Evangelho – Lucas 9,43-45

“Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado... Resignação para aceitar o que não pode ser mudado... E sabedoria para distinguir uma coisa da outra” (São Francisco de Assis)

No evangelho de hoje, podemos observar que os discípulos não compreendiam o que Jesus queria falar, pois não fazia sentido um Homem tão poderoso como ele ser entregue nas mãos dos homens.
A fraqueza de Jesus ao dizer: “O filho do Homem há de ser entregue às mãos dos homens” não ia de encontro com o seu poder, as palavras se tornavam obscuras. Isso também acontece conosco, porque muitas vezes ainda não entendemos o verdadeiro significado da cruz.
“Ninguém se escandalize ao contemplar uns Apóstolos tão imperfeitos, porque ainda não tinha chegado a Cruz nem tinha sido dado o Espírito Santo” (São João Crisóstomo)
O evangelho de Lucas diz que os discípulos não haviam alcançado o sentido, porque não acreditavam que Jesus podia ser entregue a morte, afinal Ele é o filho único, especial e amado de Deus. E ainda os discípulos não perguntaram pois tinham medo, e nós, também não possuímos esse medo?
Quantas vezes deixamos de ir ao médico, de abrir um diagnóstico, de falar algo para uma pessoa por medo? Isso faz parte da fragilidade humana. Se os discípulos tivessem perguntado a Jesus exatamente a que Ele estava se referindo, com certeza teriam a possibilidade de se prepararem melhor.
Porém é preciso que o Filho do Homem seja entregue nas mãos dos homens, quem nos diz isso é o próprio Jesus quando nos fala: se o grão de trigo caído na terra não morre, permanece só. Mas se morre dá muito fruto.
Meus irmãos, se vermos com os olhos humanos, só tem vida aquele que está vivo, e para que isso aconteça é necessário que alguém a conceda, e foi exatamente isso que Jesus fez por cada um de nós, nos concedeu, e não somente a vida terrestre, mas a vida eterna.
Que possamos cada dia mais pedir ao nosso Pai o entendimento dessa vida de fé e missão, de entrega e de doação, assim como Ele fez por todos nós.
A primeira leitura de hoje que se encontra em: Zacarias: 2,5-9.14-15a, nos revela toda essa entrega do Pai aos seus filhos:

Eis que apareceu o anjo que falava em mim,
enquanto lhe vinha ao encontro um outro anjo,
que lhe disse:
'Corre a falar com esse moço, dizendo:
A população de Jerusalém precisa ficar sem muralha,
em vista da multidão de homens e animais
que vivem no seu interior.
Eu serei para ela, diz o Senhor,

muralha de fogo ao seu redor,
e mostrarei minha glória no meio dela.

Vejam que lindo, o Senhor nos diz que será nossa muralha de fogo também, então para que medo?
Quando estivermos diante d’Ele, não tenhamos medo de abrir nosso coração, de perguntar, de construirmos uma intimidade com Ele, devemos indagá-lo sobre o mal que nos perturba, sobre o sofrimento que nos causa dor, afinal, se não confiarmos n’Ele, e não fizermos o nosso questionamento a Ele, estaremos propícios a ter respostas completamente contraditórias do Pai.
Para finalizarmos a reflexão desse evangelho, façamos a seguinte oração:

Senhor, toma o controle da minha vida, de tudo que tenho e tudo que sou!
Liberta-me da autossuficiência, o querer caminhar sem a sua orientação!
Eu te entrego a minha mente, a minha vontade, a minha inteligência, a minha liberdade, para que me conduzas segundo a tua vontade!
Liberta-me das minhas vontades e dá-me a graça de fazer sempre a sua vontade!
Eu me entrego totalmente em suas mãos!
Amém!

(Adriana Martins – Minions Católicos)


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