Virtudes teologais: Caridade

“A caridade é o vínculo da perfeição (Cl 3, 14) e a forma de todas as virtudes” (CIC §1844)

“É só o amor que conhece o que é verdade”. Talvez o amor seja a própria verdade. Escrever para vocês esse texto é ao mesmo tempo fácil e complexo. Falaremos sobre a Caridade, a terceira virtude teologal da série. “A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e o nosso próximo como a nós mesmos, por amor a Deus” (CIC §1822). Entenderam porque digo que é fácil e complexo? Seria fácil se realmente vivêssemos esse verdadeiro amor, amor que Jesus sempre nos pede.
Deus nos deixou os dez mandamentos, Jesus resumiu-os a dois, e podemos simplificar numa palavra: caridade. Mas como para nós é difícil. Primeiro, porque teimamos em não nos entregar ao amor de Deus. Pense que Cristo morrei na cruz por amor a nós, por pessoas que sequer existiam ainda, pelas pessoas que o condenaram. O sentimento da entrega, o sentimento da cruz. Na carta de São Paulo aos Coríntios, ele deixa bem claro “permanecem fé, esperança e caridade, estas três coisas. A maior delas, porém, é caridade” (I Cor 13, 13).
Ou seja, se você não ama, se não vive a caridade, pouco adianta a fé e a esperança. O exercício da caridade “assegura e purifica nossa capacidade humana de amar, elevando-a à perfeição sobrenatural do amor divino” (CIC §1827). Amar ao outro, aproximar-se do próximo sem julgamentos, sem preconceitos, apenas conviver e amar. E como nós nos recusamos a isso. Como somos ciumentos, egoístas, julgadores, preconceituosos. Amar o mendigo na rua? Amar o padre que mudou minha pastoral? Amar o primo chato? Amar o vizinho barulhento? Amar as crianças que correm na missa? Amar no trânsito? Amar o colega de trabalho que passou por cima de mim? Muitas vezes fazemos tudo, menos o que Cristo nos pede.
“Deus é amor, e quem permanecer no amor permanece em Deus e Deus nele” (I Jo 4, 16). Você tem noção do quão grandioso é essa palavra? Conviver com o próprio amor, aceitar a Deus, aceitar a sua presença. Se você aceita isso, deve também amar ao próximo. Mas, às vezes, nos deixamos levar por nossos impulsos, deixamos Deus de lado um minutinho, acho que talvez para que Ele não veja o que estamos fazendo, e depois trazemos Ele de volta. Que engano o nosso!
Viver a virtude da caridade é viver o amor acima de tudo, é buscar mudanças em sua vida de forma que você permita que Deus fale por você, e que suas ações sejam reflexo de Deus. “Mas eu não consigo. O que devo fazer? ”, viver as virtudes é deixar-se guiar pelo Espírito Santo. Se não vivermos com Ele, nunca conseguiremos.
Termino esse texto citando Santo Agostinho: “A todos os que amam a Deus, Ele transforma tudo em bem, Deus até faz caminhos errados e as faltas tornarem-se um bem”. Todos nós temos “conserto”, sempre temos uma nova chance e ela se encontra no amor de Deus!
Graça, Redenção e Paz!


(M. N – Minions Católicos)

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