“Ele mesmo será o fim de nossos desejos, aquele que contemplaremos
sem fim, amaremos sem saciedade, louvaremos sem cansaço. E esse dom, essa
afeição, essa ocupação serão certamente como a vida eterna, comuns a todos”
(Santo Agostinho)
Olá, meus irmãos!
Adentramos a Semana Santa, e nela reviveremos a Paixão e Morte de Nosso Senhor,
para finalmente celebrarmos a sua vitória sobre a morte, vê-Lo em plena glória.
Lutemos e caminhemos para alcançarmos a graça de contemplar a sua face gloriosa
por toda a eternidade.
Contemplar a face de
Deus! Quão imensurável é desvendar esse mistério, descrever esse deleite. E foi
esse desejo celeste que impulsionou o coração de Santa Teresa D’ Ávila e de seu
irmão Rodrigo, quando ainda possuiam respectivamente as idades de 9 e 11 anos.
Desejo esse, que os
levaram a querer ir até à terra dos mouros, pois o único jeito de ver a Deus
era morrendo, e a maneira mais certa para morrer mártir era fugindo para lá. Assim,
narra frei Patrício Sciandini em seu livro “Teresa D’Ávila”. Quem me dera ter
um coração assim, inocente, puro, corajoso, que anseia ardentemente e
destemidamente ver a face de Deus.
No entanto, o plano
ideal de Teresa e seu irmão não deu certo, pois casualmente, o tio Francisco os
encontrou e os reconduziu de volta para casa paterna. Consequentemente, dessa
vez, Teresa não consegue “ver a Deus”. Porém, “a grande reformadora do Carmelo indicará o caminho seguro para todos
os que querem ver a Deus nesta terra: o caminho da oração” (Frei Patrício
Sciandi).
Não é por simples
acaso, que Teresa foi reconhecida como mestra da oração, e esse título não seu
deu por ter estudado muitos livros, mas, “por
um dia ter decidido – como ela diz, “com determinada determinação” – percorrer
o caminho para a fonte da água viva, que é Cristo, e como a samaritana, por ter
experimentado a alegria de reconhecer Jesus como profeta, messias e salvador”
(Frei Patrício Sciandi).
Para explicar a oração,
Teresa utiliza um exemplo simples e bastante agradável: “A oração é um jardim, a alma é o jardineiro que deve regar as plantinhas
e as flores”. Aqui no blog, temos uma série de textos que retratam a
oração, conforme os ensinamentos de Santa Teresa D’Ávila, especialmente, os
quais vocês podem conferir quando quiserem.
Somente percorrendo o
caminho que nos levará até Deus, que alcancaremos a verdadeira felicidade. E o
Catecismo ensina que “o desejo da
felicidade verdadeira liberta o homem do apego imoderado aos bens deste mundo,
(felicidade) que se realizará na visão e na bem-aventurança de Deus. A promessa
de ver a Deus ultrapassa todas as bem-aventuranças. Na Escritura, ver é
possuir. Aquele que vê a Deus obteve todos os bens que podemos imaginar”(CIC
§2548).
Além disso, o Catecismo
ainda nos revela: “Ao povo santo de Deus
resta lutar, com a graça do Alto, para alcançar os bens que Deus promete.” Para
possuir e contemplar a Deus, os fiéis de Cristo mortificam sua concupiscência e
superam, com a graça de Deus, as seduções do gozo e do poder.
“Por
esse caminho de perfeição, o Espírito e a Esposa chamam aquele que os ouve à
comunhão perfeita com Deus” (CIC §2549).
Dentre tantas
grandiosas lições, citaremos um dos trechos que expressam aquilo que Santa
Teresa D’Ávila deseja fazer para apontar esse caminho de perfeição: “Determinei-me então a fazer este pouquinho
a meu alcance, que é seguir os conselhos evangélicos com toda a perfeição
possível e procurar que estas poucas irmãs enclausuradas fizesse o mesmo”.
E assim, como bem explica Padre Paulo Ricardo, Teresa chegou a conclusão que
para salvar a igreja deveria ser santa, seguindo os conselhos evangélicos
(pobreza, obediência e castidade) com toda a perfeição possível.
Que o nosso coração seja inflamado por essa
vontade de contemplar a face de Deus, e movidos por sua imensa misericórdia,
lutemos contra toda a concupiscência que nos afasta de sua graça. Trilhemos os
passos de Jesus, sempre guiados pela força da oração, para finalmente
alcançarmos o caminho da perfeição. Santa Teresa D’Ávila intercedeis por nós,
para que motivados por seu exemplo, nos esforcemos para seguir os conselhos
evangélicos com a devida perfeição, para assim, fitarmos, algum dia, os olhos
do Amado de nossas almas.
Paz e bem!
(Stella
Araújo – Minions Católicos)
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