Olá, pessoal! Uma ótima
noite a todos vocês. Hoje, chegamos ao final da nossa série de textos sobre o
livro “Quem me roubou de mim”, de autoria do Padre Fábio de Melos. Nos textos
anteriores, abordamos temáticas que envolveram a subjetividade humana e o seu
sequestro, assim como também, o encanto de ser pessoa e o mito do amor
romântico. Questões inseridas nesse universo complexo e mágico, que é a pessoa
humana.
No texto de hoje,
falaremos sobre o olhar simbólico de Jesus. Seus olhos, conforme Padre Fábio, “possuíam o dom de realizar devoluções”.
Jesus enxergava além, Ele não via apenas o pecado, a miséria ou a situação que
excluía alguém do convívio social, mas, enxergava o coração, a humanidade de
cada pessoa que encontrava pelo caminho.
Na Bíblia, encontramos
diversas histórias que trazem esse encontro de Jesus com pessoas que foram
enxergadas por Ele e tiveram suas vidas transformadas, pessoas que até então,
eram subjugadas pela sociedade, condenadas por algum erro do passado ou
simplesmente que viviam a margem da sociedade, em razão de alguma doença que
tinham, vista como um castigo. Essas mesmas pessoas ao encontrarem Jesus e
serem fitadas por aquele olhar diferente de todos os outros, aquele olhar que
não condenava, e sim, resgatava; tinham sua dignidade restituída.
“Jesus
é um construtor de pontes em seu tempo. Sua vida e missão estão voltadas para
repatriar os que estavam fora da vida social, política e religiosa de seu
tempo. A categoria sempre usada em seu discurso – “Reino de Deus” – refere-se a
uma forma de antecipação histórica de toda uma promessa bíblica de “terra
prometida” e lugar de “felicidade definitiva. Sua pregação não é projeção de um
céu imaginário, ideal, mas é uma pregação que não desconsidera o fio da
história, atando-o constantemente às promessas escatológicas e futuras” (Padre
Fábio de Melo).
Para relatar sobre esse
olhar simbólico e salvífico de Jesus, Padre Fábio conta uma história narrada
nos evangelhos. Uma certa mulher foi pega em adultério e conforme a Lei de Moisés,
ela deveria ser apedrejada. O padre esclarece que o que será descrito agora não
foi relatado, porém, pode-se imaginar.
“No
meio de tantas vozes que gritavam, Jesus não tinha muito o que fazer. É muito
difícil ser voz única, gritando uma sentença diferente no meio de uma multidão
que grita absolutamente o contrário. Certamente ele fez um esforço para
adentrar a multidão para que tivesse um acesso maior à condenada (...) Jesus
chegou perto. Preferiu não gritar. Utilizou-se de uma linguagem que é infinitamente
superior à linguagem das palavras: o olhar. Fixou os olhos na mulher e começou
a dizer, sem dizer, tudo que ela precisava ouvir naquela hora. Aquela criatura
jogada ao chão protagonizava a dura experiência de um sequestro que durou sua
vida inteira. Entregue à prostituição desde muito cedo, a mulher experimentava
naquela hora o risco de morrer sem que alguém lhe pagasse o valor do resgate” (Padre
Fábio de Melo).
Padre Fábio ainda explica
que nesse caso, ocorreu o sequestro da subjetividade, pois os muitos homens que
deitaram na cama dessa mulher, a sequestraram aos poucos, levaram a sua
dignidade, e ela se submeteu à condição de vítima. No entanto, “Jesus, no ato de olhar, começa a devolver
àquela mulher tudo o que a vida havia lhe retirado” (´Padre Fábio de Melo). Além
disso, o padre salienta que o olhar de Jesus devolvera aquela mulher a ela
mesma. “Ela, que tantas vezes fora
roubada, levada de si, agora estava diante d eu homem que lhe devolvia
novamente o que aos poucos a vida lhe levara” (Padre Fábio de Melo).
Irmãos, o mundo pode até
olhar o nosso exterior, nos julgar e condenar, mas, Jesus enxerga além, Ele
olha o nosso interior, o nosso coração, a nossa alma. Permitamos ser fitados
pelo doce olhar de Jesus. Esse olhar, redentor e que possui o dom da devolução.
Esse olhar que vê além de nossas misérias. Enquanto o mundo e suas ciladas nos
levam de nós, Jesus nos restitui, nos devolve a nós mesmos.
Paz e bem!
Antes de você entrar na minha vida
De se decidir por mim
Por minha história
Haverá de ter clareza de saber bem
Quem eu sou
Pra depois não me dizer
Ter se enganado
Eu não posso ser o que você quiser
Sou bem mais do que os seus olhos
Podem ver
Se quiser seguir comigo
Eu lhe estendo a mão
Mas não pode um só momento
Se esquecer
Sou consagrado ao meu Senhor
Solo sagrado eu sei que sou
Vida que o céu sacramentou
Marcas do eterno estão em mim
Antes do seu amor chegar
Um outro amor já me encontrou
E me envolveu com tanta luz
Que já não posso me esquecer
Se mesmo assim quiser ficar
Seja bem vindo ao meu lugar
À este coração que resolveu
Plantar-se inteiro em Deus
E hoje não quer mais se aprisionar
Eu lhe peço que me ajude
A ser mais santo
Que por vezes me esqueça no meu canto
É que a minha santidade
Necessita solidão
Só assim minha presença
É mais saudável
Não me peça o que de mim
Pertence a Deus
Nem dê mais do que eu posso receber
Ser amado em excesso
Faz tão mal quanto não ser
Eu lhe peço que me ajude a ser de Deus
De se decidir por mim
Por minha história
Haverá de ter clareza de saber bem
Quem eu sou
Pra depois não me dizer
Ter se enganado
Eu não posso ser o que você quiser
Sou bem mais do que os seus olhos
Podem ver
Se quiser seguir comigo
Eu lhe estendo a mão
Mas não pode um só momento
Se esquecer
Sou consagrado ao meu Senhor
Solo sagrado eu sei que sou
Vida que o céu sacramentou
Marcas do eterno estão em mim
Antes do seu amor chegar
Um outro amor já me encontrou
E me envolveu com tanta luz
Que já não posso me esquecer
Se mesmo assim quiser ficar
Seja bem vindo ao meu lugar
À este coração que resolveu
Plantar-se inteiro em Deus
E hoje não quer mais se aprisionar
Eu lhe peço que me ajude
A ser mais santo
Que por vezes me esqueça no meu canto
É que a minha santidade
Necessita solidão
Só assim minha presença
É mais saudável
Não me peça o que de mim
Pertence a Deus
Nem dê mais do que eu posso receber
Ser amado em excesso
Faz tão mal quanto não ser
Eu lhe peço que me ajude a ser de Deus
(Marcas do Eterno – Padre Fábio de Melo)
(Stella Araújo – Minions Católicos)
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