“Nenhum servo pode servir a dois senhores: ou há de odiar a um e
amar o outro, ou há de aderir a um e desprezar o outro. Não podeis servir a
Deus e ao dinheiro” (Lc 16,13)
Olá, irmãos! Que Deus nos conceda o dom da caridade e nos dê sabedoria
para administrarmos e dispormos de maneira justa e correta de todos os bens,
com os quais, Ele agracia-nos.
Em seus diversos e riquíssimos ensinamentos, Jesus adverte que não
devemos servir a dois senhores, pois dessa forma, amaríamos a um e
desprezaríamos o outro. No cenário atual, isso fica bem claro. Corrupção,
alimentos inadequados para o consumo sendo vendidos, próteses sendo colocadas
sem nenhuma necessidade, falcatruas e mais falcatruas. E isso por quê? A
ganância, o desejo pelo dinheiro fala mais alto. Não importa os meios que serão
utilizados, o que importa é o lucro obtido. O outro é reduzido, visto somente
em virtude da vantagem que pode gerar. Sua saúde, sua qualidade de vida? Não!
Isso não vem ao caso, o que vale é o seu bolso.
O dinheiro vem imperando em nossa sociedade, em nossas vidas, e assim,
ele vem ocupado o lugar de Deus no coração do homem, e assim, facilmente se trapaceia,
engana , pega o que não é seu.
Referente à impossibilidade de servir a Deus e ao dinheiro, Padre Paulo
Ricardo nos ensina que essas palavras “são
um chamado sempre urgente a que peçamos ao Senhor a graça de termos uma vida
coerente e um coração unificado pela caridade. De fato, só podemos servir
verdadeiramente a Deus se, com amor sobrenatural, referimos a Ele todos os
nossos trabalhos e afetos; como filhos e servos seus, não podemos viver em
função de nenhuma outra coisa senão d’Ele mesmo, que é o fim último de nossa
existência. A Ele, pois, deve estar ordenada toda a nossa vida, nos seus mais
“insignificantes” detalhes: por Ele temos de amar a nossa própria alma, que um
dia há de participar da bem-aventurança; por Ele temos de amar o nosso próximo,
no qual se reflete a divina bondade e o próprio Cristo, de modo sublime e
misterioso, se faz presente (cf. Mt 25,25); por Ele temos de amar retamente
todas as coisas, enquanto obras suas e ordenáveis à sua glória e à nossa
santificação pessoal”(Padre Paulo Ricardo).
Em seu livro “Considerai como crescem os lírios”, Monsenhor Jonas Abib
elucida o seguinte: “Há um sistema que
nos leva a servir ao dinheiro, ao poder e ao instinto que existe em nós (devido
ao pecado original) de viver a concupiscência dos olhos, ganância da vida.
Existe em nós o desejo de possuir, de mandar, de ter cargos, posições,
autoridade, poder. É uma inclinação muito forte que provém do pecado original:
o possuir, o poder, o prazer e o parecer”.
Será que estamos sendo corrompidos por esse sistema? Temos idolatrado ao
dinheiro? Será que damos permissão para ele ser o senhor de nossas vidas?
Irmãos, tudo o que temos é graça de Deus, Ele é quem provê o necessário
para o nosso sustento, e é para a sua Glória que tudo subsiste. As primícias do
nosso viver pertencem ao Nosso Senhor que tudo nos oferta.
Que em nosso coração cresça a caridade e o desejo de tudo ofertar a
Deus. Precisamos ter a consciência que a verdadeira felicidade não está no
dinheiro ou em qualquer outro bem material, mas sim, no Deus Vivo que tudo
providencia para o nosso viver.
Peçamos sempre a graça de bem utilizarmos o nosso dinheiro, de maneira
adequada, sem prejudicar o próximo, e que sejamos livres de toda idolatria, para
que em nossos corações reine o verdadeiro e único Senhor.
Paz e bem!
(Stella Araújo – Minions Católicos)
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