Gianna, mensageira simples


(Por Evelly Karine)  

“Do amor divino, Gianna Beretta Molla, foi uma mensageira simples, mas mais significativa do que nunca... Esta Santa Mãe de família manteve-se heroicamente fiel ao compromisso assumido no dia do matrimônio. O sacrifício eterno que selou a sua vida dá testemunha de que somente quem tem a coragem de se entregar totalmente a Deus a aos irmãos se realiza a si mesmo” (São João Paulo II)
   
Finalizando essa semana dos textos sobre a vocação matrimonial, eu trago hoje o relato de uma santa que soube ser mulher cristã, esposa, médica e mãe. Ainda temos aquela concepção de que só consegue serem santos (as) os (as) religiosos (as). Mas, Santa Gianna vem romper essa concepção, afinal todos somos chamados a santidade. Então, vamos conhecer a história dessa santa.
Gianna Beretta nasceu no dia 04 de abril de 1922, em Milão. Era a décima segunda filha de seus pais. O nascimento dela trouxe uma dupla alegria para os seus pais. Primeiro, porque era saudável. Segundo, porque nasceu no dia dedicado a São Francisco e seus pais eram irmãos da ordem terceira de São Francisco e sentiram-se abençoados.
Sua primeira comunhão aconteceu quando ela ainda tinha cinco anos de idade, a partir daí acompanhava sua mãe diariamente a Santa Missa, sendo crismada dois anos depois. Tendo recebido uma educação sólida de seus pais, ela considerava a vida como um dom maravilhoso de Deus, confiava na providência divina e tinha uma vida de oração intensa. Alimentava o desejo de servir a Deus e aos seus irmãos através da medicina. Foi uma ótima aluna desde a escola a universidade. Enquanto cursava medicina ela vincula sua fé com um compromisso generoso de apostolado entre os jovens da ação católica e de caridade para com os idosos e necessitados das conferências vicentinas. Estando formada em 1949, em seguida se especializou em pediatria.
Em 1950 abre seu consultório em Mêsero, nos arredores de Milão, sempre demonstrando especial atenção aos pobres e necessitados. O irmão de Gianna, frei Alberto Beretta, que também era formado em medicina e depois ordenou-se sacerdote na ordem dos frades menores capuchinhos, foi enviado como missionário para o Brasil na cidade de Grajaú no Maranhão. Ao relatar sua missão no Brasil, frei Alberto comoveu o coração da jovem médica Gianna. O que mais entusiasmava Gianna era o desejo de salvar vidas, principalmente das crianças que morriam sem a devida assistência. Ela manifestou ao seu bispo o desejo de vir ao Brasil como missionária, apesar de enaltecer seu desejo, o bispo considerou, entre outras dificuldades, a saúde frágil dela o que a fez desistir da idéia. Outro irmão de Gianna, Francesco, que era engenheiro, também veio para o Brasil ajudar frei Alberto a construir um hospital.
Em 1954, Gianna visitou o santuário de Lourdes e implora a Virgem santíssima para descobrir a sua vocação. No mesmo durante uma celebração de ordenação sacerdotal de um amigo, ela conheceu o engenheiro, Pietro Molla. Em 1955, noivaram e cinco meses depois se casaram e quem presidiu a cerimônia foi seu outro irmão, padre Giuseppe. Para completar a felicidade matrimonial em que viviam, nasceram seus filhos (em 1956, Pedro Luis; em 1957, Maria Zita; em 1959, Laura). Com simplicidade e equilíbrio, ela harmoniza os deveres de esposa, mãe, médica e católica comprometida.
Aos 39 anos de idade ela engravidou do seu quarto filho. No final do segundo mês de gestação, começou a sentir dores. Aparece um fibroma no útero. Três opções lhe foram apresentadas: retirar o útero doente, o que ocasionaria a morte da criança; abortar o feto; ou, a mais arriscada, submeter-se a uma cirurgia de risco e preservar a gravidez. Antes de ser operada, embora sabendo do risco de prosseguir com a gravidez, suplica ao cirurgião: “salvem a criança, pois tem o direito de viver e ser feliz”. Submeteu-se a cirurgia, totalmente entregue a providência divina e a oração. Com o feliz sucesso da cirurgia, louva e agradece a Deus pela preservação da vida da criança.
Alguns dias antes do parto demonstra-se pronta a sacrificar sua vida para salvar a do filho: “Se deveis decidir entre mim e a criança, nenhuma dúvida: escolhei-a, e isto eu exijo – A criança, salvai-a”. Era sexta-feira santa de 1962, quando entrou no hospital e na manhã do dia seguinte, 21 de abril de 1962, nasce Gianna Emanuela. Por breves instantes teve a bela menina em seus braços. Apesar de todos os esforços para salvar a vida de ambas, na manhã de 28 de abril, em meio a dores e repetindo: “Jesus eu Te amo, eu Te amo”, morre santamente, e seus funerais foram uma grande manifestação de fé e comoção.

Portanto, você que é vocacionado ao matrimônio ou já está casado, tome como exemplo a vida de Gianna para que possa viver santamente sua vocação.  

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