“A vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a
partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento da sua existência,
devem ser reconhecidos a todo o ser humano os direitos da pessoa, entre os
quais o direito inviolável de todo o ser inocente à vida” (CIC §2270)
Olá, pessoal! Continuando
o nosso tema sobre a defesa da vida, iremos conversar sobre o aborto no nosso
texto de hoje. Acredito que, assim como eu já tive essa dúvida, muitos de vocês
devem se perguntar “por que a Igreja é contra um aborto? ”, ou “por que é
errado abortar uma criança que não tem expectativa nenhuma de vida? ”.
De acordo com a Embriologia
Humana (ciência que estuda os embriões), em todos os textos sobre o assunto, a
vida humana se inicia a partir do momento em que o ovócito é fertilizado pelo espermatozoide.
Não! Isso não é um dogma religioso, é a ciência quem diz! E ainda tem gente que
diz “ah, é só um amontoado de células”, ou ainda já vimos alguém dizer “o
embrião com menos de 14 dias não tem consciência porque não tem tecido neural”...
Minha gente, TODOS nós passamos pelas mesmas fases do desenvolvimento intrauterino:
fomos um ovo, uma mórula, um blastocisto, um feto.
Esses dias, em um vídeo
que eu gravei no nosso canal sobre a castidade, e dizia que ao contrário do que
muita gente diz, a Igreja Católica não é tirana e não quer tirar nossos direitos.
Muito pelo contrário! A Igreja é mãe e quer nos devolver a dignidade de filhos
de Deus e é por esse motivo que ela defende a vida e é contra o aborto. “Ainda embrião, teus olhos me viram e tudo
estava escrito no teu livro; meus dias estavam marcados antes que chegasse o
primeiro”. (Sl 139,16)
Mas você deve estar aí se
perguntando “e as crianças que foram diagnosticadas ainda no útero com doenças
genéticas e que passarão o resto da vida sofrendo? ”. Segue o que o nosso
Catecismo diz a respeito:
“O
diagnóstico pré-natal é moralmente lícito, desde que «respeite a vida e a
integridade do embrião ou do feto humano, e seja orientado para a sua defesa ou
cura individual [...]. Mas está gravemente em oposição com a lei moral, se
previr, em função dos resultados, a eventualidade de provocar um aborto. Um
diagnóstico [...] não pode ser equivalente a uma sentença de morte”
(CIC §2274)
Por causa de uma matéria
que eu li em um site uma vez, eu sigo uma página no Facebook de um garotinho
chamado Jaxon Emmett Buell. Ele nasceu em agosto de 2014, com uma má formação
cerebral chamada microhidranencefalia. A microhidranencefalia é uma anomalia do
desenvolvimento do cérebro que pode incluir microcefalia grave, cumes no couro
cabeludo e atraso no desenvolvimento. A doença foi diagnosticada ainda no útero
e os médicos aconselharam seus pais a realizarem o aborto. Jaxon já está
prestes a comemorar seu aniversário de 3 anos e eu, como seguidora da página
dele (Jaxon Strong), vejo todos as conquistas e progresso que ele tem feito.
A vida dessa criança não
deve ser nada fácil, haja vista as limitações das próprias circunstancias em
que ele se encontra, mas seus pais criaram a Fundação Jaxon Strong afim de aumentar
a conscientização e os fundos para pesquisas neurológicas, defender pessoas que
vivem com deficiência e compartilhar a crença de que toda vida tem valor e
propósito. E o mais lindo de tudo é o que eles dizem sobre o Jaxon: “Acreditamos que Jaxon foi criado
perfeitamente à imagem de Deus e que sua vida tem um propósito significativo”.
Apesar de não ter muita
noção de como é a vida de crianças com deficiências, eu acredito que, até
nessas situações mais difíceis, Deus tem um propósito! E é lindo ver famílias,
como a de Jaxon, sendo testemunhos de fé para esse mundo que prega a cultura do
descartável. Eu sei lá, mas vai que, através da persistência dos pais desse
garotinho, algum dia a ciência não encontre a cura dessa e de muitas outras
doenças?
Mudando um pouco o caminho
da conversa, mas falando ainda sobre o aborto, uma vez eu fui em uma palestra
da cantora Elba Ramalho. Para quem não sabe, ela é pró-vida e durante seu
testemunho, ela contava sobre as vezes que ela precisou convencer uma mulher a
não realizar o aborto. Em algumas situações ela conseguiu êxito e em outras
não. Em uma dessas situações que ela não conseguiu, ela contou o relato de uma
mulher que passou muito tempo sendo “assombrada” pelas lembranças do aborto. Em
outra situação eu assisti a um documentário chamado Blood Money. É uma produção
norte-americana contra o aborto que faz muitas denúncias sobre como isso é
tratado lá nos EUA. Mas, para mim o que marcou foram os relatos das pacientes após
fazerem os abortos, que não muda em nada o que a Elba Ramalho contou na sua
palestra.
Não é só um bebê que
deixa de nascer, não é só uma vida a menos na Terra. Um aborto gera muitas consequências
na parte emocional das mulheres que o realizam. Estudos têm comprovado que a
mulher que pratica o aborto sofre emocionalmente a curto, médio e longo prazo a
chamada síndrome pós-aborto. No início, vive a culpa, o conflito familiar, a
solidão e o medo. Depois, muitas vezes, apresenta problemas com a maternidade,
seja pela dificuldade para engravidar ou com abortos espontâneos recorrentes.
E, com o tempo, apresentam maior tendência ao alcoolismo, à depressão, ao
suicídio e ao uso de drogas. E eu tenho duas amigas que realizaram o aborto e
que relatam levar por muito tempo esse sentimento de culpa.
“Deus,
senhor da vida, confiou aos homens o nobre encargo de preservar a vida, para
ser exercido de maneira condigna ao homem. Por isso, a vida deve ser protegida
com o máximo cuidado desde a concepção. O aborto e o infanticídio são crimes
nefandos”. (GS 51,3).
(Mariana
Neves - Minions Católicos)
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