Missionários Mártires

(Por Evelly Karine)

“Pois para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Fi 1,21)

A Igreja está cheia de testemunhos de santos mártires. Mas, afinal o que é ser mártir? O Catecismo da Igreja explica que “o martírio é o supremo testemunho prestado à verdade da fé; designa um testemunho que vai até a morte. O mártir dá testemunho de Cristo, morto e ressuscitado, ao qual está unido pela caridade. Dá testemunho da verdade da fé e da doutrina cristã. Enfrenta a morte num ato de fortaleza. ‘Deixai-me ser comida das feras. É por elas que me será concedido chegar até Deus’”.
Se prestarmos atenção o martírio é muito antigo e está na bíblia. A morte de João Batista, primeiro mártir do Novo Testamento, decapitado por falar a verdade a Herodes (Mc 6, 17-29). Os Atos dos Apóstolos narram também o primeiro martírio entre os seguidores de Jesus. Estevão morreu sendo fiel à sua fé e aos ensinamentos do Mestre (At 7,55-60). Seguiu-se uma grande lista, onde se inscreveram os nomes dos principais líderes que seguiram as pegadas de Jesus. O rei Herodes mandou matar à espada o Apóstolo Tiago (At 12,2). Pedro e Paulo, as duas colunas da Igreja, também sofreram o martírio, por ordem do imperador Nero.
Entendido tudo isso, podemos perceber que nos dias de hoje ainda existem testemunhos de pessoas que literalmente deram sua vida por Jesus, pelo anúncio do Evangelho, foram ao extremo. E para celebrar a memória dos missionários que foram martirizados o Movimento Juvenil Missionário das Pontifícias Obras Missionárias italianas tiveram a iniciativa de celebrar o Dia dos Missionários Mártires, desde 1993 o dia 24 de março é “Dia de oração e jejum em memória dos Missionários Mártires”.
Esse dia não foi escolhido por acaso, em 24 de março de 1980, Dom Oscar Arnulfo Romero, Arcebispo de San Salvador, foi assassinado. Em maio de 2015 ele foi beatificado. Neste Dia anual de oração e jejum, se faz memória daqueles que no mundo derramaram o sangue pelo Evangelho. Esta data é celebrada em vários países do mundo, promovido por dioceses, institutos religiosos e realidades missionárias.
Nos últimos 34 anos, 1062 agentes pastorais perderam a vida “de modo violento”, 242 dos quais durante o genocídio de 1994 no Ruanda. Dados relativos a 2014 registram os seguintes números: 26 missionários mortos, entre os quais sacerdotes, religiosos, religiosas, 1 seminarista e 1 leigo. A violência foi maior no continente americano, onde foram mortas 14 pessoas ligadas à Igreja Católica.

Todos os cristãos são chamados a ser missionários, com esses exemplos podemos ter consciência do quanto isso é sério, do quanto precisamos dedicar nossa vida ao anuncio da Palavra. Certa vez no twitter dos Minions Católicos me deparei com um tweet que dizia mais ou menos assim: “Quer ser mártir, mas não aguenta uma pancada no dedo mindinho”. Refleti sobre isso e é o que deixo para que vocês também reflitam. Eu tenho coragem para morrer por Jesus? 

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