Evangelho - Mc 7, 24-30

“É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair” (Mc 7, 24-30)

Bom dia, meus irmãos! Com o coração agradecido por mais um dia, vamos receber a Palavra que o Senhor preparou para nós. Essa semana a liturgia da nossa amada Igreja teve como escopo a criação.
Deus criou o homem à sua imagem e semelhança e colocou a criação inteira à sua disposição e concedeu-lhe autonomia sobre os animais. “Então o Senhor Deus formou da terra todos os animais selvagens e todas as aves do céu, e trouxe-os a Adão para ver como os chamaria; todo ser vivo teria o nome que Adão lhe desse” (Gn 2,19).
Narra as Sagradas Escrituras que Adão deu nome a todos animais domésticos, a todas as aves do céu e a todos os animais selvagens, no entanto, não encontrou uma auxiliar semelhante a ele.
Em sua imensa e inigualável sabedoria, o Senhor conclui que não era bom que o homem estivesse só. E assim, decidiu dar ao homem uma auxiliar semelhante a ele. “Então o Senhor Deus fez cair um sono profundo sobre Adão. Quando este adormeceu, tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com carne. Depois da costela tirada de Adão, o Senhor Deus formou a mulher e conduziu-a a Adão" (Gn 2, 21-22).
Acredito que Adão deve ter ficado maravilhado com o que estava diante de seus olhos, e então, exclamou: "Dessa vez, sim, é osso dos meus ossos e carne de minha carne! Ela será chamada 'mulher' porque foi tirada do homem".
Homem e mulher, ambos os frutos da criação, pensados por Deus, moldados pelas mãos divinas. Homem e mulher, uma só carne. "Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher e eles serão uma só carne" (Gn 2, 24).
A mulher foi pensada para o homem, para ser sua companheira, auxiliar, para completar a vida dele, e assim, eles se tornariam um só em Deus.
E Deus cria por amor. A criação é obra da sabedoria e do amor divino. Quanto a esta afirmação, o Catecismo ensina-nos: "Cremos que o mundo procede da vontade livre de Deus, que quis fazer as criaturas participarem de seu ser, de sua sabedoria e de sua bondade: "Pois tu criaste todas as coisas; por rua vontade é que elas existem e foram criadas" (Ap 4, 11). Fomos criados e escolhidos para participamos da bondade de Deus. Quão maravilhoso é isso! Homem e mulher criados para a glória de Deus.
Um outro ponto interessante nessa primeira leitura é que homem e mulher estavam nus e não se envergonhavam. Ainda havia pureza, ingenuidade, pois o pecado ainda não tinha corrompido a criação. Necessitamos voltar a nossa origem, ao primeiro amor, para sermos puros de coração, pois, como diz a sagrada escritura: felizes os puros de coração, pois verão a Deus! "Felizes também os que respeitam ao Senhor!"
E é exatamente sobre a felicidade que está contida no temor ao Senhor, que o salmo 127 vem nos exortar. "Feliz és tu se temes ao Senhor e trilhas seus caminhos. Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem". A nossa felicidade está em Deus, em cumprir a sua santa vontade.
Muitos vêem essa resposta de Jesus como uma resposta rude, severa. No entanto, partindo de uma análise mais profunda, podemos inferir a ideia expressa no site da Canção Nova: "Cristo conhece a qualidade da alma desta mulher e ele a desafiou a amadurecer de um modo maravilhoso. O mestre professor colocou vários obstáculos no caminho dá mulher, cada um dos quais ela superou com uma fé radiante".
O Senhor reconhece um coração humilde e contrito e na resposta daquela mulher tida como pagã, ele viu a fé.
"Senhor, também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que os filhos deixam cair" (MC 7,28).  E por conta de sua resposta, Jesus expulsou o demônio do filho dela.
Essa mulher com antecedente pagão ouviu falar de Jesus e acreditou em seu poder. Não hesitou, não questionou, somente foi ao seu encontrou e lançou-se aos seus pés, com a humildade de quem está diante do Filho de Deus. "Ela ficaria satisfeita com apenas uma migalha da mesa do seu Mestre. Que grande mulher! Ela agarrou-se firmemente como uma carraça, não sendo de admirar que o Salvador tivesse elogiado a sua grande fé". Ela queria ao menos uma migalha, e nós somos convidados ao Banquete do Senhor, a participar da sua ceia e comungar inteiramente do teu Corpo Santo, e mesmo assim, muitas vezes deixamos o Mestre ali, a nossa espera. Aquela mulher era pagã, mas só de ouvir falar dos prodígios de Jesus, acreditou n' Ele.
E quanto a nós? Mesmo tendo todo conhecimento, em muitos momentos duvidamos do poder de Deus e não vamos ao seu encontro. Em nossa arrogância não nos jogamos aos seus pés. Será que hoje, Jesus elogiaria a nossa fé?
Amados, a nossa fé é um dom. Podemos pedi-la ao Senhor. Que a graças de Deus Pai nos conceda um coração humilde e confiante. Que nossa vida possa ser derramada aos pés do Senhor.



(S.A- Minions Católicos)

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