Maria, Mãe da Esperança - Reflexões sobre o Magnificat parte II

Amados, continuando depois de um intervalo de uma semana as nossas reflexões sobre o Magnificat, vamos mergulhar hoje em outra dimensão do louvor de Maria, a dimensão da esperança, cumprida e no que há de vir. Para isso é importante ressaltar que Maria, como boa judia e educada no templo, conhecia as escrituras e as promessas que Deus havia feito ao seu povo, isso fica muito claro no Magnificat, e quando irrompe em louvor, é necessário que olhemos para que tipo de esperança Maria nos fala.
            No Magnificat, apesar de estar um sujeito determinado a louvar a Deus, nós podemos ver que Maria não expressa uma fé individual, mas se insere dentro de um povo. A esperança de Maria é a esperança daquele que se reconhece como um ramo enxertado no povo de Deus. Nós hoje como Igreja podemos reconhecer e inserir a nós mesmos no louvor de Maria, podemos nos alegrar na misericórdia que se estende de geração em geração, nas maravilhas que fez em nosso favor o poderoso. A Igreja peregrina, diante de todas as situações, precisa saber inserir-se na esperança de Maria.
No cântico de Maria nós vemos a Virgem que carrega em seu ventre a promessa de Deus, mas que reconhece as maravilhas que Deus já fez pelo seu povo. Maria é a Virgem que não carrega uma esperança imaginária, mas que é amparada na memória de um povo e alimentada na concretude da sua realidade, essa é a esperança do cristão. Eu me pego pensando, quantas vezes em nossas vidas nós não ficamos sem esperança? Quantas vezes as situações da nossa vida quotidiana não parecem maiores que nós? Quantas vezes não nos vemos sós diante de algumas realidades que enfrentamos? Em cada uma dessas situações, o Senhor nos interpela através da fé de Maria no chamado a esperança. Eu não sou sem esperança porque o tesouro da minha vida está em algo que já se cumpriu! Maria sabia cumprido em seu ventre a promessa do Pai de enviar a salvação, e nós, testemunhas de Cristo ressuscitado sabemos que mesmo diante da pior das situações, a vitória é certa no Amor que é mais forte que a morte. Diante da nossa pequenez, da nossa insuficiência, a esperança de Maria é exemplo por ser a esperança dos pequenos, dos pobres, dos famintos, mas que são traspassados pelo olhar misericordioso de Deus. Diante das nossas situações de solidão, a esperança de Maria insere o coração do homem no seio de um povo que contempla as maravilhas do Senhor, que caminha unido rumo a eternidade.    
Amados, a esperança de Maria é a esperança daquele que sabe olhar para a sua história e contemplar o fio de ouro do amor e da misericórdia de Deus que sempre estiveram presentes, é a fé do que sabe no fundo do seu coração que não está só, mas que é parte do povo de Deus, herdeiro da eternidade, é a convicção profunda da pequenez da humanidade que se deixa contemplar pelo amor infinito de Deus. A esperança de Maria nos insere no coração de Deus, desse Deus que durante toda a história da salvação agiu em favor do seu povo, que jurou amor e fidelidade por seu próprio nome, que jamais abandona. Permitamos hoje e sempre, mesmo diante das situações mais complicadas da vida, nos deixar tocar pela esperança ardente de Maria, que olha para o passado, vive com amor o presente, e tem a certeza do futuro na misericórdia que se estende para todas as gerações. Que a esperança que jorra sempre nova do coração Imaculado da Mãe do Céu nos leve a contemplar as nossas vidas com os olhos esperançosos daqueles que se reconhecem sob o olhar de Deus!
Shalom!

(Rodrigo Damasio – Minions Católicos)


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