Praticando a esmola


“Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade.” (1 Coríntios 13,13)

Essa semana conversava em um grupo do WhatsApp sobre a acolhida das pessoas. Como é fácil para nós, acolhermos quem conhecemos, na nossa casa, no nosso grupo de jovens, na entrada da missa da nossa paróquia. Mas quantas vezes rejeitamos as pessoas desconhecidas? Quantas vezes damos algo, ou dinheiro ou algo material para alguém que te pediu só pra se livrar daquela pessoa? Quantas vezes até no mesmo local que frequentamos não falamos direito com essa ou aquela pessoa porque ela não é do nosso círculo de amizades?
O tema desse texto de hoje, nos leva a refletir sobre isso. Praticar a esmola? Mas o que seria essa esmola? Se formos ao dicionário encontraremos “Substantivo feminino. 1.dádiva caridosa feita aos pobres; óbolo.2.ato de auxiliar, de prestar ajuda; socorro”. Aí dentro desse contexto destaco outro conceito: “Caridade também pode ser definida como um ato benigno de saciar a necessidade das pessoas em suas vidas, simplesmente por amor a elas, e para que elas deem graças a Deus”. Encontrei essa linda definição no site da Caritas. “Saciar a necessidade das pessoas em suas vidas, simplesmente por AMOR a elas”, opa! Por amor as pessoas. Caridade, esmola, esses benefícios que fazemos, devem ser feitos de coração, atos de boa vontade, não atos simples para mostrar a tua obra da igreja, para ganhar seguidores nas redes sociais. É preciso exercer a caridade pelo simples fato de exercer o mandamento de Jesus nos deixou, “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. A esmola deve ser um ato gratuito, de carinho, sem esperar nada em troca. Também não é dar restos, não é dar sobras, é ajudar as pessoas de acordo com as necessidades delas.
Mas digo a vocês, um abraço, uma palavra, um olhar de carinho em diversos momentos vai valer mais do que um pedaço de pão. Como essas pessoas que vivem nas ruas são sedentas de toque, de carinho, de amor. Já perceberam como elas são enxotadas dos lugares? Como as pessoas os olham atravessado? Como NÓS fazemos tudo isso? Quando chegamos na porta da nossa igreja e tem algumas pessoas pedindo dinheiro, ou alimento, como isso nos incomoda, não é? Como queremos tirá-las de lá, não é? Mas cadê que ninguém os convida pra participar da missa, ou pergunta como eles estão?
Me recordo que uma vez estava na porta da minha casa, e vinha uma família pela rua, um pai e dois filhos, recolhendo material de coleta seletiva. Aí a menininha veio na frente do pai, e me pediu uma comida, eu entrei em casa e peguei um pacotinho de biscoito, e levei pra eles. Entreguei pra ela, ela me agradeceu sorrindo e foi correndo pra dividir com o pai e o irmão dela. O olhar dela tinha tanto brilho, que naquele momento reconheci Deus naquela criança, e me emocionei bastante, como me emociono até hoje ao lembrar desse dia.
Nossos momentos de doação precisam ser feitos de bom coração, precisam ser espontâneos, não feitos de caso pensado. Mas de forma que possamos exercer o nosso ser cristão, onde a nossa mão direita não veja o que a esquerda fez. Com certeza os gestos assim realizados nos levam mais pra perto de Deus, nos trazem paz e acalmam o nosso coração.
E só uma dica, fazer caridade, dar esmolas não são atos APENAS para serem feitos na quaresma. São atitudes diárias, são atitudes de cristãos. São pequenos gestos que fazem a diferença na vida de quem recebe e principalmente na sua vida.
Graça, Redenção e Paz

(M. N – Minions Católicos)

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