”Em verdade, em verdade te digo: quem não
renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus.” (Jo 3: 5)
Amados irmãos, Cristo
ressuscitou e, deseja que, com Ele ressuscitemos todos os dias. Para isto,
precisamos nos abrir para o novo de Deus em nós. Portanto, é imprescindível uma
mudança de vida, que analisemos o nosso jeito de ser cristãos no mundo e, avaliemos
se nossas atitudes realmente condizem com àquilo que Deus quer de nós. E, essa
mudança de vida, precisa começar nos pequenos gestos. No ‘bom dia’ que eu dou
ao meu vizinho. No abraço a alguém que precisa de consolo. Na atitude de não
revidar com “a mesma moeda”. No discernimento de dialogar, ao invés de discutir
sobre determinado assunto. São atitudes cotidianas que, com o passar do tempo,
vão aprimorando o nosso ser cristão.
Esta experiência de
mudança de vida e, consequentemente de atitudes, significa que necessitamos
deixar o homem/a mulher velhos e, abrir o nosso coração para o novo de Deus em
nós. No entanto, para permitir essa radicalidade cristã, é preciso
reconhecer-se enquanto necessitado da graça. É preciso tomar consciência do
pecado. Isto porque, se enquanto cristão eu não reconheço que algumas das
minhas atitudes não agradam a Deus e que necessito buscar experimentar de uma
vida de santidade através de uma maior intimidade com Deus; incorro no erro de
considerar que, já atingi a perfeição. E isto seria uma blasfêmia.
Mas, a partir do
momento que, percebo em minha existência a necessidade de mudar algo para
melhor estar em Deus, eu reconheço que necessito renascer no Espírito. Do mesmo
modo que, a lagarta sente a necessidade de mudar, passando pela experiência do
casulo, até o seu tempo de maturidade, para assim transformar-se em uma linda
borboleta; também somos nós, quando nos abrimos à graça de Deus. Precisamos
passar pela experiência de estar em um casulo, amadurecendo a nossa fé e a nossa
relação com Deus, para experimentarmos o seu agir em nós.
Portanto, só
encontramos forças para fazermos a vontade de Deus em nós, quando permitimos
que o Espírito Santo nos incomode naquilo que precisa ser transformado. Assim, “o termo ‘Espírito’ traduz o termo hebraico
‘Ruah’, o qual, em seu sentido primeiro, significa sopro, ar, vento” (CIC,
691). Em outras palavras, significa dizer que, o Espírito nos dá um sopro
de vida. Esse sopro de vida que, nos resgata de uma vida de pecado, quando
desanimamos na fé, quando nos distanciamos de Deus, o Espírito vem em nosso
auxílio. O Espírito vem sobre aqueles que o clamam.
O Espírito vem sobre
aqueles que encorajam a dizer: “Vem sobre
mim Ruah. Sopra tua brisa leve. Faz de mim obra nova.” E o Espírito
manifesta-se em consolo dos corações aflitos e desejosos de sua presença. Façamos da música “Homem novo” de Davidson
Silva, o fio condutor da nossa oração: “Tudo
o que sou sentido não terá; Se meu caminhar fugir de Ti; Vem me renovar, me
fortalecer; Sopra sobre mim um canto novo; Eis-me aqui, Senhor; Eu creio em Ti”.
E, ao buscarmos
deixar morrer o homem/a mulher velhos precisamos viver a experiência da
mortificação. Precisamos perceber que, do mesmo modo, que são essenciais os
pequenos gestos para aprimorarmos o nosso ser cristão, é necessário também
mortificarmos diariamente algo em nós, que nos distancia da graça de estar na
vontade de Deus. Portanto, “’Se vivemos
pelo Espírito’, quanto mais renunciarmos a nós mesmos, tanto mais ‘pelo
Espírito pautemos também a nossa conduta’” (CIC, 736).
Quando vivemos
pelo/no Espírito e, buscamos diariamente, experimentar a sua manifestação em
nós, permitindo que ele conduza nosso pensar e nosso agir; experimentamos
também da decisão de seguir a Jesus. E todo aquele que faz uma experiência de
viver uma renovação diária pelo Espírito Santo, se permite mergulhar no
infinito oceano que é a graça de Deus. Sobre isto, Padre Léo, em seu livro
Buscai as coisas do alto, nos alerta sobre a necessidade de não estagnarmos
nosso batismo no Espírito como algo que aconteceu em uma data fixa, ao invés
disso, precisamos permitir que o Espírito Santo nos batize todos os dias.
“O Espírito Santo é dínamos, é força dentro de nós, que
age a cada dia e não apenas uma vez” (LÉO, 2013, p.108). Permitamos, pois,
que este Espírito venha agir em nosso ser, transformando-nos a cada dia, nos
preenchendo-nos com o seu fogo abrasador, nos concedendo a graça de
experimentarmos do novo de Deus a cada dia, através da renovação que este Espírito
nos proporciona. Que possamos nos reconhecer enquanto pecadores. Nos permitir
ser incomodados pelo Espírito Santo. A voz de Cristo quer mexer com você hoje.
Permita-se questionar a Deus: o que queres que eu faça? Crie intimidade com
Deus e se permita ouvir, no silêncio do seu coração, o que Deus quer para a tua
vida. Assim, irás iniciar uma mudança de vida, deixando a cada dia o homem/a
mulher velhos e experimentando do novo de Deus.
O amor me faz compreender
que me basta o que vem de meu Deus
A graça que me sustenta vem
do Espírito de Deus.
Então vem, Espírito Santo
com tudo que tens e tudo que és
Oh, oh! Vem, Espírito de
Deus do alto de Tua casa
Traz vinho novo aos odres
meus.
E não me deixa esquecer que
o caminho que trilho é de cruz
E que apesar dos espinhos à
eterna vida me conduz.
(Vinho novo – Padre Zeca)
(Manuela Evangelista – Minions Católicos)
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