“[...] tende para com o Senhor sentimentos perfeitos, e procurai-o
na simplicidade do coração.” (Sb 1: 1)
Cristo ressuscitou.
Amados irmãos, esta é a alegria que transborda em nosso coração. A certeza de
que a cruz é o sinal da salvação. A cruz é o chamado a conversão. A cruz se
torna menos dolorosa aos simples de coração. Quantas vezes nós primamos pela
simplicidade na nossa vida? Quantas vezes nos espelhamos nas atitudes de
simplicidade/humildade de Jesus que se prostrou diante de seus discípulos e
lavou os seus pés? Como temos buscado a simplicidade na/pela sabedoria divina?
Estes são questionamentos que me inquietaram nos últimos dias, desde que, o
Senhor me concedeu esta passagem retirada do livro da Sabedoria.
Principiemos,
pois, com uma fala do Papa Francisco em 14/04/2014, na qual ele disse que “a sabedoria é uma graça que nos permite ver
as coisas com os olhos de Deus, a sentir como Deus e a falar com suas palavras;
nós temos dentro de nós, no nosso coração, o Espírito Santo; podemos escutá-Lo.
Se nós escutamos o Espírito Santo, Ele nos ensina esta via da sabedoria,
presenteia-nos com a sabedoria que é ver com os olhos de Deus, ouvir com os
ouvidos d’Ele, amar com o coração do Senhor, julgar as coisas com o juízo
divino. Esta é a sabedoria que nos dá o Espírito Santo e todos nós podemos
tê-la. Somente devemos pedi-la ao Espírito Santo”.
Somos
templos do Espírito Santo. O Espírito dos sete dons. E por que em tantas
situações insistimos em nos deixar conduzir pela perversidade humana? O Papa
Francisco vem nos alertar da necessidade de estarmos em intimidade com Deus,
pois, somente desse modo, experimentaremos da verdadeira sabedoria que vem do
Espírito. Recordo-me de uma das músicas de Pe. Zezinho, Amar como Jesus amou
que nos exorta: “Amar como Jesus amou;
Sonhar como Jesus sonhou; Pensar como Jesus pensou; Viver como Jesus viveu;
Sentir o que Jesus sentia; Sorrir como Jesus sorria.” Na simplicidade desta
música, encontro resposta para algumas das minhas inquietações. O chamado de
Jesus nos convida ao amor. A um amor que é simples. Simples porque sabe se
doar. Simples porque sabe acolher. Simples porque sabe buscar viver a/na
vontade de Deus.
As
palavras do nosso pontífice vêm corroborar com um fragmento do Livro da
Sabedoria: “A sabedoria não entrará na
alma perversa, nem habitará no corpo sujeito ao pecado; o Espírito Santo
educador das almas fugirá da perfídia” (Sb 1: 4-5). Quando o Senhor nos
fala por meio desta passagem que, a sabedoria não habita em corpo sujeito ao
pecado, não significa que nós, enquanto pecadores, jamais teremos o dom da
sabedoria; mas sim, que, a sabedoria não é uma graça adquirida por nossos
méritos. Desse modo, o Senhor nos ensina a buscarmos N’ele a perfeição. “Por isso, se a alma deseja avançar na
perfeição, deve considerar bem em que mãos se entrega, pois, conforme o mestre,
assim será o discípulo; conforme o pai, assim será o filho”. (São João da Cruz)
Portanto,
a sabedoria é graça daqueles que, na simplicidade do seu coração, buscam
experimentar de uma maior intimidade com Deus. A simplicidade se resume, pois,
em se reconhecer enquanto pecador, mas buscar assemelhar-se a Jesus através de
um coração dócil. Um coração que se abra a graça de viver na/pela providência
de Deus. Um coração que saiba clamar e saiba esperar. Mas quantas vezes nos
deixamos levar pela soberba humana? Quantas vezes achamos que somos sábios o
suficiente e não mais necessitamos de Deus?
E,
são nestes momentos, que, depois de experienciarmos de uma vida de perfídia
(deslealdade), nos questionamos a partir do trecho da música Versos, do Rosa de
Saron: “Agora, qual rosa eu darei à
Deus?” Já se questionou qual a rosa que tens depositado no coração de Deus?
Se a rosa da simplicidade ou a rosa soberba? Seja lá qual for a sua resposta,
permita-se, neste tempo da Páscoa deixar que, o Espírito Santo inflame seu
coração. Peça que o Espírito Santo lhe conceda a graça de um coração mais dócil
e, portanto, um coração mais sábio. Que o Espírito Santo lhe permita enxergar
com os olhos de Deus e, experimentar, da vida de simplicidade de Jesus.
Faça
a experiência de conduzir sua oração através do refrão da música Versos, do
Rosa de Saron: “Simples de coração, nada
mais; Que ele se torne uma linda e simples decoração; Porque hoje essa velha
morada é uma triste lenda; E agora canta seus versos de arrependimento; Ouço
sinos querendo soar dentro de mim; Ouço sinos soando em mim.” Que
busquemos, pois, sermos simples de coração, na certeza de que o Espírito Santo
vem em auxílio daqueles que o clamam. Que deixemos esta “velha morada” e, possamos nos abrir ao novo de Deus. Que os nossos
versos, as nossas lágrimas, os nossos gemidos, as nossas angústias, a nossa “triste lenda” de um coração endurecido
pelas coisas do mundo; sejam clamores de arrependimento. Assim, poderemos ouvir
“os sinos que soam em nós” como o
sinal do Espírito Santo nos reafirmando que, “o dom da sabedoria resulta da familiaridade com o Senhor” (Felipe
Aquino).
Oh, Espírito Santo, fonte
de todo amor
Vem me dar teu vigor e a
tua paz
Oh, Espírito Santo, Deus de
todo poder
Vem, inunda meu ser e me
refaz
Não quero mais viver assim
Não me deixa trilhar na
minha dor
Nos planos que são meus
Vem, me faz sair de mim e
me leva a voar em teu amor
E alçar o livre voo dos
filhos de Deus
É possível contemplar o
novo em mim
E guiado por tua voz recomeçar
É possível contemplar o
novo em mim
E guiado por tua voz
recomeçar
(Fonte de Todo Amor – Missionário Shalom)
(Manuela Evangelista – Minions Católicos)
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