"Fez
dois querubins de ouro, feitos de ouro batido, nas duas extremidades da tampa,
um de um lado, outro de outro, de maneira que faziam corpo com as duas duas
extremidades da tampa. Esses querubins, com as faces voltadas um para o outro,
tinham as asas estendidas para o alto, e protegiam com elas a tampa para a qual
tinham as faces inclinadas" (Ex 37, 7-9)
"Entre as mais nobres atividades
do espírito humano estão de pleno direito as belas artes, e muito especialmente
a arte religiosa e o seu ponto culminante, que é a Arte sacra. Elas tendem por
natureza a exprimir de algum modo nas obras humanas a infinita beleza de Deus,
e tanto mais estão orientadas para o seu louvor e a sua glória quanto mais
longe estão de todo o propósito que não seja contribuir o mais possível com as
suas obras para orientar religiosamente os homens para Deus." (SC 122)
Não há dúvidas algumas, que a Igreja Católica Apostólica Romana, é
imensuravelmente apaixonada por todas as formas de arte, sempre formando e se
preocupando com os artistas, tanto é, que ao decorrer da história, quando
estudado os movimentos artísticos existentes pelo mundo, observamos que a maior
compradora de grandes obras é a nossa amada Igreja. Nas histórias das
arquiteturas mundiais, grandes catedrais são utilizadas como exemplo de
movimentos artísticos por todo o mundo; Notre-Dame de Paris, com seu estilo
gótico; Igrejas em Ouro Preto - MG, trabalhadas por Aleijadinho, no período
Barroco Tardio; Mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro, unindo os períodos
Barroco e Rococó.
A nossa Igreja está por trás da História da Arte, e assim dizendo, a
História da Arte Sacra, pois os Bispos ditavam quais obras eram dignas de estar
presentes nas igrejas, porque as mesmas deveriam estar de acordo com a Santa
Sé. Eram acolhidos todos os artistas que pelas suas obras, expressavam a Fé
Católica, a piedade e as orientações veneráveis da tradição, que pudessem
servir ao culto.
A Igreja Católica, desde seu início, se preocupou para que as alfaias
litúrgicas contribuíssem para a dignidade e beleza do culto, aceitando com o
passar do tempo, novos materiais, formas e ornamentações para a sua
construção.
Por aceitar todos os estilos artísticos, não desconsiderando nenhum
estilo de arte, a Igreja Católica criou com o decorrer da história, um grande
tesouro artístico que é conservado cuidadosamente. Também hoje em dia, todos os
povos e nações contribuem com a arte nas igrejas, tendo uma liberdade criativa
no exercício da igreja, porém, as suas exigências são como desde o início da
nossa Igreja, honrar as exigências dos ritos e edificar a sagrada Liturgia,
assim, se unirá a uma só voz, um admirável cântico de louvor a Deus como os
grandes homens na fé católica elevaram a séculos passados.
O ensino da Arte Sacra sempre foi recomendado pela Sé, incentivando e
promovendo um verdadeiro conhecimento da Arte Sacra, tanto para clérigos quanto
para leigos, para que todos visem antes de tudo à nobre beleza divina presente
em nossa amada Igreja.
Todo tipo de arte encontrada dentro das igrejas, que repudiam a nossa fé
e nossos costumes, devem ser retirados, para que não permaneçam a ofender o
verdadeiro senso religioso. E desta maneira, se tome muito cuidado quando for exposto
imagens nas igrejas para a veneração dos fiéis, que possuam um número devido, para
não causar admiração do povo cristão, favorecendo a devoções menos
corretas.
A Constituição Sacrosanctum Concilium
também apresenta o critério fundamental da construção de uma igreja: "Ao se construírem igrejas, cuidem
diligentemente que sejam funcionais, tanto para a celebração das ações
litúrgicas, como para obter a participação dos fiéis" (SC 124).
Portanto, o projeto arquitetônico de uma igreja não deve ser levado em conta à
uma logística de uma casa de shows, com palco e plateia. Deve ser levado em
conta em sua projeção, em primeiro lugar, a funcionalidade dos ritos
celebrativos e a manifestação da natureza do Ministério da Igreja na assembleia
orante, portanto, nem todo profissional deve ser contratado para executar tais
obras, deve ser considerado alguém com conhecimento Litúrgico e sobretudo um
conhecimento Sacro. Neste sentido, é necessário o aprendizado da História da
Arte Sacra nos ensinos de preparação sacerdotal, seja em Filosofia ou Teologia,
para que algum sacerdote possa estar presente na execução dos projetos
arquitetônicos.
Hoje encerramos a nossa série de textos sobre a reforma da Liturgia, com
este tema maravilhoso, que é a Arte Sacra. Todos nós somos artistas de Deus,
seja em uma dança, em uma canção, em um teatro, ou até mesmo em um convite da
igreja, se nós utilizarmos o nosso melhor para propagar o evangelho, utilizando
o nosso coração para a conversão do próximo, estaremos fazendo arte, pois a arte
nada mais é do que a expressão dos nossos sentimentos.
Permaneçam sempre na Santa Paz, e que a alegria do Senhor seja sempre a
vossa força. Até mais, nos vemos na próxima semana com um texto inédito,
conhecendo melhor a nossa amada Igreja.
"O mundo necessita
de uma nova geração de homens e mulheres que entreguem suas vidas com
docilidade ao Espírito, à gloriosa missão de anunciar a todas as pessoas e em
todo os meios e ambientes o Evangelho da salvação. Este anúncio se dará pelo
renovado emprenho de viver, no nosso dia a dia, humildemente, o caminho da
santidade: nossa vocação suprema."
(Vocação,
um desafio de amor)
(B. F - Minions Católicos)
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