O Celibato

“Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus” (Mt 19, 12)

Na quarta-feira passada, falei um pouco sobre a castidade com vocês. Falei sobre a importância de ser casto nas nossas relações. Expliquei para vocês que a castidade não é a ausência de vida sexual, mas o ordenamento da sexualidade de acordo com o seu estado de vida. Hoje, falarei com vocês sobre o celibato.
Um celibatário é aquele que escolheu não se casar para se dedicar totalmente e inteiramente para as coisas do Senhor e, assim, amar a todos com total dedicação. É o caso dos nossos padres, por exemplo. E aqui também, um celibatário não vive como anjo, de forma assexuada, porque a sexualidade impregna a totalidade da pessoa humana, e acompanha sua vida e desenvolvimento espiritual.
Existem três formas de viver o celibato. Uma delas, são aquelas pessoas solteiras, que ainda não encontraram a pessoa certa com quem casar e por isso estão celibatários. Pode não ser um estado de vida definitiva, pois a pessoa pode vir a se casar em qualquer idade. Outra forma de viver o celibato são as pessoas que consagram suas vidas totalmente a Deus e renunciam ao casamento. E, por último, temos o celibato sacerdotal e que consiste basicamente em corresponder a uma entrega de si mesmo para o serviço do Reino de Deus.
Como eu disse acima, a pessoa celibatária não renuncia a sua sexualidade e nem muito menos deixa de amar. O que ocorre é uma renúncia da relação de cópula, a toda relação de exclusividade, para que possam utilizar toda a sua energia afetiva e sexual no amor, na dedicação, ne entrega e na doação, repercutindo na sua espiritualidade. Ou seja, a pessoa que escolhe o celibato, ela renuncia a uma forma de viver a sexualidade para se entregar totalmente a Deus, como um coração indiviso. E, essa opção celibatária deve ser motivada pelo amor a Deus e ao próximo.
“Poxa! Mas vai morrer sozinho? ” – Essa é uma pergunta muito comum que as pessoas costumam fazer para quem escolhe ser celibatário, principalmente as duas últimas formas que eu falei ali em cima. Ao contrário do que pensamos, o celibato implica uma vida de relação com os outros e não de privação das pessoas. Não se escolhe ser celibatário por causa de alguma frustração ou desengano na relação afetiva, mas como uma forma de expressar a sua doação de si mesmo muito bem decidida.   
Em um artigo que encontrei disponível no site de formações da Canção Nova, o autor enumera algumas coisas que o celibatário renuncia. São elas: “à intimidade física em ordem a uma mais perfeita disponibilidade; ao calor humano de uma família, para se tornar pai ou mãe da humanidade; à continuação da vida nos próprios filhos para uma vida que não tem fim, a vida de Deus nas pessoas”.
Assim como em todas as vocações, o celibatário também é chamado a gerar vida. Não no sentido físico, mas espiritual. Através do amor, o celibato gera vida de Jesus nas almas que encontra, cria vínculo espirituais e exerce assim a paternidade espiritual, fazendo com que as pessoas se sintam regeneradas ao receber a nova vinda, a de Deus. Dessa forma, o celibato deve gerar filhos e filhas de Deus, caso contrário é infecundo.
Quando o celibatário assume a sua vocação de forma livre e vive a doação total a Deus, no amor e no serviço generoso aos irmãos, ele experimenta a felicidade de ver Deus na sua vida. Ele deixou tudo para ter tudo e sabe que nada falta a ele.
Para viver o celibato, conservado na castidade, é importante que se tenha uma relação com Deus profunda, cultivada na oração e uma sadia comunhão fraterna. É necessário que haja esforço para corresponder a graça da própria vocação. “Deste modo a continência ‘por amor do reino dos Céus’, a opção pela virgindade ou pelo celibato para toda a vida, tornou-se na experiência dos discípulos e dos seguidores de Cristo o ato de uma resposta particular do amor do Esposo Divino, e, por conseguinte adquiriu o significado de um ato de amor esponsal: isto é, de um dom esponsal de si, a fim de retribuir de modo particular o amor esponsal do Redentor; um dom de si entendido como renúncia, mas feito sobretudo por amor” (São João Paulo II).
Que você que está vivendo o celibato, seja em qualquer uma das condições, possa se doar incondicionalmente ao amor Deus. Sejamos todo d’Ele para quer possamos ter tudo. Só isso basta!
Deus nos abençoe!

Em Teu altar,  quero Te adorar
Quero Te buscar sempre mais
Quero mergulhar em Teu amor
Em Teu altar,  quero Te adorar
Quero Te buscar sempre mais
Quero mergulhar em Teu amor
És o meu tudo, o meu tesouro maior
Gastei minha vida por Ti
Gastei minha vida por Ti
És o meu tudo, o meu tesouro maior
(Quero Te buscar sempre mais)
Gastei minha vida por Ti
(Quero mergulhar no Teu amor)
Gastei minha vida por Ti
(Gastei minha vida por Ti)
Gastei minha vida por Ti
(Gastei minha vida por Ti)
Recebo a Ti como esposa chegando no altar
Recebe-me como esposa, desposa meu coração
Te quero ter como esposa mimada
Recebendo o carinho do meu coração
(Como noiva adornada no altar – Colo de Deus)


(M. N. S – Minions Católicos)

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