(Por Géssica
Casimiro)
“Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de
impostos, e disse-lhe: “Segue-me!”Ele se levantou e seguiu a Jesus.” (Mt 9,9)
Irmãos e irmãs em Cristo,
bom dia!
O Evangelho de hoje nos
fala sobre a vocação de Mateus, sobre Jesus que o chama para ser seu discípulo.
Observando este Evangelho, percebemos que Jesus chama um pecador público.
Mateus era considerado publicamente pecador, pois todos conheciam a sua conduta
de pecado.
Jesus Cristo, como
revelador do Pai das Misericórdias, na unção do Espírito Santo, não somente
chamou a Mateus – “Segue-me”, mas
aceitou entrar em sua casa e tomar a refeição com ele e muitos outros
convidados, que também eram desprezados pelos líderes religiosos do Seu tempo.
Mateus era considerado
impuro por parte das autoridades religiosas judaicas. Por essa razão, é
escandaloso para os judeus e também para os discípulos de Jesus, que ele chame
Mateus para ser seu seguidor. E, como se isso não bastasse, vai à sua casa e se
senta à sua mesa.
O olhar de Jesus é capaz
de ir além do que um simples olhar enxerga. Ele reconhece em Mateus um filho
muito querido de Deus, e isso é o que Ele comunica primeiro para o cobrador de
impostos. Seu olhar sobre Mateus é carregado da ternura e misericórdia de Deus,
que cura as feridas e perdoa os pecados, amando-o incondicionalmente. Esta
maneira de olhar que Jesus tem é revolucionária, porque está carregada de
compaixão e misericórdia. Por isso, não julga nem condena o cobrador de
impostos, antes é capaz, sendo conhecedor de sua fraqueza e também de seus
erros, de convidá-lo para uma vida diferente que brota da amizade com Ele.
Durante a vida de Jesus,
podemos perceber que no trato que Ele tinha com as pessoas, sempre buscava ser
o máximo misericordioso, não se deixando levar por preconceitos, nem se
desesperando quanto à possibilidade de conversão de seus interlocutores.
Exatamente o contrário da atitude dos fariseus. Como a missão de Jesus
consistia em colocar-se a serviço dos pecadores, nada mais conveniente do que
ser misericordioso para com eles. Coloca-se entre os pecadores, por ter vindo
para eles
Jesus, o Mestre, chamou
Mateus naquele dia e continua chamando a todos e a cada um de nós, pelos tempos
a fora. É preciso que, conscientes de que o “Siga-me!”
de Jesus se dirige pessoalmente a nós, façamos como Mateus e, largando tudo,
acompanhemos os passos do Mestre.
Irmãos, que nesse dia deixemos
que Jesus passe e nos olhe no nosso dia-a-dia e, como Mateus, tenhamos a
coragem de acolher esse olhar e a proposta que dele brota. Sem dúvida, nossa
vida passará a ser diferente e poderemos também nos tornar parte integrante de
amigos e amigas de Jesus que continuam lutando pela sua mesma paixão: o ser
humano. Jesus Cristo não veio para alguns, mas para todos. Que possamos levar
Cristo a todos, sem discriminação, julgamento, preconceito. Todos nós somos
filhos do Deus amado, e devemos assumir aquilo que Deus nos pede e amar a todos
sem distinção, seguindo sempre o exemplo que nos foi deixado por Jesus.
Santo dia a todos. Deus
nos abençoe.
Quem me
dera descansar em ti! Quem me dera que viesses a meu coração e que o
embriagasses, para que eu me esqueça de minhas maldades e me abrace contigo,
meu único bem! Que és para mim? Tem piedade de mim, para que eu possa falar. E
que sou eu para ti, para que me ordenes amar-te e, se não o fizer, irar-te
contra mim, ameaçando-me com terríveis castigos? Acaso é pequeno o castigo de
não te amar? Ai de mim! Dize-me por tuas misericórdias, meu Senhor e meu Deus,
que és para mim? Dize a minha alma: Eu sou a tua salvação. Que eu ouça e siga
essa voz e te alcance. Não queiras esconder-me teu rosto. Morra eu para que
possa vê-lo para não morrer eternamente.
Estreita
é a casa de minha alma para que venhas até ela: que seja por ti dilatada. Está
em ruínas; restaura-a. Há nela nódoas que ofendem o teu olhar: confesso-o, pois
eu o sei; porém, quem haverá de purificá-la? A quem clamarei senão a ti?
Livra-me, Senhor, dos pecados ocultos, e perdoa a teu servo os alheios! Creio,
e por isso falo. Tu o sabes Senhor. Acaso não confessei diante de ti meus
delitos contra mim, ó meu Deus? E não me perdoaste a impiedade de meu coração?
Não quero contender em juízos contigo, que és a verdade, e não quero enganar-me
a mim mesmo, para que não se engane a si mesma minha iniquidade. Não quero
contender em juízos contigo, porque, se dás atenção às iniquidades, Senhor,
quem, Senhor, subsistirá?
(Confissões, Agostinho de Hipona, capítulo V)
Santo Agostinho
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