“Considerai que é suma alegria, meus irmãos,
quando passai por diversas provações, sabendo que a prova da vossa fé produz a
paciência.” (Tg 1: 2-3)
A paciência é um
fruto do Espírito Santo. “Os frutos do
Espírito são perfeições que o Espírito Santo forma em nós como primícias da
glória eterna” (CIC, 1832). A paciência nos é concedida como um caminho de
santificação. Existe um ditado popular que diz: “mar calmo não faz bom marinheiro”, assim, somos nós na nossa caminhada
cristã, necessitamos passar por provações para percebemos o quanto devemos
permitir que o Espírito Santo gere os seus frutos em nós.
Para isto, precisamos
sair da nossa zona de conforto e, percebermos nas provações, a misericórdia de
Deus em nós. Sair da zona de conforto significa não nos acomodarmos na
planície, porque é uma formação mais plana que, traz mais segurança; muito pelo
contrário, significa lançarmo-nos na escalada da montanha, na certeza de que,
por mais árdua que seja a subida, trazendo-nos arranhões e hematomas, quando
nos deparamos com alguma enchente é, por estarmos na montanha, que as águas não
nos atingem com tanta força como acontece com aqueles que ainda estão na
planície. A montanha aqui significa a busca pelas coisas do alto, na certeza de
que “sou estrangeiro aqui, o céu é o meu
lugar; é de onde vim, é pra onde vou, é lá, onde eu vou morar...” (Estrangeiro
aqui – Missionário Shalom).
Mas você tem
aprendido a construir a paciência nas suas provações? Ou você tem murmurado e
blasfemado contra Deus? Qual a sua primeira atitude quando surgem provações na
sua vida? Rezar ou murmurar? Santa Mônica rezou, intercedeu e esperou durante
30 anos pela conversão do seu filho, Santo Agostinho. São Joaquim e Santa Ana
rezaram e perseveraram durante 20 anos para que Ana concebesse a Virgem Maria
em seu ventre. Os hebreus esperaram 400 anos para chegarem à terra prometida. E
você, o que tem feito? São inúmeras as situações presentes nas Sagradas
Escrituras que provaram a fé dos profetas e de seu povo, no entanto, estes
souberam colher a paciência enquanto fruto do Espírito e perseverar.
Metais pesados, a
exemplo do ouro, precisam ser fundidos para que derretam e possam produzir
inúmeras peças, como joias. No caso do ouro, este tem o seu ponto de fusão a 1.064 °C, ou seja,
para que seja derretido o ouro precisa ser aquecido a 1.064 °C. Como o
ouro, assim somos nós, precisamos ser fundidos, aquecidos no calor das
provações para sermos moldados por Deus. É impossível fazer uma aliança com o
ouro em seu estado bruto, do mesmo modo, é impossível trilharmos um caminho de
santidade se não nos permitirmos ser moldados por Deus.
São Paulo, em sua Carta
aos Romanos nos exorta: “Sede alegres na
esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração” (Rm 12: 12). Portanto,
é através do dom da paciência que nos permitimos perseverar na fé. Quando nos
voltamos contra Deus diante de uma provação, nos distanciamos da nossa essência
cristã e, permitimos que, o inimigo nos deixe enfurecidos e nos influencie a
blasfemar contra Deus. Quando nos deparamos com alguma provação em nossa vida,
o primeiro passo deve ser a humilde, reconhecer que como o ouro precisamos ser
fundidos e moldados. Precisamos aceitar que, esta é uma etapa da nossa
santificação e, portanto, é da vontade de Deus.
”Fica sabendo que as pessoas mais
queridas de meu Pai são as que são mais afligidas com os maiores sofrimentos”
(Santa Tereza). Em nossa humanidade esta frase pode
parecer loucura, mas precisamos compreender que o agir de Deus é diferente do
nosso. É na dor que reconhecemos a misericórdia de Deus. Precisamos, pois,
neste mês mariano, aprender com Maria a virtude da paciência. Esta mulher que
soube guardar tudo no silêncio do seu coração, sem murmurar, na certeza de que
o melhor lugar que podemos estar é na vontade de Deus. Peçamos a intercessão de
Maria para que nos ajude a carregarmos as nossas cruzes diárias, na alegria de
contemplarmos o agir de Deus em nós.
“Não sei explicar o motivo que Deus tem para nos fazer
esperar, mas uma coisa é certa, a paciência permite que Deus aja na nossa vida.
Quando entregamos a Ele todas as coisas, elas se resolvem da melhor forma
possível” (Wellington Jardim (Eto) Cofundador da Comunidade Canção
Nova). Precisamos
aprender com Maria a nos desposarmos no Espírito Santo, a dizermos o nosso “Fiat – faça-se” a cada vez que uma
provação nos acomete. Por isso, experimente em suas orações pedir a Maria: Mãe,
“acolhe-me em teus braços e intercede
pelas lutas do meu coração”, vem em auxílio daqueles que necessitam do teu
colo de Mãe, dai-me a graça de compreender “que
o calvário me ensinará a viver” (Coração de Mãe – Mariani).
Portanto, deixemos-nos moldar na vontade de Deus. Aprendamos a
colher o fruto da paciência nas nossas provações. Aprendamos a exercitar o não
murmurar e não blasfemar contra Deus. Experimentemos sofrer com as nossas
cruzes, na certeza de que, é por meio delas, que o Senhor nos capacita a
trilharmos, cada vez mais perseverantes, o caminho da santidade; persistindo na
nossa vida de oração e reconhecendo que “nada
pode nos separar do amor de Deus” (Nada os separará- Davidson Silva).
Sim, deixo-me podar
Deixo-me formar por Ti
Esvazia-me
Oh vem, vem me modelar
Desenhar Teu rosto em mim
E pra sempre assim, serei Teu.
(Serei
Teu – Missionário Shalom)
(Manuela Evangelista – Minions Católicos)
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