“Aquele que
me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho, porque sempre faço o que é de
seu agrado”.
Neste
Evangelho nós somos convidados a fazer uma análise mais profunda sobre a nossa
pessoa em relação à pessoa de Cristo. Vemos que no Evangelho de João, antes
dessa passagem, no começo do capítulo oito, Jesus perdoa a mulher pega em
adultério. Os fariseus entregaram-na a Jesus, pois queriam prova-lo procurando
assim alguma forma de incriminá-lo. Como Jesus diz para eles que atirassem a
primeira pedra aquele que não tivesse pecado, eles se retiraram e Jesus a
perdoou. Após isso, Jesus continua dizendo:
“Eu sou a luz do mundo”. Ainda não querendo acreditar, os fariseus não confiam
na palavra de Jesus. Até que chegamos ao versículo 21. Os fariseus estão tão
preocupados em provar que Jesus não é o Messias que não conseguem enxergar sua
verdadeira essência e reconhecer a missão dele.
Completamente
tomados pela hipocrisia e por um instinto determinado ao cumprimento da lei,
eles fecharam os corações e olhares para a realidade à sua volta e quem dirá à
divina, pois se não conseguiam olhar para um humilde ser humano jamais
conseguiriam enxergar a Deus nessas condições.
Essa
gradativa revelação que Jesus faz antes da proximidade de sua morte nos mostra o
quanto Deus se fez e faz presente em nosso meio. Jesus diz a eles que vai
embora e eles vão procurá-lo, mas morrerão sem o perdão dos pecados. Eles
pensam, porém, que Jesus vai se matar. Então Cristo faz a sua revelação em
palavras mais claras de que ele é o Messias. Nós somos daqui, mas Jesus e do
alto e foi enviado pelo Pai para proclamar a salvação dos povos.
Enxergar
a pessoa de Cristo não é somente saber e ver que Ele é o Senhor, mas também
crer acima de tudo que Ele fez o que fez por todos nós. Jesus ainda poderia
julgar os que o questionavam, mas ele se contenta em ensinar aquilo que o Pai
lhe diz. Ora, os fariseus queriam julgar a todos e fazer justiça com as
próprias mãos, custasse o que for, em relação à mulher adúltera. Neste
contraponto dado pelo Evangelho percebemos o quanto Deus é misericordioso e o
quanto nós podemos ser perversos e limitados ao nosso ego humano, que tantas
vezes descaracteriza nosso ser frente à maravilha que é ser criado “à imagem e
semelhança de Deus.” Como não entendiam que Jesus estava falando sobre quem o
enviou, ele completa: “Quando vocês
levantarem o filho do homem saberão que Eu sou quem sou”. Dizendo isso, e
adiantando logo a notícia de sua morte ele diz que não está sozinho, pois faz
sempre a vontade do Pai e o Pai está com Ele e nada do que Ele faz é por sua
conta. Após estas palavras muitos creram nele.
Será
que nós por estas palavras seríamos capazes de crer em Jesus naquele tempo?
Olhando para a nossa vida, vamos nos perguntar sobre quem é Jesus para nós.
Vivendo nesse tempo, onde nos aproximamos do momento de fazer memória da Paixão
do Senhor, vamos abrir este espaço no nosso pensamento e analisar como estamos enxergando
Jesus: Ele é para nós um desconhecido do qual nós duvidamos ou realmente cremos
na sua vinda e no mistério de sua encarnação? Se nós cremos, não podemos
abandonar nossa essência que está no próprio Deus. Cremos no Pai? Então nós
cremos no Filho, porque Jesus e o Pai são um só, juntamente com o Espírito.
A
aceitação de Jesus em nossa vida começa pelo conhecimento da pessoa de Cristo e
pelo reconhecimento de Deus nele. Em nossas ações nós transparecemos quem somos,
não é verdade? Assim, se queremos ser perdoados devemos crer e nos arrepender;
abrir mão daquilo que pensamos que é a melhor forma de viver e aceitar a nossa
humanidade que erra, peca e maldiz, como o antigo povo no deserto, mas que
também reconhece o erro e pede perdão e ajuda.
Tivemos
a oportunidade de ser salvos e ainda temos essa graça, pois fomos libertos para
vivenciar o Reino dos Céus. Nisto, devemos nos esforçar, por buscar as coisas
do alto, crer fielmente e melhorar as atitudes como filhos fiéis para sermos
salvos.
O
quanto Jesus foi obediente na cruz é o quanto Deus quis nossa amizade de volta
e um amigo como esse não encontraremos jamais se não o buscarmos no céu.
Paz
e bem.
(Thamiris
Albertini- Minions Católicos)
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