“A Virgem pertence ao plano da salvação por vontade do Pai, como Mãe
do Verbo encarnado, por Ela concebido por obra do Espírito Santo. Toda a
intervenção de Maria na obra da regeneração dos fiéis não se põe em competição
com Cristo, mas d’Ele deriva e está ao seu serviço. A ação que Maria realiza no
plano da salvação é sempre cristocêntrica, isto é, faz diretamente referência a
uma mediação que acontece em Cristo”. (São João Paulo II)
Irmãos e irmãs em Cristo,
boa tarde! No texto de hoje falaremos sobre a devoção de São João Paulo II a
Virgem Maria e os ensinamentos deixados por esse santo que tanto amou a Mãe de
Deus vivendo com total entrega a consagração de sua vida a Cristo através das
mãos de Maria. Karol Wojtyła nasceu no dia 18 de Maio de 1920, em Wadowice, na
Polônia. Em 1942, entrou no seminário de Cracóvia, em 1° de Novembro de 1946
foi ordenado sacerdote. Em 4 de Julho de 1958 foi ordenado Bispo auxiliar de
Cracóvia. Tendo em vista sua espiritualidade mariana, escolheu como lema
episcopal a expressão: Totus tuus (Todo teu), de São Luís Maria Grignion de
Montfort.
A espiritualidade de São
João Paulo II o levou a uma vida inteiramente dedicada a Deus, um livro
clássico de espiritualidade mariana o ajudou a tirar as dúvidas que tinha em
relação a devoção a Nossa Senhora e a centralidade de Jesus Cristo na vida e na
espiritualidade católica. A obra que marcou profundamente a vida e
consequentemente a espiritualidade de Karol Wojtyła foi o “Tratado da
Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, de São Luís Maria Grignion de Montfort.
São João Paulo II experimentou e testemunhou a eficácia do Tratado em sua vida:
“Eu próprio, nos anos da minha
juventude, tirei grandes benefícios da leitura deste livro, no qual “encontrei
a resposta às minhas perplexidades” devidas ao receio que o culto a Maria,
“dilatando-se excessivamente, acabasse por comprometer a supremacia do culto
devido a Cristo”3.
Sob a orientação sábia de São Luís Maria compreendi que, quando se vive o
mistério de Maria em Cristo, esse risco não subsiste. O pensamento mariológico
do Santo, de fato, “está radicado no Mistério trinitário e na verdade da
Encarnação do Verbo de Deus”
No ano de 1987, São João
Paulo II apresentou a encíclica “Redemptoris
Mater sobre a Bem-Aventurada Virgem Maria na vida da igreja que está a
caminho”. “Maria
entregou-se a Deus completamente,
manifestando a obediência da fé Àquele que lhe falava, mediante o seu
mensageiro, prestando-lhe o obséquio pleno da inteligência e da vontade. Ela respondeu, pois, com
todo o seu “eu” humano e feminino. Nesta resposta de fé estava contida
uma cooperação perfeita com a prévia e concomitante ajuda da graça divina e uma
disponibilidade perfeita à ação do Espírito Santo, o qual aperfeiçoa
continuamente a fé mediante os seus dons”. Além dessa encíclica São João Paulo II escreveu uma carta
apostólica intitulada como: Rosarium
Virginis Mariae, que fala sobre o Rosário: “O Rosário, de fato, ainda que caracterizado pela sua fisionomia
mariana, no seu âmago é oração cristológica. Na sobriedade dos seus elementos,
concentra a profundidade de toda a mensagem evangélica, da qual é quase um compêndio.
Nele ecoa a oração de Maria, o seu perene Magnificat pela obra da Encarnação redentora
iniciada no seu ventre virginal. Com ele, o povo cristão frequenta
a escola de Maria, para
deixar-se introduzir na contemplação da beleza do rosto de Cristo e na
experiência da profundidade do seu amor. Mediante o Rosário, o crente alcança a
graça em abundância, como se a recebesse das mesmas mãos da Mãe do Redentor.”
Através do Tratado João
Paulo II entendeu estas verdades de fé e abraçou a escravidão de amor a Virgem
Maria: “Compreendi, então, que não podia excluir da minha vida a Mãe do
Senhor, sem desatender a vontade de Deus-Trindade, que quis ‘iniciar e
realizar’ os grandes mistérios da história da salvação com a colaboração
responsável e fiel da humilde Serva de Nazaré”.
Irmãos, se queremos trilhar o caminho seguro de santificação, façamos do
Tratado o nosso livro de cabeceira, como fez São João Paulo II: “Li e reli muitas vezes, e com grande
proveito espiritual, este precioso livrinho ascético de capa azul”. Este
precioso clássico de espiritualidade mariana ajudou o Karol Wojtyła a entender
que a devoção a Nossa Senhora está em plena sintonia com a centralidade de
Jesus Cristo, que faz parte de toda a espiritualidade genuinamente católica.
Que a exemplo de São João
Paulo II, possamos abraçar a devoção a Virgem Maria vivendo com total entrega e
fidelidade, para que como Ele, sejamos fiéis até o fim a Jesus Cristo.
Que Deus nos abençoe,
santo dia a todos!
“Tendo
recebido de Cristo a salvação e a graça, a Virgem é chamada a desempenhar um
papel relevante na redenção da humanidade. Com a devoção mariana os cristãos
reconhecem o valor da presença de Maria no caminho rumo à salvação, recorrendo
a Ela para obter todo o gênero de graças. Eles sabem sobretudo que podem contar
com a sua intercessão materna, para receber do Senhor quanto é necessário ao
desenvolvimento da vida divina e à obtenção da salvação eterna. Como atestam os
numerosos títulos atribuídos à Virgem e as peregrinações ininterruptas aos
santuários marianos, a confiança dos fiéis na Mãe de Jesus impele-os a
invocá-la nas necessidades quotidianas. Eles estão certos de que o seu coração
materno não pode permanecer insensível às misérias materiais e espirituais de
seus filhos”
(Géssica Casimiro –
Minions Católicos)
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