(Por Mariana Neves)
“A cólera (ira) é um desejo de vingança. Se a cólera chega ao desejo
deliberado de matar o próximo ou de feri-lo com gravidade, atenta gravemente contra
a caridade, constituindo pecado mortal”
(CIC §2302)
Bom dia, pessoal! Agora
que passou a JMJ, vamos dar uma rápida retomada nas doenças espirituais. Será
rápida porque durante este mês de agosto iremos falar sobre as vocações aqui no
blog. Então, passando esse mês, finalizamos o assunto sobre as doenças
espirituais, com os dois últimos temas (vaidade e orgulho).
Hoje, iremos falar sobre
a ira, também conhecida como cólera. Assim como todas as outras doenças
espirituais, é uma deturpação do bem criado por Deus e dado aos homens. Em uma
das definições encontradas na internet, diz que a ira é o rancor
generalizado em função de alguma situação injuriante. Portanto, existe a ira
boa, que é aquela voltada contra o pecado, especialmente contra os nossos
próprios pecados. De fato, a ira boa foi criada por Deus para ser um cão de
guarda contra os nossos pecados.
A ira passa a ser doença
espiritual quando, ao invés de combatermos nossos próprios pecados, usamos ela
contra outras pessoas. Muitas vezes a ira surge em razão das injustiças que nós
sofremos. Nasce, portanto, de um sentimento de justiça ferido.
Mas esse sentimento de
justiça não está contrabalançado pela misericórdia para com as outras pessoas.
De fato, aquele que consegue se enxergar como o pecador que de fato é, consegue
aceitar e perdoar as injustiças que outros lhe fizeram. Na parábola que Jesus
contou (Mt. 18, 23-35), na qual um servo que devia ao patrão uma fortuna
praticamente incalculável obteve o perdão depois de suplicar, mas não foi capaz
de perdoar a pequena dívida de um companheiro serviçal. Não importa a injustiça
que sofremos: se caímos na ira, pecamos e a injustiça sofrida não apagará esse
pecado.
Outro exemplo de ira que encontramos
na bíblia é Judas. Ele tinha um apego ao dinheiro e apego a imagem ilusória que
ele tinha do papel Jesus, e tinha a soberba de não aceitar o caminho de Deus, e
não compreendeu a cruz.
Quando nos entregamos a
ira e não queremos perdoar o nosso irmão, a injustiça que ele fez, nos
entregamos aos “torturadores”, como a gastrite, a ulcera, problemas no fígado, o
sono perdido, a paz espiritual que desaparece, a capacidade de orar que diminui.
Mas como combatemos a
ira? Assim como nas outras doenças espirituais, existem remédios para combater
esse mal. O primeiro deles é a humildade. A humildade é a mãe da docilidade e
fecha a porta para o orgulho. Devemos usar também a virtude do silêncio no
sentido de colocar um guarda em nossa boca. Além também de usar a caridade, o
amor. Devemos aprender a amar até mesmo aqueles que foram injustos conosco. “Antes de tudo, mantende entre vós uma
ardente caridade, porque a caridade cobre a multidão dos pecados” (I Pedro 4,
8).
Além desses remédios, existe a mansidão, que é
o principal remédio para a ira. A mansidão se opõe a ira e é a virtude dos
fortes. Devemos entender que todos somos pecadores, o importante é buscar o
perdão e a graça divina. Também devemos aprender a perdoar o irmão
incondicionalmente. Se formos mansos, readquirimos a imagem e semelhança perdidas.
Ou seja, a ira faz com que nos pareçamos com o diabo e a mansidão nos assemelha
a Deus.
O diabo foi criado por Deus
para ser semelhante a Ele, mas ele quis ser deus sem Deus. A consequência da
soberba e do orgulho dele foi a ira, a raiva contra o homem porque fomos
criados a imagem e semelhança de deus. E todas as vezes que ele vê um homem
buscando ser a imagem e semelhança de Deus, ele quer quebrar essa imagem. A
mansidão afugenta o diabo. Quando, com mansidão, configuramos o nosso coração
ao de Cristo o diabo foge. “Correu como o diabo corre da cruz”, pois o manso e
o humilde está lá crucificado. Portanto, a mansidão é a porta e a mãe da
caridade e do amor, sustenta a paciência, colabora com a simplicidade, fonte de
castidade, precursora da humildade.
Hoje, entendemos então
que a ira querida por Deus é raiva contra o demônio e o pecado, e devemos
utilizar essa energia para ir em direção das coisas de Deus. Devemos utilizar
dessa ira de forma correta para não perdermos a nossa força espiritual. “Desde a época de João Batista até o
presente, o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o
conquistam” (Mt 11, 12). A ira não deve ser simplesmente reprimida, mas sim
canalizada para combater o pecado dentro de nós mesmos. A força, a
agressividade que temos deve ser canalizada para combater as outras doenças
espirituais e não desaguar em episódios de raiva contra nossos irmãos.
Que possamos utilizar de
forma correta a ira e nos aproximar cada vez mais da imagem e semelhança de
Deus. Peçamos a graça de ter um coração manso e humilde assim como o de Jesus,
e também as virtudes de Maria.
Deus nos abençoe!
Há um horizonte pra alcançar
Há um oceano pra navegar
Com lutas e perdas
Com dores e cruz
Este horizonte parece longe
Mas pra alcançar preciso entrar
Determinada decisão!
Só o amor faz mover toda minha vida
em direção a santidade
o reino do Céu é dos violentos
Só por amor ao meu Senhor tomo minha cruz
e crucificado amar Jesus
Há um horizonte pra conquistar
tenho pra mim que os sofrimentos
da presente vida não tem proporção
com a glória futura que os santos já vivem.
Determinada decisão!
(Determinada decisão –
Juninho Casimiro)
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