“Na ocasião, eu não sabia o que ia acontecer, embora previsse,
porque as mães sempre imaginam o pior. Mas não ia lhe dizer nada, pois se
tratava de dar-lhe ânimo. Ele, que sabia que o final seria a cruz, me olhou
docemente e me estreitou em seus braços! ” (Evangelho Secreto da Virgem Maria)
Maria sempre foi a melhor
mãe para Jesus! Zelosa, amorosa, temerosa e as vezes ansiosa, mas MÃE!! E toda
mãe é assim! Tem um tanto de que amor que é imensurável. Mas imagine para
Maria, quão agoniante não deve ter sido saber que o seu filho tinha uma grande
missão, e que essa missão seria salvar a humanidade?
Maria sempre soube que
algo muito duro aconteceria a Jesus, mas ela sempre confiou nos planos de Deus
e nunca duvidou de sua palavra, ou quis tirar Jesus do seu caminho, afinal ela
era mãe e poderia querer “salvar” o seu filho. Ao contrário, Maria encheu-se de
toda a fé e amor e caminhou junto com Jesus. Maria sofreu ao longo da caminhada
com Jesus, mas se manteve forte, pois a força de seu filho, dependia da sua;
Maria foi canal entre Deus e Jesus.
Mas Jesus estava morrendo
na cruz, e era chegada a hora de consumar o que estava escrito nas sagradas
escrituras. E que mãe suportaria ver seu filho morrer, desfigurado, humilhado?
Maria sofreu, Maria muito sofreu, a dor humana da perda, por ver seu filho que
tinha sido criado com tanto zelo e amor, naquele estado, morto, por causa do
SEU PECADO, pela TUA VIDA. Mas o seu lado divino era aceitação, pois sabia que
toda aquela dor era necessária.
“Vi quando começaram a levantá-lo. Primeiro se fez um poderoso silêncio.
Todos se calaram, até os que mais o odiavam. Talvez fosse o momento do milagre.
Se o céu tivesse que intervir, deveria fazê-lo naquele momento ou não o faria
nunca mais. Eu sabia que nada de extraordinário iria ocorrer, porque o
extraordinário já estava ocorrendo: Deus assinado pelas criaturas de Deus, com
a permissão de Deus, para salvar as criaturas assassinas. ”
Maria estava aos pés da
cruz, e após Jesus ser pregado, ela pode ver aquela multidão de pessoas insultando
o seu amado filho. Seu filho que só AMOU. E naquele momento, Maria desaba, ela
cai, esgotada, triste, sem forças, mas preocupada unicamente com Jesus. Maria
levanta apoiada por seus amigos, pois precisava se manter forte, para que Jesus
bebesse da sua força, e agoniada ela ficou, pois não sabia como aquele momento
de fraqueza iria afetar o ânimo de Jesus.
“Quando
conseguimos enfim, aquilo que vi me agrediu o corpo e a alma, com se houvessem
dado em mim todos os golpes que ele havia recebido pouco antes no pátio da
torre Antônia. Mas desta vez, apesar de não restar mais força alguma, não me
abati. Seu olhar me localizou em seguida, e ambos nos apoiamos mutuamente. Eu
tirava forças de sua debilidade, da consciência de que ele precisava de mim,
para resistir. E ele, com uma súplica muda, com suas mãos cravadas, buscava em
um abraço impossível o socorro que somente uma mãe pode dar.
”
“Minha obra, meu filho morria, e Deus que o havia dado a mim agora o
tirava. Tirava-o de mim provando-o da vida que Ele lhe deu. ” O primeiro
pensamento de uma mãe seria de revolta, pela perda, mas com Maria tudo era
diferente. “Não sei como explicar-te o
que senti, João, pois eu mesma fiquei surpresa. Não foi só como se tirassem um
peso de cima de mim, um peso que não desejava perder, porque esse peso era sua
vida, e sem sua vida eu não poderia continuar vivendo. Contudo, senti-me
absolutamente liberada de uma carga. Assim, enquanto vós desabáveis e minhas
companheiras, principalmente Maria Madalena, caíam ao solo e gritavam
retorcendo as mãos de dor e arrancando os cabelos com desespero, eu estava
serena. Tanto que me pareceu desumano estar assim, porque era como se eu o
amasse menos do que os outros, inclusive menos do que tu, que também choravas desconsolado
e ocultavas tua cabeça entre meus braços.”. Maria estava triste, porém não
desesperada, mesmo o vendo pendurado na cruz, cheio de feridas, desfigurado,
mas o seu coração estava concentrado em apoiá-lo, sustentando-o em sua terrível
luta, sendo mesmo um canal para que a força de Deus chegasse a Ele.
“Foi assim como o tive novamente em meus braços. Estava morto. Seu
coração já não batia mais. Já não brilhavam seus olhos, que continuavam
totalmente abertos. A espantosa coroa havia caído e se viam feridas abertas em
sua cabeça. ...Eu abraçava seu corpo e beijava docemente seu rosto, porém
continuava sem poder chorar. Fechei seus olhos. Como pude fechar aqueles olhos
que eu mesma havia aberto para a vida? Depositei um beijo em cada uma de suas
pálpebras e outro em sua fronte. ”
Essa foi a despedida. Abraço,
amor, carinho e dor! Esses foram os sentimentos. Maria tudo isso viveu, mas em
seu coração estava viva a esperança da ressurreição, da vitória sobre a cruz!
Do triunfo do seu filho sobre a morte!
Obs: Todas as citações desse texto foram
retiradas do livro “O Evangelho secreto da Virgem Maria”
(Madalena
Nascimento – Minions Católicos)
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