“Os cristãos estão na carne, mas não vivem
segundo a carne. Passam sua vida na terra, mas são cidadãos do céu!”
A paz do Senhor, queridos leitores! Tudo bem
com vocês. Para falar do nosso tema de hoje, precisaremos tocar em alguns
assuntos bem delicados. Primeira pergunta a ser feita, o que acontece com a
pessoa após a sua morte? O que determina o “lugar” para onde ela irá? Já
pararam pra pensar nisso? Mas precisamos pensar na morte agora? Não
necessariamente, mas ao morrer teremos um encontro definitivo, com o eterno ou
com o fogo eterno. E aí, o que você escolhe? Nossas ações determinam o “lugar”
para onde iremos. Aí lembramos daquela música “Céu, lindo céu, é o lugar onde
quero viver pra sempre!” Mas o que temos feito para conquistar o céu?
“O
céu é o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o
estado de felicidade suprema e definitiva” (§1024). “Viver
no céu é ‘viver em Cristo’. Os eleitos vivem ‘ele’, mas lá conservam – ou
melhor, lá encontram – sua verdadeira identidade, seu próprio nome”
(§1025). Logo, diferente do que normalmente pensamos o céu não é um “lugar”, “o
céu é a comunidade bem-aventurada de todos os que estão perfeitamente
incorporados a Ele” (§1026).
O céu é a própria vida de Deus, da Santíssima Trindade. Fomos salvos por
Jesus para viver eternamente na vida de Deus. No céu, nós experimentaremos
plenamente o amor do Senhor. É a nossa alegria eterna, a felicidade eterna.
Na sagrada escritura, encontramos várias
vezes Jesus no dizendo qual o nosso lugar, “o
meu Reino não é deste mundo” (Jo 18,36), “De que vale o homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a vida
eterna” (Mc 18,36); “ajuntai tesouros
no Céu onde a traça e o ladrão não entram…” (Mt 6,20); “os justos resplandecem no Céu” (Mt 13, 43). Ao moço rico
Jesus disse: “Se queres ser perfeito,
vai, vende os teus bens, e dá aos pobres, terás um tesouro no Céu” (Mt 18,21). Logo, volto a dizer, para
ter direito a vida eterna, precisamos estar em comunhão com Deus, precisamos
viver segundo a vontade de Deus, “essa
vida perfeita com a Santíssima Trindade, essa comunhão de vida e de amor com
Ela, com a Virgem Maria, os Anjos e todos os Bem-aventurados, é denominada “o
Céu” (§1023). Assim: “Os que morrem
na graça e na amizade de Deus, e que estão totalmente purificados, vivem para
sempre com Cristo. São para sempre semelhantes a Deus, porque o veem “tal como
ele é” (1Jo 3,2), face a
face: (1Cor 13, 12; Ap 22, 4) ” (§1023).
Na Oração Sacerdotal Jesus disse: “Ora, a vida eterna consiste em que conheçam a Ti, um só Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste. ” (Jo 17, 3). Esta é uma
excelente referência de como será o Céu: um conhecimento contínuo de Deus; e,
como Deus é infinito, este conhecimento também o será, por toda a eternidade.
No Céu não haverá fastio, não nos cansaremos de contemplar a cada instante a
Face de Deus que sempre nos será nova. E o louvor, então, naturalmente, será
incessante diante das maravilhas de Deus. No Céu não haverá mais casamento, e
que seremos como Anjos; isto é, a realidade da vida conjugal, sexual, etc. já
não haverá, é uma realidade da terra. No Céu nossa alma desposará o próprio
Senhor.
Mas se por um acaso, eu não conseguir viver em comunhão
com Deus? E se minha vida não corresponder aquilo que Deus pede de mim? “Não podemos estar unidos a Deus se não
fizermos livremente a opção de amá-lo. Mas não podemos amar a Deus se pecamos
gravemente contra Ele, contra nosso próximo ou contra nós mesmos” (§ 1033).
Quanto às almas daqueles que morrem com pecado atual e mortal… sem demora são
punidas no inferno por penas que variam para cada qual.
O inferno é o estado da eterna separação de Deus,
absoluta ausência do amor (You Cat 161). O inferno é o estado da alma de quem
negou a Deus de propósito, livre e voluntária, mesmo sabendo do seu amor
infinito e de sua bondade. Isso aconteceu até mesmo com os anjos rebeldes, que
foram precipitados nas profundezas. A alma destinada ao inferno é aquela que
nunca mais vê a face de Deus, por isso o tormento! Após a morte e tendo
consciência de tudo o que Deus fez por nós, pela humanidade e de todo o bem que
deixamos de fazer, a alma sente em si mesma a dor da falta “para sempre” de Deus,
por isso ela geme e se contorce em um fogo que não se acaba não se consome e
não se abranda.
Jesus no anúncio do Reino nunca escondeu o destino dos
maus e ímpios que seria o inferno. Então é preciso seguir os ensinamentos de
Jesus ser o “sal da terra e a luz do
mundo” (Mt. 5, 13), para evitar o inferno e chegar ao céu. Porém se não
consigo, se insisto em me manter distante, se me recuso até o fim de sua vida
crer e converter-se, e no qual se pode perder ao mesmo tempo a alma e o corpo, “o Filho do homem enviará os seus anjos, e
eles tirarão do seu Reino tudo o que faz cair no pecado e todos os que praticam
o mal. Eles os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de
dentes” (Mt 13,41-42).
Porém, pode acontecer outra situação. Se a pessoa procurou
seguir a Cristo, mas em alguns momentos de sua vida, essa opção pelo Senhor e
pela vivência dos valores do Reino de Deus não foi vivida com tanta coerência,
a Igreja acredita que a pessoa passa, depois de sua morte, por uma experiência
de purificação final, antes de participar eternamente da glória de Deus. É o
que a Igreja chama de purgatório, ou seja, uma purificação final para que a
pessoa possa participar eternamente da glória de Deus.
O purgatório é um ‘local’ onde ficam as almas que
morrem em estado de graça, isto é, sem pecado mortal, mas que tem ‘penas
temporais’ ainda a expiar por seus pecados ou algumas imperfeições (ou pecados
veniais) que não foram suficientemente purificadas, pois no céu ‘nada de impuro
pode entrar’ (Ap. 21, 27). Esta purificação final antes da entrada definitiva
no céu (daí vem a definição de Purgatório = purgar = purificar) é tida como um
sinal do Amor de Deus que supera toda a nossa forma de julgamento e imaginação.
Nós cristãos, temos um papel importante para a purificação
dessas almas. Quando a pessoa morre, não se pode fazer mais nada por si, mas
nós podemos fazer algo pelo falecidos que estão no purgatório. O nosso amor
estende-se até o além. Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória dos
defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício
eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de
Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de
penitência em favor dos defuntos.
No do Livro II dos Macabeus (XII, 43), temos o texto
mais expressivo sobre a existência do purgatório, que narra como Judas Macabeu
mandou oferecer um sacrifício pelos que haviam morrido na batalha, por exemplo,
por expiação de seus pecados: “Judas,
tendo feito uma coleta, mandou duas mil dracmas de prata a Jerusalém, para se
oferecer um sacrifício pelo pecado. Obra bela e santa, inspirada pela crença na
ressurreição… Santo e salutar pensamento de orar pelos mortos. Eis porque ele
ofereceu um sacrifício expiatório pelos defuntos, para que fossem livres de
seus pecados”.
Precisamos ter a consciência de que Deus não condena
ninguém, mas a pessoa que, durante sua vida, escolheu uma vida sem Deus,
descomprometida, desvinculada do amor ao próximo, da solidariedade e assim por
diante, ela mesmo se condena. Para que isso não aconteça conosco é necessário
estar sempre em estado de graça e pedir sempre a Nosso Senhor Jesus Cristo e
sua Mãe, a Virgem Maria a graça da penitência final, para que possamos passar
pelo crivo do julgamento celestial. “Deus
quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 TM 2,4),
mas essa decisão é sua.
(M. N - Minions Católicos)
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