Maria e o projeto de salvação: a virgem que nos acolhe como filhos

“Deus benigníssimo e sapientíssimo, querendo realizar a redenção do mundo, ‘quando veio a plenitude do tempo, enviou seu Filho, feito da mulher, para que recebêssemos a adoção de filhos’” (Gl 4: 4-5).

Maria e o projeto de salvação. Este tema inquietou-me quando li um texto no site da Comunidade Canção Nova, além disso, eu já havia feito a experiência de receber o abraço de Maria e tê-la como mãe. Este texto está sendo escrito por uma menina-mulher apaixonada pela Virgem Maria e, que soube experimentar de sua misericórdia. Não se admirem se ao decorrer dos escritos parecer que se trata mais de uma devota do que de uma escritora de um blog católico, pois, provavelmente, isto acontecerá. Aprendi a amar Nossa Senhora porque ela me atraiu e me conduziu a Deus.
É inegável a importância de Maria para o projeto de salvação desenhado por Deus. A Virgem esperada por séculos, por muitos povos e gerações. A mulher que acolheu a vontade de Deus para si e para toda a humanidade. “Por isso, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso, e cujo nome é Santo” (Lc 1: 48-49). Deus quis precisar da humanidade para que o Verbo divino fosse encarnado e nos trouxesse a graça da salvação, para isto, Maria foi escolhida e proclamada como a “cheia de graça”. “O mistério de Cristo está inserido num desígnio divino de participação humana. Ele veio até nós por meio da geração humana. Quis ter Mãe; quis encarnar-se, mediante a participação vital de uma Mulher, da Mulher bendita entre todas, por meio da Virgem Maria” (Papa Paulo VI, 24 de abril de 1970).
Portanto, é necessário compreendermos a participação de Maria na concepção de Cristo, para assim, entendermos a humanidade desse Deus que se fez homem. “Esse mistério divino de salvação se nos revela e perpetua na Igreja que o Senhor constituiu como Seu Corpo. Unidos a Cristo como Cabeça e em comunhão com todos os seus Santos, os fiéis devem venerar também a memória ‘primeiramente da gloriosa sempre Virgem Maria, Mãe de Deus e de nosso Senhor Jesus Cristo’” (Lumen Gentium, n. 52). Daí a importância de rendermos a nossa veneração àquela que soube ser fiel e obediente aos desígnios de Deus. Àquela que mesmo sendo atriz principal no enredo da salvação, soube se secundarizar nas cenas da vida de Jesus e, interceder por aqueles filhos sedentos de misericórdia.
Maria continua intercedendo por nós. Ao nos acolher no momento da crucificação, enquanto seus filhos adotivos, Nossa Senhora demonstra seu amor por nós. Maria, tu que és “Mãe de misericórdia; Vida, doçura, esperança nossa Mãe, consolo do pobre e do pecador; Roga por nós óh Mãe de toda ternura” (Mãe de Misericórdia – Comunidade Católica Shalom). Roga por nós e pelas nossas inquietações, Mãe. Conduz-nos ao Amado. Mostra-nos o céu.
“Se quisermos, portanto, ser cristãos, devemos também ser marianos, isto é, devemos reconhecer a relação essencial, vital e providencial que une Nossa Senhora a Jesus, e que nos abre o caminho que leva a Ele”. (Papa Paulo VI, 24 de abril de 1970). Não tenhamos medo de nos permitirmos ser acariciados por Nossa Senhora, de deitar no seu colo de mãe, de fazer a experiência de sentir seu abraço. Se você, assim como eu, não tem mais a sua mãe terrena fisicamente contigo, permita-se ter Maria como mãe.
Desde que minha mãe faleceu Nossa Senhora tem me abraçado cada vez que sinto falta de um abraço de mãe, tem me instruído cada vez que necessito de um conselho, tem me dado colo todas as vezes que meus dias se tornam mais tristes e sem rumo. Neste momento, quem escreve estas linhas é uma cristã que aprendeu a chamar Maria de mãe. Permita-se fazer esta experiência, deixar que Maria cuide de suas feridas como cuidou das feridas de Jesus. Permita-se ser filho da mulher que já te acolheu como mãe.
Pois, “Quem sob o teu manto; Encontra o seu lugar; Mesmo em meio à lágrimas; Céu na terra já encontrará; Em teu abraço há paz; Em teu olhar há proteção; Canção mais bela à Deus; Esconderijo seguro para os teus; Maria, Maria, Maria, nós somos teus; Maria, Maria, Maria, nós somos teus” (Mãe de Misericórdia – Comunidade Católica Shalom).


(Manuela Evangelista – Minions Católicos)

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