(Stella Araújo)
“Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais
acabará (I Co 13,7-8)
Nos dias
atuais, o namoro tem uma imagem deturpada, foge do que verdadeiramente é a sua
essência. Namoro porque o outro é bonito, porque preciso “passar o tempo”, porque o outro pode satisfazer meus desejos
sexuais, afinal de contas, como posso namorar sem sexo?
Ao contrário
do que a sociedade ultramoderna prega, o namoro é um tempo de preparação para o
casamento. É um período de conhecimento, compromisso e dedicação. Nas palavras de Gordon B. Hinckley: “Se você namora uma moça sem a intenção de
casar-se com ela, você está namorando a mulher de outro homem”. É evidente, que nem sempre um namoro vai
resultar em um matrimônio, mas devemos ter em mente que o casamento é um dos
objetivos do namoro. É necessário que haja seriedade e comprometimento durante
essa etapa.
Na Bíblia,
não há expressamente o termo “namoro”,
mas há algumas situações que revelam essa espécie de relacionamento. Um dos
casos que evidenciam esse período antes do casamento é a história de Jacó e
Raquel, na qual, esse homem trabalhou por quatorze longos anos para ter essa
mulher como sua esposa. “Jacó, que amava
Raquel, disse a Labão: “Eu te servirei sete anos por Raquel, tua filha mais nova.
” (Gn 29,18). Sabemos que Labão entregou sua filha Lia, a mais velha, e não
Raquel. Sendo assim, Jacó trabalhou por
mais sete anos para finalmente casar-se com Raquel. Logo, confirmamos a frase
de Pe. Fábio que diz: “O amor sobrevive é
de esperas”.
Irmãos, que
possamos viver as esperas de Deus com sabedoria e esperança, na certeza que
suas promessas se realizarão, porque “é
como está escrito: Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o
coração humano imaginou, tais são os bens que Deus preparou para aqueles que o
amam” (I Co 29). Confiemos, esperemos e não nos desesperemos!
Quando
falamos em namoro santo, espera, renúncia, logo vem a nossa mente: castidade. Claro
que namoro santo vai além da castidade. No entanto, a castidade é imprescindível
e faz parte da vida de um casal que namora santamente.
De acordo com
o Catecismo, “a castidade significa a
integração correta da sexualidade na pessoa e, com isso, a unidade interior do
homem em seu ser corporal e espiritual”.
Além do mais, “a castidade
comporta uma aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia de liberdade
humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda suas paixões e obtém a paz,
ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz ”.
A castidade
não limita-se apenas em se abster da prática sexual antes do casamento ou a
permanecer virgem. A castidade ultrapassa essa dimensão. É por meio dessa
virtude moral, por meio desse dom de Deus que obtemos a possibilidade de imitar
a pureza de Cristo. “Todos os fiéis de
Cristo são chamados a levar uma vida casta segundo seu específico estado de
vida” (CIC 2348).
Logo no
início, citei uma frase de 1 Co, 13, intitulado como Hino ao Amor. Em muitas
traduções encontramos a palavra caridade no lugar da palavra amor. E olhem que
interessante a relação entre castidade e caridade: “A caridade é a forma de todas as virtudes. Influenciada por ela, a
castidade aparece como uma escola de doação da pessoa. O domínio de si mesmo
está ordenado para a doação de si mesmo. A castidade leva aquele que a pratica
a tornar-se para o próximo uma testemunha da fidelidade e ternura de Deus” (CIC
2346). Quando há amor, caridade, e quando há principalmente Deus no centro
do relacionamento, você enxerga o outro em sua totalidade, corpo e alma, não almeja
o proveito próprio, mas existe o desejo de levar o outro ao céu.
Para Giselle
Ferreira, o caminho para um namoro santo exige maturação, renúncia, espera e
paciência. Pois, para ela amar é um
exercício complexo e encantador, no qual deixamos de viver exclusivamente o
nosso tempo para entrar, esperar e compreender o tempo de alguém. E para trilhar esse caminho difícil, porém
gratificante, Rosana Salviano destaca algumas características de um
relacionamento que tem como prioridade a busca da santidade e a vontade do
Senhor. São elas: a amizade (antes de namorar, sejam amigos), buscar a
orientação de Deus (orar juntos), estabelecer alvos conjuntos, não se isolarem
das outras pessoas (pois um não é dono do outro), o diálogo (é importante que
se conheçam). Além disso, não ficarem sozinhos e buscarem ter familiaridade um
com o outro. E no mais, não escutarem a sociedade (estamos no mundo, mas não
pertencemos ao mundo).
Rosana ainda explica que assim como no
matrimônio, a decisão também é fundamental no namoro. Top´s, o amor é decisão!
Então, decidam-se por ter um namoro santo, um namoro cujo centro seja Deus. Decidam-se
por alguém que os respeite e ajude a crescer. Decidam-se por aquela pessoa que
te apresentará a face terna de Deus. Jacó decidiu- se por Raquel e trabalhou
por ela por muitos anos. José decidiu-se por Maria e aceitou os planos de Deus
para vossas vidas, respeitando-a antes, durante e após o casamento. Decidam-se
por esperar em Deus, pois se sua vocação for mesmo a matrimonial, Deus mostrará
a pessoa com que você dividirá a sua vida, a pessoa por quem você vai se
decidir todos os dias. Que a graça de Deus os envolva e os ajude a ter um relacionamento
conforme a Tua Santa Vontade! Paz e bem!
Como poderei dizer que foi por acaso?
De repente quando eu vi estava ao teu lado
Teu amigo eu me tornei
Fui entrando em tua vida pra valer
Encantei sem querer
Mas é Deus quem tudo faz, então tive que esperar
O amor quando é real não leva-nos para o mal
Mais maduro eu me tornei e em Deus fui dando passos
E hoje aqui venho apenas dizer: amo muito você!
Se amor é decisão, eu decidi te amar
Você veio em minha vida pra me completar
E de Deus iremos ser
Lado a lado em qualquer situação
Sendo um só coração.
(O Amor é Decisão – Ricardo
Sá)
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