(Por Bruno Fachi)
A Santa Mãe Igreja considera seu dever celebrar a obra de salvação
do seu divino Esposo, mediante uma comemoração sagrada, em determinados dias no
decurso do ano. Em cada semana, no dia a que chamou Domingo, comemora a memória
da Ressurreição do Senhor, que celebra também uma vez no ano, juntamente com a
sua bem-aventurada Paixão, na grande solenidade da Páscoa. (SC 102)
Boa tarde, amados! Que a
proteção divina esteja a vosso alcance. Todos nós já aprendemos em momentos de
nossa vida que há vários tipos de “anos”:
o ano escolar, o ano civil, o ano solar, entre outros. E assim, a nossa Santa e
Amada Igreja, também têm o seu “ano”:
o Ano Litúrgico.
Vamos explicar melhor...
Durante o ciclo do ano, a Igreja, relembra em suas celebrações os principais
acontecimentos da vida de Cristo, distribuindo desde a Encarnação e Nascimento
à Ascensão e Pentecostes, atribuindo até a esperançosa vinda do Senhor.
Jesus nasceu, viveu e
morreu como irá acontecer com qualquer um de nós, pois, Deus quis vir ao mundo não
como um “Rei ditador”, que se
encarnasse ao mundo em sua forma adulta e acabasse com todo o mal existente
nele, mas quis ser gerado no ventre de uma menina que lhe agradara seus olhos,
para nascer e crescer como qualquer uma de suas criações. Deus se fez humilde e
pobre, para salvar os humildes e pobres de coração, ensinando e não impondo ao
mundo o caminho para a Salvação. Jesus cresce, tornou-se adulto e, percorreu
toda a Palestina com seus amigos, ensinando e pregando o evangelho, e a fazer
milagres em nome de seu Pai. Provocando assim os poderosos, por levar a Boa Nova
aos povos, um dia foi preso, julgado e condenado a morrer na cruz. Logo depois,
ressuscitou e apareceu aos seus discípulos, subindo aos céus, onde vive e reina
para sempre.
Com este ciclo da vida de
Jesus, a comemoração dos mistérios da Redenção que a Igreja oferece aos fiéis,
são as riquezas das obras e merecimentos do seu Senhor, de maneira que os torna
presentes a todo o tempo, para que nós, os fiéis, em contato com esses
mistérios, se enchamos da graça da salvação. E, como sabemos, pela nossa fé,
Jesus permanece vivo em nosso lado, tornando as cerimônias litúrgicas não
apenas lembranças, mas “memórias”,
celebrações de uma realidade divina. Todos esses sinais são muito importantes
para nós cristão que participamos das celebrações litúrgicas.
O Ano Litúrgico se inicia
com o Primeiro Domingo do Advento
(para saber mais sobre o Tempo do Advento clique aqui e veja o texto que o Blog
preparou) e termina com a festa de Cristo
Rei (para saber mais sobre a Festa de Cristo Rei clique aqui e veja o texto
que o Blog preparou). Os períodos dos anos litúrgicos, seguindo a tradição
católica pelas Igrejas de todo o mundo são: Advento, Natal, Quaresma, Tríduo Pascal, Páscoa e Tempo Comum. Há
ainda, além destes períodos, outras ocasiões durante o ano em que toda a Igreja
comemora e homenageiam Jesus, Maria, sua mãe, e outros Santos: estes são as
solenidades, festas e memórias. A Santa Igreja venera com especial amor as
celebrações em homenagem à Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, pois está em
constante ligação com a obra salvífica de seu Filho, Jesus. Em Maria, a Igreja
admira e exalta o fruto mais excelso da Redenção, e a contempla com alegria
como imagem puríssima do que toda ela deseja e espera ser.
Como dito, a Igreja
insere em seu ciclo anual, as memórias dos Santos e Mártires, que atingiram a
perfeição pela graça de Deus, alcançando já a salvação eterna, cantando a Deus
no Céu e intercedendo por nós.
Em várias épocas do ano, a
Igreja realiza a formação dos fiéis por meio de piedosas práticas corporais e
espirituais, da instrução, da oração e das obras de penitência e misericórdia.
Por isso, o Sagrado Concílio determina o seguinte:
“Por
tradição apostólica, que tem a sua origem no próprio dia da Ressurreição de
Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal todos os oito dias, no dia que justamente
se chama o dia do Senhor ou domingo. Neste dia devem os fiéis reunir- se para
que, ouvindo a palavra de Deus e participando na Eucaristia, celebrem a memória
da Paixão, Ressurreição e glória do Senhor Jesus e dêem graças a Deus que os
«fez renascer para uma esperança viva pela Ressurreição de Jesus Cristo de
entre os mortos» (1 Ped 1, 3). Por isso, o domingo é o principal dia de festa
que se deve propor e inculcar na piedade dos fiéis, de modo que seja também o
dia da alegria e do descanso. Não se anteponham outras celebrações que não
sejam de máxima importância, porque o domingo é o fundamento e o centro de todo
o ano litúrgico.” (SC 106)
O Tempo Litúrgico foi
revestido de modo que conservasse seus costumes, mantendo seu caráter original
para alimentar devidamente os fiéis na celebração do mistério da Redenção,
sobretudo o Mistério Pascal.
O espírito dos fiéis deve
ser orientado em primeiro lugar para as festas do Senhor, nas quais se celebram
durante o ano os mistérios da salvação e, para que o ciclo destes mistérios
possa ser celebrado no modo devido e na sua totalidade, se dê ao Próprio do
Tempo o lugar que lhe convém, de preferência sobre as festas dos Santos. Mas
para que não prevaleçam sobre as festas que comemoram os mistérios da salvação,
muitas destas festas de Santos ficarão a ser celebradas só por uma Igreja
particular ou nação ou família religiosa (Santos Padroeiros), estendendo-se a
toda a Igreja as que festejam Santos de inegável importância universal.
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