Santa Teresinha do Menino Jesus: Santa das Rosas

(Por Evelly Karine)

“No coração da Igreja, eu serei o amor. ” (Santa Teresinha do Menino Jesus)

Hoje a Igreja celebra a memória de uma santa popularmente conhecida e muito querida, além de ser uma das doutoras da Santa Igreja. Ela soube viver a “infância espiritual” como ninguém. Nascida de família modesta e temente a Deus, seus pais Luís e Zélia, tiveram nove filhos antes da caçula Teresa: quatro morreram com pouca idade, restando em vida as quatro irmãs da santa: Maria, Paulina, Leônia e Celina.
Apenas com quatro anos de idade Teresa perdeu sua mãe que morreu de câncer. Como era a caçula, foi educada pelas suas irmãs mais velhas, tendo um carinho especial por Paulina a quem ela chamava de mãe. Após a morte de Zélia, a família mudou-se para cidade de Lisieux, onde Teresa estudou por cinco anos no colégio feminino da Abadia das Monjas Beneditinas. No entanto, ela saiu do colégio por não se sentir parte de sua turma e passou a ter aulas particulares com suas irmãs.
Paulina sua “segunda mãe” desejava a vida no claustro. Após sua entrada no Carmelo, Teresinha adoece, pois era muito ligada à sua “mamãe”. Teresa sofria de uma grave doença nervosa. No dia de Pentecostes ocorre a graça da cura desta doença, pela intercessão de Nossa Senhora das Vitórias. Ela diz que recebeu essa graça através do “sorriso de Nossa Senhora”.
Dois anos após a morte de sua mãe, Teresa fez sua primeira confissão o que ela diz ter deixado-a feliz e leve e aos nove anos participou do seu primeiro retiro em preparação para a primeira comunhão. Sendo que três meses antes ela passou por uma preparação com orações e meditações dadas por sua irmã Paulina, que mesmo dentro do Carmelo se preocupava com a formação de sua irmã. Recebendo Jesus Eucarístico, ela O coloca como o centro da sua vida e passando a ter muito desejo em recebê-lo.
No natal de 1886, ela viveu uma profunda experiência espiritual de conversão, superando suas fragilidades e infantilidades iniciando uma busca constante da perfeição, chamada por ela de “completa conversão”. Acontecimento que ocorreu quando Teresinha ouviu seu pai comentar com Celina que aquele ano seria o ultimo que precisaria colocar o presentinho na meia, pois ela já não tinha mais idade para aquilo.
Teresa desejou a vida contemplativa do Carmelo, como suas irmãs Paulina e Maria. Após expor seu desejo a seu pai, com seu apoio, se encontra com o superior do Carmelo que não autoriza o seu ingresso devido a sua pouca idade. Teresinha foi ao encontro do Bispo para pedir a autorização para entrar para ser carmelita e ele também não autorizou. Com grande desejo e na sua ultima esperança ela vai para uma audiência em Roma e pede a permissão para o Papa Leão XIII, mas ao contrário do que ela esperava, ele pediu que ela fosse obediente ao superior do Carmelo.
Passado certo tempo, Teresa recebe então a autorização para entrar no Carmelo, porém, devido a sua saúde frágil naquele momento, ela precisou esperar que o período da quaresma terminasse para poder tornar-se carmelita. Dia 9 de abril de 1888 foi sua entrada na Ordem das Carmelitas Descalças “para salvar as almas e rezar pelos sacerdotes”. Teresa passou a se chamar de Irmã Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face, pois tinha uma devoção pelo Menino Jesus e na época de seu primeiro chamado à vida carmelitana, aceitou com entusiasmo a proposta de Madre Gonzaga de se chamar "Teresa do Menino Jesus" quando ingressasse no Carmelo.
No final de 1894, a jovem carmelita descobre sua "Pequena Via". A infância espiritual do cristão, feita de confiança e abandono, deverá se moldar na própria infância de Jesus, em seu caráter de Filho, tão particularmente representado nos traços de sua infância. A Pequena Via consiste em pequenos atos diários de mortificações por amor a Deus. Teresa descobre que no coração da Igreja, Teresinha era o amor. Ainda nesse ano, dois fatos marcaram a vida dessa santa: a morte de seu pai e a entrada de sua irmã Celina no Carmelo.
Com o passar dos anos, Teresinha foi atingida pela tuberculose. Em abril de 1896, na noite de quinta para sexta-feira Santa teve os primeiros episódios de tosses sanguinolentas, então sentiu que estava perto da chegada do Esposo e se enche de alegria. Agravado o caso, Teresa foi transferida para a enfermaria, onde sofreu por algum tempo. Teresinha morre no dia 30 de setembro de 1897, com apenas 24 anos e suas últimas palavras são “Meu Deus, eu vos amo”, sendo um ato de amor expresso em seu último suspiro. Após sua morte ficou conhecida popularmente como Teresinha de Lisieux. Ela deixou sua vida relatada na autobiografia “História de uma alma”.
Santa Teresinha foi canonizada pelo Papa Pio XI em 17 de maio de 1925 e dois anos depois o Papa a declarou Patrona Universal das Missões Católicas. No dia 19 de outubro de 1997, o Papa João Paulo II proclamou Santa Teresinha Doutora da Igreja. Conhecida como santa das rosas, pois sempre oferecia rosas a Jesus e prometeu que iria fazer chover rosas.  A exemplo de santa Teresinha (Tetê para os íntimos) possamos nos abandonar como criança nos braços de Jesus.
Santa Teresinha, rogai por nós!



“Minha vida é um instante, um rápido segundo, 
Um dia só que passa e amanhã estará ausente; 
Só tenho, para amar-Te, ó meu Deus, neste mundo, 
O momento presente!..." 

“Como Te amo, Jesus! Por Ti minha alma anseia; 
Sejas meu doce apoio por um dia somente. 
Reina em meu coração: Teu sorriso incendeia 
Agora, no presente!" 

“Que me importa, Senhor, se no futuro há sombra? 
Rezar pelo amanhã? Minha alma não consente! 
Guarda meu coração puro! Cobre-me com tua sombra 
Agora, no presente!" 

“Se penso no amanhã, temo ser inconstante, 
Vejo nascer em meu coração a tristeza e o enfado. 
Eu quero, Deus meu, o sofrimento, a prova torturante 
Agora, no presente!" 

“Devo ver-te em breve na praia eterna, 
Ó Piloto Divino, cuja mão me conduz. 
Sobre as vagas em fúria, guia minha navezinha 
Agora, no presente." 

“Ah! Deixa-me, Senhor, em tua Face esconder-me. 
Para não ouvir o mundo a clamar futilmente. 
Dá-me Teu amor, conserva-me tua graça 
Agora, no presente." 

“Junto ao Teu Coração divino, esqueço o que se passa, 
Não temo mais a noite em ameaça. 
Dá-me em Teu Coração, Jesus, um lugar, 
Agora, no presente." 

“Pão vivo, Pão do Céu, divina Eucaristia, 
Ó mistério sagrado! que o Amor produziu… 
Vem morar no meu coração, minha branca Hóstia, 
Agora, no presente." 

“Digna-Te unir-me a Ti, Vinhedo Consagrado, 
Para que meu ramo assim, com frutos, se apresente 
E eu vou Te oferecer algum cacho dourado, Senhor, 
Agora, no presente." 

“Esse cacho de amor, cujos grãos são as almas… 
Só tenho para formá-lo este dia que foge. 
Ah! Dá-me, Jesus, de um Apóstolo o ardor, 
Agora, no presente." 

“Virgem Imaculada, tu és minha Doce Estrela. 
Que me dás Jesus e a Ele me unes; 
Deixa-me, terna Mãe, repousas sob teu véu 
Agora, no presente." 

“Anjo da minha guarda, cobre-me com tuas asas, 
Clareia com teus fogos a estrada que sigo; 
Vem dirigir meu passo e auxiliar-me, te peço, 
Agora, no presente." 

“Quero ver-Te sem véu, Senhor! Sem nuvem, 
Sua, ainda exilada, longe de ti, languesço. 
Não me escondas, meu Deus, Tua amável Face 
Agora, no presente." 

“Já voarei ao céu para que aí profira 
Meus louvores a Ti, no dia sem poente, 
Quando, então, cantarei em angélica lira 
O Eterno presente!..."

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