que lhe devia cem dinários, apertando
seu pescoço cobrou o devia, logo mais seu companheiro caiu e também lhe
suplicou um novo prazo, o servo, porém, nada quis ouvir e mandou prendê-lo.
Testemunhas contaram ao rei o ocorrido que então chamou seu servo e mandou
entrega-lo aos torturadores, por ele ao receber a compaixão de seu senhor, não
teve a mesma compaixão de seu companheiro que lhe devia quantia insignificativa
perto do que ele devia. O que Jesus quis dizer ao contar esta parábola?
Esta parábola fala da
relação dos seres humanos com Deus e com os outros. Podemos nos colocar no
lugar dos personagens da parábola, onde a dívida de 10 mil talentos, uma conta
impagável, simboliza a situação de qualquer pessoa a quem Deus perdoa por pura
graça. Já a atitude mesquinha do servo retrata o coração humano.
Qual deve ser nossa
reação diante do próximo?
“O perdão é a assepsia da alma, a faxina da mente e a alforria do
coração. Quem não perdoa não tem paz na alma nem comunhão com Deus. A mágoa é
um veneno que intoxica e mata. Guardar mágoa no coração é um gesto
autodestrutivo. É autofagia. Quem não perdoa adoece física, emocional e
espiritualmente.” (Papa Francisco)
A
nossa dívida com Deus pelos perdões obtidos pelos nossos pecados não há como
pagar. Deus pela sua misericórdia, nos enviou seu único filho para se entregar
em uma cruz e nos libertar de todos os pecados, nos amando até o fim. A graça
do perdão que Deus nos abre é de uma maneira jamais esperada, porém assim como
na parábola, a retira dos corações ruins que negam o perdão ao próximo. Desse
modo, o Pai Divino nos dá o exemplo do verdadeiro perdão, ensinando que todos
os nossos atos devem ser feitos para restaurar a amizade, a união com o
próximo, vivendo eternamente o amor e o perdão que Deus nos concede.
Quem
experimenta a misericórdia do Pai não é capaz de calcular os limites do perdão
e do amor para com o próximo. Amai eternamente.
Todos os pecados meus e o teus foram cravados no madeiro
Pois Jesus com seu sangue nos lavou.
Ele se fez cordeiro e recebeu as dores que nos foram impostas
E na cruz com amor nos libertou.
Ele desceu de sua realeza para se fazer sacrifício por nós,
Se aniquilou e se entregou.
E como ovelha muda ao matadouro,
Não murmurou não reclamou por nada
E decidido pelas nossas vidas,
Obediente foi até a morte de cruz.
Oh santa cruz, bendita cruz.
Bendita seja a cruz o amor por ela se revelou,
Nós somos a Igreja da cruz, por isso a exaltamos Senhor.
Não existe mais barreira entre nós, por ela o véu do templo rasgou,
O céu está aberto pra nós, o que era pecado agora é graça sem fim.
Pois Jesus com seu sangue nos lavou.
Ele se fez cordeiro e recebeu as dores que nos foram impostas
E na cruz com amor nos libertou.
Ele desceu de sua realeza para se fazer sacrifício por nós,
Se aniquilou e se entregou.
E como ovelha muda ao matadouro,
Não murmurou não reclamou por nada
E decidido pelas nossas vidas,
Obediente foi até a morte de cruz.
Oh santa cruz, bendita cruz.
Bendita seja a cruz o amor por ela se revelou,
Nós somos a Igreja da cruz, por isso a exaltamos Senhor.
Não existe mais barreira entre nós, por ela o véu do templo rasgou,
O céu está aberto pra nós, o que era pecado agora é graça sem fim.
(Banda Arkanjos – Santa Cruz)
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