“Sempre seja, pois, louvada
a infinita bondade de nosso Deus, que foi servido de constituir Maria nossa
advogada no céu, para que ela como Mãe do Juiz e Mãe de Misericórdia trate do
grande problema da nossa salvação”. (São Bernardo)
Acredita-se que o
título concedido a Maria enquanto “Mãe de Misericórdia” lhe tenha
sido dado pela primeira vez por Santo Odão. Segundo consta em registros, Maria
lhe teria dito em sonho “Ego sum Mater misericordiae”, que quer dizer, “Eu sou
a Mãe de Misericórdia”. Maria, desde sua concepção, está envolta na
misericórdia de Deus, já que teve a graça de ser concebida sem a mancha do
pecado; portanto, é evidente sua íntima relação com a Santíssima Trindade, isto
possibilita que Nossa Senhora interceda por nós também com misericórdia.
“Ninguém, como
Maria, conheceu a profundidade do mistério de Deus feito homem. Na sua vida,
tudo foi plasmado pela presença da misericórdia feita carne. A mãe do
Crucificado Ressuscitado entrou no santuário da misericórdia divina, porque
participou intimamente no mistério do seu amor” (Papa Francisco). Portanto, Maria foi aquela que experimentou de um
modo, extremamente único, da misericórdia de Deus.
Na invocação da oração “Salve Rainha, Mãe da Misericórdia” reiteramos que Maria, enquanto
Mãe de Cristo sabe também ser Mãe da Misericórdia, por ser uma fiel
intercessora de seus filhos. No entanto, não nos permitamos pensar
equivocadamente que a Maria foi destinada a misericórdia, enquanto seu Filho é
o autor da justiça. Muito pelo contrário, Maria só é misericórdia, porque
experimentou da misericórdia de Deus ao ser escolhida desde o ventre de Santa
Ana para dá a luz ao Salvador da humanidade.
Santa Faustina, em um dos trechos de seu diário, revela
esta intercessão misericordiosa de Maria, enquanto Mãe e medianeira: “Maria, minha Mãe e Senhora entrego-vos a
minha alma e o meu corpo, a minha vida e a minha morte e tudo o que vier depois
dela. Deposito tudo em vossas mãos, ó minha Mãe” (Diário de Santa Faustina,
parágrafo 79). Ao pedir a intercessão de Maria na hora de sua morte, Santa
Faustina corrobora com os escritos presentes no Catecismo da Igreja Católica
que ao analisarem a construção da oração da Ave-Maria nos revela que ao
rezarmos “Rogai por nós, pecadores, agora
e na hora de nossa morte” estamos nos reconhecendo enquanto pecadores e nos
dirigindo “à ‘Mãe da Misericórdia’, a
Toda Santa” (CIC, 2677).
Sobre
aqueles que estão no purgatório, Santo Afonso de Ligório fala do carinho
especial de Maria para com estes filhos: “Muito
felizes são os devotos desta piedosíssima Mãe. Pois ela não só os socorre neste
mundo, mas também no purgatório são assistidos e consolados com sua proteção.
Por terem essas almas maior precisão de socorro, empenha-se a Mãe de
Misericórdia com zelo ainda mais intenso em as auxiliar”. Portanto, Maria
reassume seu compromisso de nos assistir na hora e depois da morte, enquanto
Mãe da Misericórdia.
Com sua misericórdia, Maria nos ensina a sairmos de
nós mesmos e irmos ao encontro do nosso irmão. Sensibilizarmos-nos com as
mazelas do mundo e, muito mais do que mazelas físicas, mazelas espirituais.
Assim como Cristo que buscou revelar a misericórdia de Deus através das suas
atitudes aqui na Terra, somos também convidados a nos ofertarmos, nesse amor e
nessa misericórdia que encontramos em Deus, pelos nossos irmãos.
Peçamos, pois, a Nossa Senhora, que soube em sua
plenitude, acolher a Palavra de Deus na sua vida e, de modo mais veemente,
soube fazer a vontade de Deus e permitir que por meio dela, se cumprisse também
a vontade do Pai em toda a humanidade “para que nos ensine a cuidar das chagas de Jesus nos nossos
irmãos e irmãs necessitados, dos próximos como dos distantes, do enfermo e do
migrante” (Papa Francisco). Que Maria seja, enquanto Mãe
da Misericórdia, nosso maior exemplo de oferta a Deus e aos irmãos e, que sua
misericórdia, experienciada no amor de Deus, nos acolha enquanto filhos
necessitados do seu colo de mãe.
A Mãe de
Jesus e nossa merece, portanto, ser honrada como Mãe da Misericórdia e Mãe de
misericórdia! Ó Maria, Mãe que experimentastes e gerastes a Misericórdia, Mãe
que proclamais e exerceis a misericórdia, fazei de nós autênticos apóstolos
deste mesmo mistério de amor em nossos tempos. Amém.
(Manuela Evangelista
– Minions Católicos)
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