A escolha de Deus: um convite à conversão


“O Senhor chamou-me desde o meu nascimento; ainda no seio de minha mãe, ele pronunciou meu nome. Tornou minha boca semelhante a uma espada afiada, cobriu-me com a sombra de sua mão” (Is: 49: 1-2).
Tudo na vida tem um porém e um porquê. Mesmo diante de tantos mistérios que envolvem a Deus, devemos ter a certeza de que fomos escolhidos. Todos nós temos uma missão, uma vocação, um chamado. “Antes que te formasse dentro do seio de tua mãe, antes que tu nascesses, te conhecia e te consagrei” (O profeta – Comunidade Recado). Reitero, pois, a passagem bíblica em destaque na epígrafe deste texto com o início desta canção para enfatizar o fato de que Deus, cuidadosamente, escolheu a cada um de nós no ventre da nossa mãe, nos moldou e nos chamou a uma missão.
E o que fazemos nós com esta escolha? Reconhecemo-la ou nos distanciamos da nossa vocação? Neste blog, temos experienciado a algumas semanas a leitura de textos que versam sobre a oferta de amor a Deus de distintas maneiras. É necessário, pois, reconhecermos que a nossa oferta de amor perpassa por acolhermos esse chamado de Deus para a nossa vida. E esse chamado perpassa por um processo contínuo de conversão.
“O movimento de volta a Deus, chamado conversão e arrependimento, implica uma dor e uma aversão aos pecados cometidos e o firme propósito de não mais pecar no futuro. A conversão atinge, portanto, o passado e o futuro; nutre-se da esperança na misericórdia divina” (CIC, 1490). Corroboro com este parágrafo do Catecismo e enfatizo que, a conversão principia pelo reconhecer-se enquanto pecador e arrepender-se dos seus pecados. Cada vez que fazia um milagre, Jesus dizia: “Vá e não peques mais.” Isto porque os milagres de Jesus perpassavam por uma cura espiritual, daqueles que experimentaram o milagre da misericórdia de Deus. “Precisamos entender que a misericórdia é o encontro de duas ações, Deus que coloca o Seu coração na miséria que Ele encontra. Mas, para que Ele encontre a miséria é necessário que eu vá ao encontro de Deus. Ele é misericordioso e vai perdoar, mas só recebemos essa misericórdia se quisermos sair, é necessário levantarmos os nossos braços para o Pai” (Padre Anderson Marçal).
Precisamos também fazer este movimento de voltar para Deus. O movimento de escolher estar na vontade Dele, pois, já fomos escolhidos por Ele desde a nossa concepção. É necessário fazermos as escolhas de Deus. Quando somos batizados, na fé da Santa Igreja Católica, confirmamos a nossa escolha, mesmo inconsciente, pela vontade Dele em nós.
O processo de escolha atrelado a uma conversão diária requer que nos esvaziemos de nós mesmos e permitamos o moldar de Deus em nossa vida. Imaginemos um copo. Nós pegamos este copo e vamos até um bebedouro, enchendo-o de água até a borda. Somos este copo. Deus quer que estejamos vazios das nossas vontades mesquinhas, do nosso egoísmo, das nossas vaidades e assim, permitamos ser transbordados pela água do Espírito Santo. Experimentaremos do moldar de Deus em nós.
“Assim como Ele escolheu Davi, me escolheu também e porque me escolhe eu O escolho. Deus me seduz e deixo-me seduzir. Deus me escolhe para que eu leve Jesus para a minha casa. Deus escolheu quem Ele quis e os enviou” (Padre Anderson Marçal). É necessária esta experiência de deixar-se seduzir por Deus e mergulhar no seu oceano de misericórdia. “Seduziste-me Senhor, E eu meu deixei seduzir, Tua força é bem maior do que eu...” (Seduziste-me Senhor – Eliana Ribeiro).
“Escolhido é aquele que aceita a escolha de Deus, e para sermos escolhidos d’Ele precisamos que Ele nos escolha e que O aceitemos” (Márcio Mendes). Precisamos escutar o chamado, a voz de Deus para nossa vida e dá o nosso sim. Distanciarmo-nos das coisas do mundo e escolhermos pela vida, escolhermos por este chamado. “Um dia escutei o teu chamado, divino recado batendo no coração. Deixei deste mundo as promessas e fui bem depressa no rumo da tua mão” (O chamado – José Acácio).
Que a cada dia possamos nos abrir a esse moldar de Deus na nossa vida e, assim, possamos (re) aprender a fazer este movimento de voltar para o amor do Pai, certos de sua misericórdia para conosco. Mesmo que a poda seja dolorosa, é necessária para que o Senhor faça de nós obra nova por meio do Espírito Santo.
Peçamos a Deus a graça de sermos fiéis e escolhermos por Ele todos os dias, principalmente, no nosso exalar a Deus no mundo.

"Desde sempre Deus pensou
E no ventre consagrou
Esse simples pecador
Pelo nome me chamou.

Para o mundo então eu vim
Demorei mas descobri
Que aqui é meu lugar
Eu nasci para me doar.

Nada, nada, me fará voltar atrás
Nada, nada, pode desfazer o que Deus faz
Sou de Deus e já não me pertenço mais"
(Sou de Deus – Ministério Amor e Adoração)


( Manuela Evangelista - Minions Católicos)

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