Amados, continuando
depois de um intervalo de uma semana as nossas reflexões sobre o Magnificat,
vamos mergulhar hoje em outra dimensão do louvor de Maria, a dimensão da
esperança, cumprida e no que há de vir. Para isso é importante ressaltar que
Maria, como boa judia e educada no templo, conhecia as escrituras e as
promessas que Deus havia feito ao seu povo, isso fica muito claro no
Magnificat, e quando irrompe em louvor, é necessário que olhemos para que tipo
de esperança Maria nos fala.
No Magnificat, apesar de estar um sujeito determinado a
louvar a Deus, nós podemos ver que Maria não expressa uma fé individual, mas se
insere dentro de um povo. A esperança de Maria é a esperança daquele que se
reconhece como um ramo enxertado no povo de Deus. Nós hoje como Igreja podemos
reconhecer e inserir a nós mesmos no louvor de Maria, podemos nos alegrar na
misericórdia que se estende de geração em geração, nas maravilhas que fez em
nosso favor o poderoso. A Igreja peregrina, diante de todas as situações,
precisa saber inserir-se na esperança de Maria.
No cântico de Maria nós
vemos a Virgem que carrega em seu ventre a promessa de Deus, mas que reconhece
as maravilhas que Deus já fez pelo seu povo. Maria é a Virgem que não carrega
uma esperança imaginária, mas que é amparada na memória de um povo e alimentada
na concretude da sua realidade, essa é a esperança do cristão. Eu me pego
pensando, quantas vezes em nossas vidas nós não ficamos sem esperança? Quantas
vezes as situações da nossa vida quotidiana não parecem maiores que nós?
Quantas vezes não nos vemos sós diante de algumas realidades que enfrentamos?
Em cada uma dessas situações, o Senhor nos interpela através da fé de Maria no
chamado a esperança. Eu não sou sem esperança porque o tesouro da minha vida
está em algo que já se cumpriu! Maria sabia cumprido em seu ventre a promessa
do Pai de enviar a salvação, e nós, testemunhas de Cristo ressuscitado sabemos
que mesmo diante da pior das situações, a vitória é certa no Amor que é mais
forte que a morte. Diante da nossa pequenez, da nossa insuficiência, a
esperança de Maria é exemplo por ser a esperança dos pequenos, dos pobres, dos
famintos, mas que são traspassados pelo olhar misericordioso de Deus. Diante
das nossas situações de solidão, a esperança de Maria insere o coração do homem
no seio de um povo que contempla as maravilhas do Senhor, que caminha unido
rumo a eternidade.
Amados, a esperança de
Maria é a esperança daquele que sabe olhar para a sua história e contemplar o
fio de ouro do amor e da misericórdia de Deus que sempre estiveram presentes, é
a fé do que sabe no fundo do seu coração que não está só, mas que é parte do
povo de Deus, herdeiro da eternidade, é a convicção profunda da pequenez da
humanidade que se deixa contemplar pelo amor infinito de Deus. A esperança de
Maria nos insere no coração de Deus, desse Deus que durante toda a história da
salvação agiu em favor do seu povo, que jurou amor e fidelidade por seu próprio
nome, que jamais abandona. Permitamos hoje e sempre, mesmo diante das situações
mais complicadas da vida, nos deixar tocar pela esperança ardente de Maria, que
olha para o passado, vive com amor o presente, e tem a certeza do futuro na
misericórdia que se estende para todas as gerações. Que a esperança que jorra
sempre nova do coração Imaculado da Mãe do Céu nos leve a contemplar as nossas
vidas com os olhos esperançosos daqueles que se reconhecem sob o olhar de Deus!
Shalom!
(Rodrigo
Damasio – Minions Católicos)
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