Em 1347 nasceu em Sena, Catarina,
uma menina dotada de inteligência e beleza. Era a penúltima filha do total de
25 filhos do casal Benincasa, com a morte da sua irmã mais nova ficou sendo a
caçula. Desde muito cedo o Senhor a favoreceu com dons místicos
extraordinários, como uma visão que ela teve quando passava em frente a uma
igreja e viu Jesus sentado em um trono. Segundo
o seu confessor e biografo Frei Raimundo de Cápua, aos sete anos Catarina tomou
a decisão de não casar. Mas a família tinha outros planos para ela.
Catarina foi morar com
sua irmã recém casada Boaventura que a incentivava a se produzir para conseguir
um bom noivo. Mas, Catarina só caiu em si quando a sua irmã morreu. Ela
retornou para casa e voltou a sua vida de penitencia que levava quando criança.
Sua mãe não tinha desistido ainda da idéia de casá-la e para romper de vez com
as tentativas de sua mãe Catarina cortou os cabelos em sinal de completo
desapego e de rompimento com o mundo. Este fato provocou uma feroz reação da
mãe, que, em represália, obrigou-a a fazer todo o serviço da casa, como uma
servente, e tirou-lhe o quartinho onde ela costumava se recolher em oração e
penitência.
A perda de sua "cela monacal" levou a jovem
santa a construir para si a "cela do coração", a respeito da qual ela
própria comentaria mais tarde, numa de suas inúmeras cartas: "Esta cela é
uma moradia que o homem carrega consigo
por toda parte. Nela adquirem-se as verdadeiras e reais virtudes, especialmente
a humildade e a ardentíssima caridade" (Carta 37). Mas, seu pai interveio
em seu favor, devolve-lhe o quarto e permitiu que ela recebesse o hábito de
penitente da Ordem Terceira de São Domingos.
A partir disso, ela se dedicou aos pobres e doentes de
sua cidade, que na época era assolada por uma peste. Não só cuidava dos corpos
enfermos como também cuidava das almas, ajudando muitas dela a se converterem.
São muitas as histórias de sua experiência místicas, além do seu lado místico e
missionário, Santa Catarina de Sena é conhecida por “devolver” ao papa o seu
lugar em Roma. Forçado por injunções políticas ocasionais, o Papa Clemente V,
ex-Arcebispo de Bordeaux, transferira em 1309 a Sé Pontifícia de Roma para a
cidade francesa de Avignon.
Sem nunca exceder sua humilde condição de simples leiga
de uma Ordem Terceira, Santa Catarina admoestava com ousadia e serenidade,
"em nome de Cristo", os grandes deste mundo, não apenas autoridades
temporais, mas inclusive os cardeais da Corte Pontifícia de Avignon. E
concorreu poderosamente para que, afinal, no ano de 1377, o Papa então
reinante, Gregório XI, decidisse enfrentar a oposição do Rei de França e
reinstalar na Cidade Eterna o governo do mundo cristão.
Um fato curioso da vida de Santa Catarina é que ela era
analfabeta até os 30 anos de idade, quando foi que aprendeu a ler e escrever e
hoje é uma das doutoras da Igreja. No livro dela O Diálogo está registrada sua conversa com Deus, onde ela adquire o
conhecimento sobre o inferno.
Diz-lhe Jesus: "Filha,
a tua linguagem é incapaz de descrever os sofrimentos desses infelizes... No
Inferno, os pecadores padecem quatro tormentos principais: Primeiro tormento: é
a ausência da Minha visão. Um sofrimento tão grande, que os condenados, se
fosse possível, prefeririam sofrer o fogo, vendo-me, do que ficarem fora dele
sem Me verem. Segundo tormento, como consequência, é o remorso que corrói
interiormente o pecador, privado de Mim, longe da conversação dos Anjos, a
conviver com os demônios. Aliás, a visão do Diabo constitui o terceiro
tormento.Ao vê-lo, duplica-se o sofrer... Os infelizes danados vêem crescer os
seus padecimentos ao verem os demônios. Nestes, eles conhecem-se melhor,
entendendo que pela própria culpa mereceram o castigo. Assim, o remorso
martiriza-os e jamais cessará o ardor da consciência. Muito grande é este
tormento, porque o Diabo é visto no seu próprio ser; tão horrível é a sua
fealdade, que a mente humana não consegue imaginar... Segundo a Justiça Divina,
ele é visto mais ou menos horrível pelos condenados, conforme a gravidade das
suas culpas. O quarto tormento é o fogo. Um fogo que arde sem consumir, sem
destruir o ser humano. É algo imaterial, que não destrói a alma incorpórea. Na
Minha Justiça, permito que tal fogo queime, faça padecer, aflija; mas não
destrua. É ardente e fere de modo crudelíssimo e de muitas maneiras. A uns
mais, a outros menos, segundo a gravidade dos seus pecados.” (Santa
Catarina de Sena, 'O Diálogo', 14.3.2)
Na sua visão contêm os detalhes do sofrimento no
inferno que é de acordo com aquilo que a Igreja acredita: O ensinamento da Igreja afirma a existência e a eternidade do inferno.
As almas dos quem morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente após a
morte aos infernos, onde sofre as penas do Inferno, "o fogo eterno".
A pena principal do Inferno consiste na separação eterna de Deus, o Único em
quem o homem pode ter a vida e a felicidade para as quais foi criado e às quais
aspira. (CIC§ 1035)
Sabedores do que se passa quando acontece à total
ausência da presença de Deus, vamos refletir sobre como estamos usando o nosso
livre arbítrio em visão do que será nosso destino eterno. Por amor a Deus nos
esforcemos para não O ofender.
(E. K - Minions Católicos)
Comentários
Postar um comentário
Fale conosco através do email: minionscatolicos@gmail.com