Vamos conversar sobre a depressão?

Olá, meus queridos! Nos últimos dias temos recebido várias notícias tristes sobre o jogo da Baleia Azul e por isso surgiu a ideia de abordar com vocês alguns temas que são importantes e servem de alerta, já que a maioria dos nossos seguidores são adolescentes. Não vou entrar no mérito do jogo, mas hoje vamos conversar um pouco sobre a depressão.
A depressão é um dos transtornos psicológicos mais comuns, considerada pela Organização Mundial da Saúde como uma das doenças que causa mais incapacidade no mundo e que, em casos extremos, pode levar ao suicídio (que será tema de um futuro texto aqui no blog).
Quem nunca ouviu falar que este é o mal do século?! A cada ano que passa, o número de pessoas acometidas pela depressão só cresce e ainda é abordada com um certo preconceito e até mesmo desrespeito. Há quem diga que isso é frescura, que é falta de Deus, que é falta de força de vontade ou até mesmo que a pessoa está com preguiça. Antes de julgarmos, é importante que entendamos o que é realmente a depressão.
Pessoas com depressão se sentem infelizes a maior parte do tempo, apresentam interesse diminuído ou perda de prazer para realizar as atividades de rotina, sensação de inutilidade ou culpa excessiva, dificuldade de concentração, fadiga ou perda de energia, distúrbios do sono (tanto pode ocorrer insônia como sono excessivo), perda ou ganho significativo de peso, mesmo em alteração na alimentação, bem como ideias recorrentes de morte ou suicídio. Aí você deve estar se perguntando por que isso acontece, né?! Deve estar falando que é só a pessoa pensar em coisas boas, tentar fazer coisas que a deixam feliz que estará tudo certo. Bom, é aí que mora o engano.
Além de tudo isso que eu citei acima, o distúrbio da depressão está associado a um desequilíbrio químico no cérebro causado por uma baixa quantidade de neurotransmissores, como a serotonina e noradrenalina. Essas substancias são responsáveis por regular tudo aquilo que está alterado no parágrafo anterior. Para restabelecer esse equilíbrio químico, muitas vezes vai ser necessário fazer tratamento medicamentoso e muita força de vontade porque nem sempre os resultados aparecem de imediato.
Apesar de ser muito errado dizer a alguém que esteja com depressão que o que ele tem é falta de Deus, estudos mostram que a religiosidade pode ajudar sim na prevenção e no tratamento dessa doença. De acordo com um trabalho publicado no Journal of Adolescent Health, em 2005, indivíduos que participam da Missa tem menos chance de desenvolver depressão e comportamentos de risco à saúde, pois a religiosidade promove a resiliência (capacidade de lidar com situações adversas) e hábitos de vida mais seguros, o que interfere positivamente na saúde mental da pessoa.
Padre Flávio Sobreiro, da Arquidiocese de Pouso Alegre/MG, vai dizer que “a oração abre nossa alma para percebermos a presença de Deus em nossa vida. A participação na vida de comunidade nos coloca em contato com outras pessoas que se unem a nós, para que, juntos, nos alimentemos do Pão da Palavra e da Eucaristia. A Eucaristia, o próprio Cristo, devolve-nos o sentido da vida. O relacionamento com o Senhor só é despertado em nós quando tomamos consciência de que somente Ele pode preencher o vazio que carregamos em nosso coração”. Santo Agostinho já afirmava: “Fizeste-nos para ti e inquieto está nosso coração enquanto não repousa em ti”.
Se você tem ou conhece alguém que está com sintomas de depressão, é muito importante que procure ajuda médica, para que seja feita uma análise afim de descartar ou comprovar o diagnóstico da depressão. Caso seja confirmado, o psiquiatra poderá fazer um tratamento eficaz. Não tome remédios sem prescrição médica! É importante também adotar hábitos saudáveis como realizar exercícios físicos e evitar comer besteira. Pois, é confirmado que altos níveis de açúcar no sangue é um dos maiores fatores de distúrbio de humor.
E, por fim, ter uma vida de oração também é muito importante. É através da oração que nos aproximamos de Deus. Além disso, “uma pesquisa científica, começando com os estudos de Herbert Benson na escola médica de Harvard, mostrou que as práticas contemplativas ou meditativas têm grandes benefícios para a saúde, incluindo benefícios para a depressão e a ansiedade” (Dr. A. Kheriaty escreve em The Catholic Guide to Depression).
Meus irmãos, é muito importante que quem se encontra no estado de depressão encontre na sua família e amigos o apoio. É necessário que sejamos agentes da misericórdia na vida dos nossos irmãos.
Permaneçamos firmes! Que Deus nos abençoe!


(Mariana Neves – Minions Católicos)

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