Não nos deixeis cair em tentação

“Deus não quer impor o bem, ele quer seres livres... Para alguma coisa a tentação serve. Todos, com exceção de Deus, ignoram o que nossa alma recebeu de Deus, até nós mesmos. Mas a tentação o manifesta, para nos ensinar a conhecer-nos e ,com isso, descobrir-nos nossa miséria e nos obrigar a dar graças pelos bens que a tentação nos manifestou” (Orígenes)

Olá, meus irmãos! Iniciamos mais uma semana com a graça de Deus, e que Ele, o nosso Pai Bondoso nos conceda sabedoria e resiliência para lidarmos com as adversidades que surgem pelo caminho e nos fortaleça para suportarmos as tentações.
Sabemos que diversas são as situações que nos tentam, porém, devemos permanecer firmes no Senhor. E para sabermos um pouco mais sobre tentação, trataremos sobre ela em nosso texto.
Em relação à tentação, é importante sabermos que há uma diferenciação técnica entre ela e a provação. Pe. Paulo Ricardo explica que a tentação é usada quando o sujeito é o diabo, e a provação quando o sujeito é Deus. “Ninguém, quando for tentado diga: “É  Deus quem me tenta.” Deus é inacessível ao mal e não tenta a ninguém” (Tg 1,13). No entanto, isso não quer dizer, que Deus não permite a provação.
O Catecismo da nossa amada Igreja ensina que “o Espírito Santo nos faz discernir entre a provação, necessária ao crescimento do homem interior em vista de uma “virtude comprovada”, e a tentação, que leva ao pecado e à morte”(CIC § 2847). Além disso, o Catecismo nos adverte em relação ao discernimento entre “ser tentado” e “consentir” na tentação, pois o discernimento desmascara a mentira da tentação, que aparentemente tem seu objeto como sendo “bom, sedutor para a vista, agradável”, mas que na verdade, tem como fruto, a morte.
            Não nos deixeis cai em tentação é uma das petições dirigidas a Deus, na oração do Pai Nosso. “Este pedido atinge a raiz do precedente, pois nossos pecados são fruto do consentimento na tentação. Pedimos ao nosso Pai que não nos “deixe cair” nela... Nós lhe pedimos que não nos deixe enveredar pelo caminho que conduz ao pecado. Estamos empenhados no combate “entre a carne e o Espírito”. Este pedido implora o Espírito de discernimento e de fortaleza” (CIC §2846).
É necessário ter esse espírito de discernimento e fortaleza para combater às tentações, é preciso estar de prontidão. Jesus alertou seus discípulos quanto à vigilância. Quando foi orar em um lugar chamado Getsêmani, pediu aos discípulos para que ficassem com Ele e vigiassem, porém, quando foi ter com eles, encontrou-os dormindo. Então disse a Pedro: “Então não pudestes vigiar uma hora comigo... Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26,41).
O espírito está pronto, mas a carne é fraca. Diante de nós está as nossas debilidades, fragilidades, está as nossas misérias, e por nós mesmos não conseguimos vencer. O Catecismo exorta que para vencermos tal combate, não há outa via, senão a da oração. “Foi por sua oração que Jesus venceu o Tentador, desde o começo e no último combate de sua agonia. É a seu combate e  à sua agonia que Cristo nos une neste pedido a nosso Pai. A vigilância consiste em “guardar o coração”, e Jesus pede ao Pai que “nos guarde em seu nome”. O Espírito Santo procura manter-nos sempre alerta para essa vigilância. Esse pedido adquire todo seu sentido dramático no contexto da tentação final de nosso combate na terra; pede a perseverança final. “Eis que venho como um ladrão: feliz aquele que vigia!” (Ap 16,15) (CIC §2849).
Mais uma vez trazendo os grandes ensinamentos contidos no Catecismo, é imprescindível destacar que : “Não cair em tentação” envolve uma decisão do coração: “Onde está o teu tesouro, aí estará também teu coração...” E o nosso coração deve estar em Deus, nossa maior riqueza, e é por meio do Espírito Santo que o Senhor nos dará a  força necessária para vencer todas as tentações. “As tentações que vos acometerem tiveram medida humana. Deus é fiel; não permitirá que sejais tentados acima de vossas forças. Mas, com a tentação, Ele vos dará meios de sair dela e a força para suportar” (1 Co 10,13).
Irmãos, que Nosso Senhor possa conceder-nos o dom da fortaleza e da sabedoria para não cairmos em tentação, e  com “determinada determinação” perseveremos em seus caminhos. Sejamos sentinelas, sempre a postos, aguardando a vinda do Filho de Deus, para que Ele não nos encontre dormindo, e sim, bem acordados e esperançosos pela salvação.
Paz e bem!
(Stella Araujo – Minions Católicos)

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