Praticando a virtude do silêncio



“Então o Senhor passou. Antes do Senhor, porém, veio um vento impetuoso e forte, que desfazia as montanhas e quebrava os rochedos, mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto. Passado o terremoto, veio um fogo, mas o Senhor não estava no fogo. E depois do fogo, ouviu-se uma leve brisa.Ouvindo isto, Elias cobriu o rosto com o manto...” (1 Re 19,11-13)

Boa noite! Que a vinda do Menino Jesus sempre nos traga a esperança e o amor que tanto necessitamos. Espero que todos os dias o espírito natalino prevaleça em nossas vidas. Queridos irmãos! Na terça passa dissertamos um pouco sobre a grande virtude do silêncio. Hoje, daremos continuidade a esse tema,  fornecendo algumas sugestões bem práticas para a realização dessa experiência, que com toda  certeza nos aproximará de Deus. Como referencial para esses dicas de tamanha importância, tomamos como base as explicações do Pe. Paulo Ricardo.
Primeiramente, é de suma importância ressaltar que o silêncio é necessário para escutarmos as moções do Espírito e para recebermos e preservarmos a graça. Os chamados do Espírito Santo não serão ouvidos em nossa agitação, mas tão somente na calmaria.  “O silêncio também nos ajuda a preservar as graças que Deus nos manda. Assim como os mergulhadores são cuidadosos e diminuem a velocidade de seus movimentos para não desperdiçarem suas preciosas reservas de oxigênio, almas santas falam com cuidado e prudência, a fim de preservarem seu “reservatório” de graça (Pe. Paulo Ricardo).
É fundamental sabermos também que é possível exercitar o silêncio, mesmo com a rotina agitada que temos. Pois bem, então como praticar o silêncio? Vamos as dicas!
A primeira forma de praticar o silêncio é fugir de conversas frívolas. Pe. Paulo Ricardo nos ensina que nunca devemos falar simplesmente por falar. Ele frisa que as mídias sociais encorajam o desperdício de palavras,  e utiliza exemplos de situações que já viu no facebook, como pessoas reclamando da cutícula e postando frases enigmáticas do tipo: “Eu não sei se vou aguentar mais”. Pe. Paulo ainda nos alerta, dizendo: “Se você está tentado a começar uma coisa desse tipo, não faça”.
A segunda dica consiste no fato de que o silêncio pode ser praticado freando nossas línguas quando sentimos vontade de reclamar. Pe. Paulo esclarece que a reclamação é o oposto da gratidão e da ação de graças, constituindo assim, um pecado.
Não sejamos como o povo de Israel, que mesmo libertos da escravidão, murmurou contra Deus e não reconheceu a intervenção divina em sua história. Deus age em nossas vidas, temos muito a agradecer. Reparem bem em cada detalhe de amor que Deus nos reserva.
Podemos praticar o silêncio evitando compartilhar nossa opinião sobre qualquer assunto. Muitas vezes queremos opinar sobre eni assuntos e fatos que surgem diante de nós. Palpites e mais palpites, mas na maioria das vezes, resta o excesso de palavras e a ausência de  soluções. “Mas a verdade é que muitos de nós não entendemos tão a fundo assim esses acontecimentos, e o mundo não tem necessidade de mais palpites. Seja sábio e guarde sua opinião para si próprio” (Pe. Paulo Ricardo).
A quarta sugestão para praticar o silêncio é a seguinte: resistir à compulsão de preencher todo momento vago que surge com algum barulho. Então, se estiver dirigindo, tente manter o rádio desligado, caso esteja em casa, desligue a TV. Evite ficar inconscientemente conferindo o seu celular enquanto estiver no elevador ou em alguma fila. Aproveite os momentos em que o silêncio pode ser exercitado.
E finalmente, podemos manter o silêncio quando sentimos vontade de criticar os outros. Pe. Paulo explica que é muito fácil percebermos os erros dos outros, e mais fácil ainda é repassar esse tipo de coisa à outras pessoas. Evitemos apontar, julgar, antes de tomarmos tal atitude, façamos um exame de consciência. Não somos melhores que ninguém. Não vamos cair na hipocrisia. “Por que observas o cisco no olho do teu irmãos e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Ou, como podes dizer ao teu irmãos: ‘Deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando tu mesmo tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu próprio olho e, então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão” (Lc 7, 3-5).
No site “Arautos do Evangelho” , encontramos um citação de Frei Larrañaga, no que diz respeito ao silêncio ser uma prática essencial para que Deus resplandeça. “Ficar com o Pai quer dizer estabelecer uma corrente atencional e afetiva com Ele, uma abertura mental na fé e no amor. Minhas energias mentais (aquilo que sou como consciência, como pessoa) saem de mim, projetam-se n’Ele e ficam com Ele. E todo meu ser permanece quieto, concentrado, compenetrado, paralisado n’Ele e com Ele”.
Nesse mesmo site, verificamos também o quão o silêncio externo ajuda a entrar no silêncio interior, logo: “Uma das recomendações dos pregadores de retiros é sempre aproveitar esse tempo para o silêncio externo que ajude a entrar no silêncio interior, ou o silêncio interior que ajude a viver externamente no silêncio, procurando falar apenas aquilo que edifica e se aproveita para a vida em Cristo e a fraternidade entre nós”.
“O silêncio cristão é pleno da Palavra de Deus e ilumina nossas vidas. É tão importante que, mesmo na Liturgia, quando nos tornamos mais adultos nas celebrações, entendemos que os momentos de silêncio serão importantes para acolher as presenças de Cristo nos vários momentos da celebração” (Arautos do Evangelho).
O silêncio é uma virtude que devemos praticar, uma virtude de tamanha importância e característica dos grandes santos. “A língua é um fogo, um mundo de iniquidade, diz São Tiago. Ela ‘está entre os nossos membros e contamina todo o corpo; e sendo inflamada pelo inferno, incendeia o curso de nossa vida” (Tg  3,6). Palavras têm poder, ainda que sejam ditas em voz baixa, e o que dizemos ecoará para a eternidade. Embora não sejamos ,monges enclausurados podemos aprender a praticar o silêncio cada um no seu estado para o qual Deus o chamou., segurando nossas línguas sabiamente  afim de ouvirmos a voz de Cristo e conhecê- lo melhor” (Padre Paulo Ricardo).
Depois de sabermos a importância do silêncio e termos acesso à essas sugestões preciosas, Vamos tentar praticar? Sei que é difícil, digo por mim mesma, que sou uma tagarela. Mas como disse na semana passada, quando parecer impossível, roguemos a Virgem do Silêncio, Ela nos auxiliará. Peçamos a Deus, pela intercessão da Santíssima Virgem,  a qual soube silenciar, que guarde nossa língua do pecado e cerre nossos lábios a todo tipo de conversas inconvenientes. Amém!

Paz e Bem!


(S. A - Minions Católicos)

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