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Parte IV – Combatendo as
Trevas
A Prática dos Exercícios Espirituais nos Combates Espirituais.
“A alma humana é como a água: que represada sobe ao alto,
pois torna ao sítio donde veio; mas solta perde-se, porque se espalha
inutilmente sobre a terra” São Gregório Magno[i]
Se
você clicou aqui achando que era a aula de Defesa contra as artes das trevas....
Você errou, um pouco! Hoje finalizaremos nossa saga sobre Santo Inácio de
Loyola, justamente no começo do mês da Bíblia. E tem tudo a ver com Combates Espirituais
e também a nos defender contra as trevas que nos cercam.[ii]Calma
que em um momento oportuno aprofundaremos tanto a parte do nosso conhecimento
sobre “as trevas que no cercam”, quanto dos Combates Espirituais, que
introduziremos nesse texto.
Nas
três partes que contamos a vida de Santo Inácio, observamos sua conversão
(aqui), a sua caminhada (aqui) e a Fundação da companhia de Jesus (aqui). Em
certa ocasião Inácio ficou num longo colóquio com Deus, durante uma semana
deitado sem comer, beber, ou se levantar para quaisquer coisas. Os eu coração
batia levemente[iii].
Assim
durante toda a sua caminhada Inácio de Loyola passou não só a meditar, como
também a anotar[iv]
tudo quanto fosse possível as experiências pelas quais passava. Devemos
compreender que os Exercícios Espirituais são fruto de uma prática constante,
desenvolvida e aprimorada nos passos da santidade. Inácio exortar e com muita
exatidão que era e é importante termos um caderno de oração para anotarmos a
fim de nos conhecer e de nos reconhecer[v],
ou seja, devemos ter conosco um diário espiritual (não percam o texto da
Manuela Evangelista sobre esse assunto).
E
do que se tratam esses Exercícios Espirituais? O Próprio Inácio define:
“entende-se todo o modo de examinar a consciência, de meditar, de contemplar,
de orar vocal e mentalmente, e de outras práticas espirituais[vi]”.
Pois vou fazer jus de uma outra personagem bem famosa do nosso tempo: “E uma
mente precisa de livros como uma espada precisa de uma pedra de amolar”[vii].
De fato, se entendemos que o corpo e a mente precisam de Exercícios o que dirá
o Espírito? Meus caros correspondentes praticar a fé e orar, requerem
disciplina, requerem hábito, requerem uma prática exercitante. E foi isso que
Santo Inácio nos proporcionou, organizou uma maneira em que possamos contemplar
melhor a Deus.
Um
dos principais objetivos dos EE é: “para se vencer a si mesmo e ordenar a sua
vida sem se determinar por afeição alguma que seja desordenada”. Inácio
acredita que o homem fora criado para louvar e adorar a Deus e mediante a isso
salvar sua alma. E todos os outros bens criados nos devem conduzir ao propósito
da salvação, entretanto se algo nos tiver impedindo de seguir em frente devemos
deixar esses bens[viii].
O santo também ressalta a importância do livre arbítrio em sabermos escolher e
principalmente em sermos indiferentes ao preferirmos demais as coisas boas como
saúde, riqueza, honra. Não que tais coisas sejam ruins, mas se as desejarmos
demais e só vivermos para consegui-las isso pode nos desvirtuar. E ainda não
saberíamos lidar com as frustrações das situações desfavoráveis da vida[ix].
Em
sua proposta original Inácio sugeria um isolamento de quatro semanas para
meditar e contemplar a Deus e com a força piedosa desse exercício se reconhecer
mediante a ao Criador. Por isso um dos primeiros preceitos dos EE é compreender
o que é o pecado. O pecado original e em sua forma malévola. Compreendendo o
que nos leva a pecar deve-se fazer um firme exame de consciência de forma
constante, verificando o pecado que mais praticamos, identificando por que
desejamos praticar esse pecado particular e por que devemos corrigi-lo.
Está
difícil de entender? Então vamos pedir uma ajuda aos Papas? Vamos recorrer aos
Escritos do Papa Pio XI que nos diz: “ a doença que é ao mesmo tempo manancial
fecundo dos males que todas as pessoas sensatas lamentam, é a frivolidade e
falta de consideração, que extravia e desencaminha os homens”. E define que a
nossa fascinação da “frivolidade”[x]
que “obscurece o bem” (Sab 4, 12). Outro Papa, Leão XIII nos lembra que “os
fiéis se recolhessem por algum tempo e levantassem as coisas melhores os
pensamentos mergulhados na terra”[xi]
Pra
entender melhor: sabe daqueles “pecadinhos” aqueles que você acha normal e tal
(mesmo que por pensamento ou omissão), bem eles podem ser o seu GRANDE
impedimento de seguir o caminho mais profundo com Deus[xii],
Assim quando meditamos no Plano da Criação e de maneira objetiva entendemos o
pecado original, devemos de maneira muito pessoal (e subjetiva) relacionar com
os nossos pecados[xiii].
E
quando praticados na sua forma piedosa e pedagógica os EE nos conduzem a uma
transformação e libertação interior. Ajuda a compreender o plano do Senhor e a
nos reeducarmos com os nossos 5 sentidos – e isso talvez nos seja a parte mais
difícil. Pois teremos que reaprender a olhar, degustar, tocar, ouvir e sentir tudo que nos cerca com ares da santidade e não
com o gosto do que alimenta os nossos prazeres.[xiv]Dessa
forma iremos nos fortalecer e vocês irão perceber que o combate espiritual mais
duro será contra si mesmo (mas isso será outra história em outro texto).
Os
EE são então um conjunto de práticas que são a contemplação, o
autoconhecimento, o reconhecimento de si perante a Deus. A Meditação e reflexão
na palavra de Deus e nos recontarmos os sacramentos da reconciliação e da
comunhão. Fortalecidos pois com nossas práticas exercitantes devemos caminhar
com uma Fé revigorante!
“Os Exercícios Espirituais estão cheios de
piedade e de Santidade e, são e serão muito úteis para o progresso espiritual
dos Fieis” Papa Paulo III em 1548.
Derlei Alberto - Minions Católicos
Derlei Alberto - Minions Católicos
[i] (Papa Gregório)
Pastoral
[ii] No Angelus de
06/01/2017. O Papa Francisco faz uma referência as Trevas
[iii] Alguns
estudiosos acreditam que tal experiência foi fundamental para escrever os
Exercícios Espirituais. (Plínio Solimões) Santo Inácio de Loyola o Guerreiro de
Cristo
[iv] Em diversas
passagens da sua vida Inácio cita que fazia anotações sobe as suas orações e
método de orar que foram enriquecendo com seu próprio aprofundamento pessoal,
espiritual e intelectual. Cf. (Inácio) Autobiografia e (Plínio Solimões) Santo
Inácio de Loyola o Guerreiro de Cristo
[v] (Inácio)
Autobiografia
[vi] (Inácio) Exercícios
Espirituais 2. Observação na Tradução primaria para o Português do Espanhol se traduziu
literalmente a palavra “operaciones” por “operação” e, para não haver outro
entendimento adotamos o termo “prática”, conforme é bem descrita na Encíclica
Mens Nostra de Pio XI
[vii] (Martim G.R.R.)
Guerra dos Tronos
[viii] (Inácio) Exercícios
Espirituais 23
[ix] (Inácio) Exercícios
Espirituais 24
[x] (Pio XI) Mens
Nostra
[xi] (Leão XIII) Quod
Auctoritate
[xii] O Papa Pio XI,
continua a nos alertar que: “Daqui provém a contínua e veemente dissipação
pelas coisas exteriores; daqui a insaciável cobiça de riquezas e prazeres. Com
esta dissipação e cobiça pouco a pouco se vai enfraquecendo e extinguindo nas
almas o desejo de bens mais nobres” Cf.: (Pio XI) Mens Nostra
[xiii] (Dr. Antônio
Mota S.J.) Uma Leitura compreensiva da Estrutura dos Exercícios Espirituais de
Santo Inácio.
[xiv] (Dr. Antônio
Mota S.J.) Uma Leitura compreensiva da Estrutura dos Exercícios Espirituais de
Santo Inácio. E (Pio XI) Mens Nostra
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