“Vivi no céu durante, pelo menos, trinta anos seguidos. Vivi no céu
porque estava com Deus, quero dizer, com meu filho, convivendo com ele,
desfrutando de sua presença, apreendo com ele ao mesmo tempo em que lhe
ensinava o pouco que sabia.” (Maria, O evangelho secreto da Virgem Maria)
Agora em dezembro, estava no grupo de
oração, e falávamos sobre o Natal, sobre o nascimento de Jesus, e numa das
reflexões, uma amiga puxou a conversa, que Jesus foi um menino como todos nós
fomos e Maria uma mãe como nossas mães. Lógico que existe uma diferença muito
grande em ser o menino Deus e ser a mãe de Deus. Mas suas vidas no início eram
muito parecidas com as nossas. Jesus brincou, caiu, ralou o joelho, Maria se
preocupou como toda mãe. Mas quase nunca nos damos conta disso né? Até porque
pouco se sabe da infância de Jesus, na sagrada escritura pouco se fala sobre
esse tempo.
Ano passado eu li um livro que sou
apaixonada, O Evangelho Secreto da Virgem Maria de Santigo Martín, e esse livro
foi escrito baseado no Evangelho Apócrifo da Virgem Maria. O livro conta toda a
história de Nossa Senhora, desde o anúncio do anjo, até depois da morte de
Jesus. Super indico pra vocês, rs!! Mas porque fiz toda essa propaganda? O que
irei relatar para vocês nesse texto sobre a infância de Jesus, é retirado desse
livro, são palavras do Santiago Martín, a partir do evangelho apócrifo.
Não temo como não falar da infância de
Jesus sem falar do seu nascimento. O primeiro grande encontro de Jesus,
aconteceu com os Reis Magos. O livro relata que quando esse encontro aconteceu,
José, Maria e Jesus já moravam em uma casa, mas qual o contexto, o menino recém
nascido, Maria e José ainda assustados, e chegam em sua porta um de seus
“amigos”, coloco em destaque porque era um pastor que não acreditava que aquele
menino era o Messias, trazendo acompanhantes, três homens que procuravam aquele
que seria o grande Rei. José não queria deixar que esse encontro acontecesse,
mas Maria com toda sua tranquilidade trouxe Jesus para que os magos pudessem
vê-lo. “Asseguro-te, João, não fez nada
mais, nem um único gesto extraordinário ou impróprio para um pequenino como
ele. Mas bastou aquele olhar para que os três, ao mesmo tempo, caíssem de
joelhos”, relata a própria Maria. Desde esse momento já se percebe a
divindade desse pequeno menino. E os magos depois de adorá-lo, presenteiam
Jesus, e dizem para seus pais “Cuidar
dele é o melhor dos presentes!”.
Agora imaginem para José e Maria, como
seus corações não estavam, pois eles eram simplesmente os pais do Messias, do
menino Deus. José sempre foi mais preocupado do que Maria, apesar de confiar
nos planos de Deus, ele as vezes tinha dúvidas, como aconteceu no momento para
a fuga para o Egito, quando eles recebem a visita do anjo, que os mandam ir
embora, José titubeia, mas Maria, muito sabiamente fala pra ele “lembra que a nós não cabe entender, e sim
apenas ter fé!”. E ai seguiram adiante. Os primeiros anos no Egito foram
tranquilos, José conseguiu administrar bem os presentes que receberam dos magos,
e conseguiram se instalar bem, e viver de forma confortável. Jesus ia crescendo
já demonstrando toda a sua graça, desde novo já mostrava como ele era especial.
Quando eles receberam a visita do Anjo,
avisando que eles já poderiam voltar para casa, Jesus tinha por volta de cinco
anos. Eles começaram a volta pra casa, e sempre viajavam em caravanas pois era
mais seguro. Num dado momento da viagem, José numa roda de conversa, ouviu
sobre o que tinha acontecido em Belém, depois que eles foram embora, a morte de
todas as crianças a mando de Herodes, que queria eliminar aquele que seria seu
rival. José conta para Maria, e eles emocionados começam a chorar. Jesus
percebe a tristeza de seus pais, e vai ao encontro deles, e os abraça e começa
a beijá-los, demonstrando imenso carinho, próprio das crianças né? E em todos
os relatos, sempre falam dele assim, e essa característica que percebemos nele
mesmo adulto, e até hoje conosco. “Ele
fazia todos felizes sem saber do dom que possuía e pelo qual todos se sentiam
estranhamente atraídos”, Maria relata comentando com João de como Jesus era
uma criança adorável.
Ao voltarem pra casa, reiniciam sua
vida, de forma confortável porém com humildade. Não eram de fazer
extravagâncias, Maria e José sempre se preocuparam com os valores que seriam
passados pra Jesus. Apesar da preocupação que tinham em educar o filho de Deus,
ele vivia como uma criança normal, então participava de tudo como as crianças
normais. Eles viviam muito com sua família, seus avós Joaquim e Ana, seus primos
e tios, o respeito a Deus era algo já edificado na família, e procuravam a
partir daí ter uma boa convivência com todos, dividindo suas alegrias e
tristezas; “a todos procurávamos ajudar
na medida de nossas possibilidades, primeiro com o coração, e se necessitavam,
também com dinheiro”, e foi nesse contexto que Jesus cresceu, com pais
zelosos e amorosos.
Maria descrevia Jesus como um menino
“lindíssimo”, não porque era seu filho, porque apesar de ser como os outros,
ele era ao mesmo tempo bem diferente, brincava como todos os meninos, mas ria
muito mais do que os outros. Ele tinha o dom da liderança, sempre se tornava
chefe da turma, porém se via que outro menino também queria ser chefe,
facilmente ele abria mão do cargo. Ele sempre teve muitos amigos, mas não eram
aqueles meninos que gostavam de lutas e guerras, ao aqueles que gostavam de
atirar pedras nos ninhos. E nesse meio estava seu primo Tiago, a quem era muito
apegado.
Desde muito novo Jesus já demonstrava um
grande domínio interior, uma superioridade, mas não que ele quisesse mostrar
isso, era algo próprio dele e que todos a sua volta já percebiam.
Quando seu avó Joaquim faleceu, todos
ficaram bastante tristes. Sua avó Ana aceitou a morte, porém sofreu bastante.
Jesus tinha seis anos na época, e aconteceu um fato inusitado. Fato esse que
fez José e Maria começarem a perceber que logo começaria a missão dele, e o
quanto ele era especial. Era a primeira vez que ele se deparava com a morte e
quando viu o avó morto, ele fico parado durante muito tempo observando. Maria
achou que ele iria ficar muito impressionado com aquilo e o retirou da sala
onde Joaquim estava sendo velado. Observem esse diálogo:
Maria
– Não chores. O avô descansa no shoel, o lugar dos mortos, e ali espera junto
com o patriarca Abraão a redenção que Iaveh lhes concederá algum dia.
Jesus
com o rosto iluminado – O momento da ressurreição está próximo, o avô é um
justo e não tardará em ser admitido no céu, que não tem nada a ver com o shoel
que falam na sinagoga.
Maria e Ana se assustaram com tanta
sabedoria e o questionaram como ele sabia de tudo aquilo e ele prontamente
respondeu: “Avó, quem me disse isso foi
meu Pai. E também me disse que o avô Joaquim está bem e não devemos sofre por
ele. Disse –me que está vivo!”, e depois de dizer isso ele sai correndo
para brincar na maior naturalidade. E essa foi a primeira referência de Jesus a
Deus como pai. E então José e Maria começam a perceber já não existia mais
tanta ingenuidade em Jesus, que ele começava a descobrir sua origem e sua missão,
e ai passaram a ficar mais atentos e Maria passou a questioná-lo mais, além de
sempre responder suas perguntas. É possível perceber a naturalidade com que
Jesus chamou Deus de pai, afinal Ele já estava trabalhando o espírito de Jesus
para o que estava por vir.
E Jesus fez sete anos, e Maria não tinha
queixas dele. Jesus não era um menino traquino, já começava a trabalhar na
carpintaria com o pai José. Certo dia, eles estavam em casa e passa uma
comitiva levando uma mulher que havia sido pega em adultério, que era conhecida
deles, que estava sendo levada para ser apedrejada. Maria e Jesus vão a porta
de casa, e Jesus se esconde na saia de Maria. Maria fica preocupada, lembrando
que poderia ter ocorrido algo semelhante com ela devido a sua gravidez, mas nesse
momento Jesus olha pra Maria e diz: “Mãe.
Não te preocupes, contigo nada acontecerá!”. E Maria fica aflita e começa a
interrogá-lo a fim de saber se ele já sabia algo referente ao seu nascimento, e
ele ainda inocente diz que nada sabia.
Aos oito anos, Jesus já ia a sinagoga
com seu pai José, mas também ajudava nas tarefas de casa, e por causa disso
ouvia piadas dos amigos, dizendo que esse era serviço de mulher. E foi num
desses dias de tarefas ajudando Maria, que aconteceu outro encontro
emocionante. Vocês sabem que naquela época os leprosos viviam excluídos das
aldeias, e quando eles passavam próximo eles tinham que cantar uma música para
que as pessoas soubessem que eles estavam vindo e se afastassem. Certo dia os
leprosos passavam próximo a casa de Jesus, e ele curioso como toda criança
correu para vê-los. Maria com muito medo, próprio das mães, deixou que Jesus os
visse porém de dentro de casa, para não correr o risco de chegar perto e ser
contaminado. Os leprosos estavam no poço para beber água,
e contrariando a mãe, Jesus correu ao encontro de um deles, após trocarem
olhares. E ao se aproximar, Jesus começa a conversar com ele: “Como te chamas? Porque está assim? É
verdade que fizeste algo muito mau? Não te preocupes, pedirei a meu Pai que te
cure! Tens sede? Espera que vou te trazer água”. Maria já estava aflita,
querendo protege-lo a todo custo. Dessa vez Jesus olha pra mãe e pergunta: “Mãe deixa que eu lhe dê de beber?” e
Maria autoriza, e ele responde “Não
tenhas medo que não vai me acontecer nada. Deixa-me, tenho que fazer eu mesmo.
Devo cumprir o que manda meu Pai”. E lá vai Jesus, encontrar o leproso, com
um sorriso de bondade no rosto e entrega a tigela de água. O leproso agradece
com um sorriso iluminado, e Jesus acaricia sua mão. O que aconteceu depois
disso? Chegou uma conversa na aldeia, que um leproso havia sido curado após
beber no poço daquela região e Jesus chega todo contente para sua mãe e fala “Sabes do leproso? É o nosso! Curou-se, eu
pedi a meu Pai que fizesse isso e Ele me ouviu. Estou muito contente, mãe!”.
Que doçura, que sabedoria, tão jovem e já tão encantador.
Muito mistério envolvia a vida de Jesus,
Maria e José a todo tempo tentavam entender o que e passava em seu coração, se
Deus já conversava com ele, se ele já sabia de tudo. Mas aos poucos Jesus
começa a assumir sua missão, lembremos quando ele “se perde” dos pais e é
encontrado no templo entre os doutores, e ao ser questionado responde: “Não sabíeis que eu deveria estar na casa do
meu Pai?”. E nessa tranquilidade, amor e absoluta confiança em Deus, Jesus
foi crescendo. No seio da família, com pais extremamente cuidadosos e tementes
a Deus, sendo preparado para logo mais, ao iniciar sua vida pública, sua vida
de anúncio, viver com intensidade sua missão, de dar a vida por todos nós.
Graça, Redenção e Paz.
(M.N
– Minions Católicos)
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