(Por Géssica Casimiro)
“Assim, os últimos serão os primeiros, e os
primeiros serão os últimos”. (Mt 20,16a)
Irmãos e irmãs em Cristo,
bom dia!
A
parábola de hoje nasce da realidade agrícola do povo da Galileia. Era uma
região rica, de terra boa, mas com o seu povo empobrecido, pois as terras
estavam nas mãos de poucos, e a maioria trabalhava ou como arrendatários ou
como “boia-fria” como diríamos hoje.
O dono
de uma vinha chamou trabalhadores para a colheita. A uns chamou pela manhã,
outros ao longo do dia e outros, ainda, no fim do dia. A todos,
compromete-se com o mesmo pagamento. Naturalmente, aqueles que começaram a
trabalhar ainda cedo reclamaram ao patrão por ter recebido o mesmo montante dos
outros que trabalharam apenas uma pequena parte do dia.
O homem
não pode reduzir Deus à medida dos seus pensamentos, nem condicionar o
comportamento do Altíssimo às suas categorias de justiça e de bondade. Deus
está muito acima do homem, muito mais do que está o céu acima da terra (Is
55,9); por isso, muitas vezes os projetos da sua providência são
incompreensíveis à inteligência humana, que os deve aceitar com humildade, sem
pretender advinha-los ou julgá-los. Quantas vezes ficamos aquém das maravilhas
que Deus nos preparou? Quantas vezes os nossos planos se revelam tão estreitos?
É este o
ensinamento profundo contido na parábola dos trabalhadores da vinha (Mt
20,1-16). Trata-se de um patrão que saiu de manhã cedo para contratar
trabalhadores para a sua vinha.Combina com eles um denário por dia. Torna a
sair pelas nove, pelo meio dia, pelas três da tarde e pelas cindo da tarde.
Chegado ao fim do dia, manda pagar a todos o mesmo salário, a começar pelos
últimos. Os primeiros murmuraram, pensando que haviam de receber mais. O patrão
mostra que não é injusto para com os primeiros, e defende o direito de fazer o
bem.
Muitas
vezes assumimos o papel dos trabalhadores que reclamam por ter trabalhado tanto,
enquanto outros que não sofreram as mesmas penas recebem a mesma recompensa. Assim é na
vida civil e na vida cristã. Mas, para Deus, não importa o “tempo de casa” ou
aquilo tudo que já demos: importa com que amor o damos, com que dedicação o
fizemos. Além disso,
o Senhor nos dá a Sua graça e esta Ele dispõe como deseja. Essa é a
aparente contradição: a perspectiva humana entende que o pagamento deve ser
correspondente ao tempo ou à responsabilidade do trabalho. Deus, não. Ele entende
que pode dispor do que é seu e dá a cada um como considera o seu merecimento.
No campo
do Senhor há trabalho para todos! Deus não chega nem demasiado cedo nem
demasiado tarde às nossas vidas. O que Ele quer é que, a partir do momento em
que nos visitou na sua misericórdia, nos sintamos verdadeiramente comprometidos
a trabalhar na sua vinha, com todas as forças e com todo o entusiasmo, sem nos
esquivarmos com promessas futuras, nem desanimarmos com o tempo perdido.
Irmãos, Cristo continua convidando: “Ide também vós
para a minha vinha”. Muitos ouviram o chamado de Deus logo no alvorecer
de sua existência; outros escutaram este apelo no vigor da juventude; outros
apenas na idade madura ou bastante avançada. Deus
não pensa como nós, Deus não olha o tempo, mas a atitude pronta e generosa de
nossa resposta. Não remunera pela eficiência, mas pela necessidade. Mede muito
mais pelo amor, do que pelo produto do mesmo. Diante da recompensa gratuita e
universal de Deus, qual a nossa atitude? Nos alegramos com o amor de Deus que
acolhe a todos? Ou nos deixamos levar por sentimentos de inveja ou ciúmes? Ou
nos consideramos merecedores de direitos, ou “privilégios”?
Deus
pode chamar a qualquer hora e o homem deve estar sempre pronto para responder
ao Seu chamado. “Buscai o Senhor,
enquanto pode ser achado; invocai-o, enquanto Ele está perto” (Is 55,6).
Quando
nós aceitamos o convite de Jesus para entrar no Seu reino, nós também nos
tornamos Seus colaboradores para atrair outros que ainda estão vagando no mundo
e não encontraram ainda a verdadeira felicidade porque não abraçaram a salvação
de Jesus. A recompensa é a salvação e o Senhor a promete a todos àqueles que a
acolherem. Seja em qualquer hora da nossa vida, até na hora da nossa morte nós
teremos a chance de ganhar o prêmio da vida eterna. É pela bondade e
misericórdia do Pai que nos enviou Jesus Cristo que nós somos salvos. Portanto,
não façamos questão para sermos os primeiros ou os últimos, o mais importante é
que já estamos dentro do redil do reino de Deus.
Deus nos abençoe! Santo
dia a todos.
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