Os anjos

Olá, meus irmãos! Reavivados e exultantes de alegria no Cristo ressuscitado, iniciamos mais uma semana, e com a graça de Nosso Senhor, começaremos uma série de textos sobre os anjos, esses seres que aparecem diversas vezes na Sagrada Escritura exercendo primorosas funções, e que fazem parte do mistério da criação.
Padre Hamilton José Naville explica que a devoção aos anjos sempre esteve presente na vida da Igreja, fundamentada tanto nas Escrituras quanto no testemunho dos santos. No entanto, muitas vezes essa devoção apresenta um viés esotérico, que nada tem a ver com a espiritualidade católica. E por esse motivo, o padre Hamilton nos alerta para estarmos sempre atentos e evitar toda a influência do paganismo e nos pautar sempre na verdadeira Tradição Cristã.
Comumente ouvimos histórias sobre os anjos, vemos suas imagens e esculturas espalhadas por igrejas, com seus semblantes doces e ternos e suas asas tão imponentes. Nomes como São Gabriel, São Rafael e São Miguel não são alheios ao nosso conhecimento. Mas de fato, quem são eles, os anjos do Senhor?
“Os anjos são seres puramente espirituais. Não têm corpo, e também não podem ser classificados como do sexo feminino ou masculino. Eles simplesmente não cabem nesses padrões” (Padre Hamilton José Naville).
Além dessa explicação, o padre diz que certamente os anjos não possuem asas, por serem espíritos, contudo, é uma imagem que a tradição católica consagrou para simbolizar a sua agilidade.
A respeito dos anjos, o Catecismo afirma que eles são dotados de inteligência e de vontade, sendo criaturas pessoais e imortais, superando em perfeição todas as criaturas visíveis.
Para Santo Agostinho – Anjo (mensageiro) é designação de encargo, não de natureza. Se perguntares pela designação da natureza, é um espírito; se perguntares pelo encargo, é um anjo: é espírito por aquilo que é, é anjo por aquilo que faz”. “Por todo o seu ser, os anjos são servidores e mensageiros de Deus. Porque contemplam “constantemente a face de meu Pai que está nos céus” (Mt18,10), são “poderosos e executores de sua palavra, obedientes ao som de sua palavra” (Sl 103,20) (CIC § 330).
Os anjos são uma realidade, não um conto. Nas Escrituras, eles são citados mais de trezentas vezes. “A existência dos seres espirituais, não corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição” (CIC§328).
O Catecismo explica que Cristo é o centro do mundo angélico. Os anjos são seus, foram criados por Ele e para Ele. “Pois foi nele que foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos, Dominações, Principados, Potestades; tudo foi criado por Ele e para Ele” (CL 1,16). São seus. Mais ainda, porque Ele os fez mensageiros de seu projeto de salvação. “Porventura não são todos eles espíritos servidores, enviados ao serviço dos que devem herdar a salvação? ” (Hb 1,14) (CIC §331).
Ainda pautados pelo Catecismo, vale ressaltar que os anjos estão desde a criação e ao longo de toda a história da salvação, anunciando esta mesma salvação e servindo ao desígnio divino de sua realização: fecham o paraíso terrestre, protegem Lot, salvam Agar e seu filho, seguram a mão de Abraão, comunicam a lei por seu ministério, conduzem o povo de Deus, anunciam nascimentos e vocações, assistem os profetas. É o anjo Gabriel que anuncia o nascimento daquele que precede a Jesus e o nascimento do próprio Jesus.
“Desde a Encarnação até a Ascensão, a vida do Verbo Encarnado é cercada da adoração e do serviço dos anjos. Quando Deus introduziu o Primogênito no mundo, disse: ‘Adorem-no todos os anjos de Deus’ (Hb 1,6). O canto de louvor deles ao nascimento de Cristo não cessou de ressoar no louvor da Igreja “Glória a Deus” (Lc 2,14). Protegem a infância de Jesus, servem a Jesus no deserto, reconfortam-no na agonia, embora tivesse podido ser salvo por eles das mãos dos inimigos, como outrora foi Israel. São ainda os anjos que ‘evangelizam’, anunciando a Boa-Nova da Encarnação e da Ressurreição de Cristo. Estarão presentes no retorno de Cristo, que eles anunciam, a serviço do juízo que o próprio Cristo pronunciará” (CIC § 333).
Do mesmo modo, a Igreja beneficia-se da ajuda dos anjos. Em sua Liturgia, associa-se aos anjos para adorar o Deus três vezes Santo. Além disso, celebra, de maneira particular, a memória de alguns anjos, como, São Miguel, São Gabriel e São Rafael.
Irmãos, unidos aos anjos entoemos um grande hino de louvor ao nosso Deus e sempre contemos com sua proteção. Acreditando nessa verdade de fé, não caiamos no paganismo e pautados na tradição da nossa madre Igreja, rendemos a nossa devoção a esses seres espirituais criados por Deus, colaboradores do projeto da salvação.

“Desde o início até a morte, a vida humana é cercada por sua proteção e por sua intercessão. Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida. Ainda aqui na terra, a vida cristã participa na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus” (CIC §336)


(Stella Araujo – Minions Católicos)

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